Camila POV
A semana passou voando, eu não tive tempo nem pra respirar durante todos esses dias, viajei por toda semana pra resolver coisas da floricultura e passei os últimos dois dias com minha família a algumas horas de onde moro. Minha mãe me fazendo várias perguntas sobre namorado e meu pai sobre meu trabalho, minha avó foi a única que me perguntou como eu realmente estava me fazendo assim lembrar o motivo de não ir tanto ver minha família.
Minha mãe só quer saber quando vou casar e se estou namorando, ela ainda não entende o fato do término com Noah e segundo ela, ele era um rapaz excelente e adequado pra ficar comigo. No começo meu namoro com Noah era as mil maravilhas até que ele começou a querer dizer com quem eu deveria andar, como eu deveria andar, reclamava sobre minhas roupas e qualquer pessoa que erguesse a mão em cumprimento pra mim em qualquer lugar era motivo dele querer levantar a voz e brigar comigo dizendo que eu dava mole pra qualquer um.
Meu pai só pensava em trabalho e dinheiro, ele é dono de uma loja de eletrônicos e tem algumas filias, inclusive ele até queria abrir uma aqui em Melbourne onde é a minha floricultura que segundo ele não iria me levar a nada, até hoje ele tenta me convencer a ingressar junto a ele no negócio e deixar essa besteira de floricultura de lado. Até os lucros ele queria saber e o fato de não querer dizer só reforçou que não estava dando certo, eu desconversei e mudei de assunto.
Minha avó era a única que perguntava como eu estava e se a floricultura estava dando certo, dizia que eu tinha que seguir meus sonhos e se era aquilo que eu queria ela me apoiaria, quando eu terminei com Noah ela também ficou ao meu lado o que não agradou nada minha mãe. Eu ainda os visito somente por conta de minha avó mesmo pois se fosse por meus pais infelizmente eu não iria.
Joguei as chaves da floricultura em cima da mesa que ficava ao lado da porta assim que cheguei em casa e deixei minha bolsa de viagem no chão, fui até a cozinha e peguei um pouco de água na geladeira e bebi uns dois copos. A uns minutos atrás uma mensagem de Lauren tinha chegado no meu celular e ela dizia que não poderia vir hoje, o que me deixou pra baixo.
Subi a escada e fui até meu quarto e tomei um longo e demorado banho, vesti uma calça de moletom na cor cinza e uma blusinha branca sem sutiã, roupas que eu usava quando estava sozinha em casa pois ficava mais confortável. Desci a escada e enquanto penteava meus cabelos e passava os canais na tv a campainha tocou.
— Ué eu não estou esperando ninguém e nem pedi nada - deixei o pente no braço do sofá e joguei o controle na mesinha de centro, fui até a porta e dei de cara com Lauren segurando uma bolinha de pelos cinza em seu braço direito e umas sacolas na mão esquerda.
— Foi daqui que pediram um jantar? - ela perguntou baixo e meio envergonhada e eu abri um sorriso - surpresa?!
— Ótima surpresa - abri mais a porta dando passagem para que ela entrasse e a ajudei com os sacos plásticos que tinha a estampa de sua cafeteria nas mesmas - você me mandou mensagem dizendo que não viria e olha meu estado - passei as costas de minhas mãos na lateral do meu corpo mostrando minhas roupas.
— Eu menti - ela fez uma cara tão fofa que eu só queria aperta-lá e beijar aquela boca - olha só eu trouxe a Amora!
— Lauren eu tenho certeza que foi ela que eu vi na rua - falei me aproximando e pegando a bolinha de pêlos no meu braço e erguendo diante de meu rosto, ela botou a língua pra fora e aproximei do meu rosto e ela lambeu o mesmo e eu sorri - ela é muito fofa.
— Ela já te deu um beijo e agora só falta eu te dar um - ela falou deixando os sacos plásticos em cima do balcão da cozinha, eu olhei pra ela de canto de olho e me abaixei deixando Amora no chão.
— E tá esperando o que? - me ergui depois acariciar a cachorrinha e Lauren se encostou no balcão me olhando enquanto mordia o lábio inferior - você que tem que vim até mim...
Ela enrugou o nariz e caminhou em minha direção e dava pra ver que ela estava envergonhada, não tanto quanto das outras vezes, ela segurou nas laterais de minha cintura e colou o corpo dela no meu, eu passei as mãos em seus braços em carícia e parei em seus ombros. Ela aproximou o rosto do meu e desviou de lado deixando um beijo em minha bochecha pegando o canto de minha boca e eu sorri, ela estava me provocando mesmo?
— Lauren... - falei baixo e senti quando ela passou a ponta de seu nariz em minha bochecha deixando outro beijo - eu não te conheci assim não.
— Eu só quero retribuir o carinho que você sempre me da - falou baixo perto do meu ouvido o que me fez arrepiar por inteira.
Ela apertou meu corpo no dela em um abraço tão gostoso e acolhedor que eu fechei meus olhos e suspirei sentindo seu cheiro e aproveitando aquela sensação boa. Beijei em seu maxilar próximo a orelha e em seguida beijei sua bochecha e deixei minha boca próxima a dela, nossos narizes se tocando e sentindo a respiração uma da outra.
Ela quebrou a distância de nossos lábios e roçou os dela nos meus, mordiscou levemente meu lábio inferior e deu início a um beijo lento mas cheio de saudade. Deixei minha mão direita em seu pescoço e acariciei com os dedos sua nuca enquanto com o polegar acariciava seu maxilar e sua orelha, ela finalizou o beijo me dando um selinho demorado.
— Uh, se quiser sempre me receber assim em qualquer lugar e momento eu não irei me importar - falei rindo e ela negou com a cabeça.
— Vamos comer? - ela me soltou e foi mexer nos sacos plásticos tirando algumas marmitas de dentro - vem logo se não vai esfriar...
— Claro mandona - ela olhou por cima do ombro e eu dei risada - o que você trouxe ai pra gente?
— Bom eu trouxe um pouco de... - antes dela terminar de falar a campainha tocou e eu olhei na direção da porta com um vinco na testa e em seguida olhei Lauren que também olhava na direção da porta.
— Que estranho, eu não estou esperando ninguém - ela se virou e continuou remexendo nos sacos ajeitando em cima do balcão.
Fui em direção a porta e destranquei logo em seguida girando a maçaneta e abrindo a porta, olhei a figura ali em pé e fiquei sem entender por qual motivo ou razão aquela pessoa estava ali, não fazia sentindo algum, coloquei uma mão na cintura e respirei fundo sustentando o olhar que a pessoa me lançava, isso vai ser interessante e digamos que difícil.
—
Quem será? Só quero fazer o suspense irra kkkkkkkkkkk

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Soul Meraki
Roman d'amourMeraki (v); do grego μεράκι, fazer algo com alma, criatividade ou amor. Colocar parte de si em algo que esta a fazer. Uma tarde chuvosa em Melbourne na Austrália obriga uma jovem de cabelos castanhos a entrar em uma pequena e aconchegante cafeteria...