Lauren POV
Peguei Amora no colo e corri com ela até o pequeno quintal, assim que abri a porta e coloquei Amora no chão, ela correu até uma parte que tinha areia e ficou cheirando e depois arrodeando no mesmo lugar algumas vezes. Me escorei não madeira da pequena varanda e fiquei observando até que ela se apoiou nas duas patinhas de trás e fez a sua necessidade, o número um.
— Ainda bem que foi o número um - falei quando ela veio correndo em minha direção e passou correndo por baixo de minhas pernas.
— Eita, que pressa é essa? - me virei dando de cara com Camila que estava com as sobrancelhas erguidas - o que foi que ela fez?
— Xixi - falei com um sorriso forçado e Camila semicerrou os olhos - eu juro que não foi cocô, não dessa vez...
— Onde ela fez? - caminhou em minha direção e então eu mostrei uma parte do quintal que não tinha grama - merece levar tapinha na bunda, ela e você Lauren.
— Desculpinha? - encolhi meus ombros e juntei minhas mãos olhando em sua direção, ela segurava o riso - o que você vai fazer lá?
— Não e da sua conta - ela fez um gesto com a mão me mandando entrar dentro de casa - entra que já está na hora da gente ir Lauren.
— Vamos deixar a Amora em um hotelzinho para cachorro - falei entrando dentro da cozinha e ela começou a fechar a porta com os ferrolhos - se deixar ela aqui talvez ela mije e cague em tudo.
— Amor vamos deixar ela no quarto lá em cima, ele está vazio - ela passou por mim e eu segurei o riso já que não me acostumei ainda com ela me chamando assim - deixa água e comida pra ela na vasilhinha e quando a gente chegar limpamos o quarto, resolvido.
— Se você está dizendo - peguei a filhote em meus braços e vi quando Camila pegou a bolsa onde estava a vasilha dupla dela e a ração - será que ela vai sentir minha falta?
— Antes de anoitecer já vamos estar aqui Lauren - ela subiu a escada e eu fui logo atrás, ela abriu a porta de um quarto que estava completamente vazio - vai ajeitando aí que eu vou pegar uma coisa lá no meu quarto...
Deixei Amora no chão e peguei a vasilha e coloquei bastante ração, peguei a garrafinha com água que está dentro da bolsa e despejei uma quantidade na vasilha, levei até o canto do quarto e a bolinha de pelos veio correndo e começou a beber água.
— Olha o que eu comprei pra ela - olhei em direção a porta e Camila entrava com uma caminha na cor vermelha - ela vai ficar bem confortável.
— Que bonitinha - falei me aproximando dela vendo a mesma colocar a caminha no chão e chamar Amora estalando os dedos - ela vai amar amor.
Amora veio correndo na direção de Camila e parou assim que viu o objeto vermelho, ela inclinou a cabeça para o lado e ergueu as duas orelhinhas e foi se aproximando devagar, quando chegou perto da caminha ela começou a cheirar desconfiada e então subiu, vi quando o rabinho dela começou a balançar e ela colocou a língua pra fora e então se deitou deixando a barriga pra cima e as perninhas acertas como se pedisse carinho ali.
— Ela amou mesmo - Camila falou e levou a mão até a barriga da filhote e começou a coçar em forma de carinho - tá confortável bebê? - ela falava com uma vozinha fininha e Amora mexia o rabo.
— Você vai deixar ela mal acostumada - falei e me inclinei para frente e comecei a dar carinho na cabeça da filhote - melhor a gente ir.
— Vamos - ela se levantou e passou pela porta e eu logo em seguida, ela fechou a porta e descemos a escada - onde eu deixei a chave do carro?
— Em cima do balcão da cozinha - peguei minha bolsa e coloquei a alça fina em meu ombro e abri a mesma para conferir se minha carteira, celular e chave de casa estava ali dentro.
Camila voltou e pegou a bolsa dela em cima do sofá e foi até a porta e abriu, passei logo após dela e então ela trancou a mesma e guardou a chave na bolsa. Fomos em direção ao carro e entramos.
— Como é sua avó? - perguntei passando o cinto pelo meu corpo e olhei de lado vendo Camila fazer o mesmo.
— Está nervosa? - ela perguntou risonha e eu afirmei - ela não é igual minha mãe, não se preocupe - ligou o carro e deu a partida - mas eu também não sei o que ela tem a me dizer e o motivo de querer que eu fosse até lá e te levasse comigo.
— Eu tô com medo - ela parou o carro em um semáforo e me olhou - depois eu vou levar você para conhecer minha mãe só pra você sentir a sensação que estou sentindo.
— Oh meu bem - ela esticou o braço e acariciou o meu rosto com o polegar - eu não me importo que me apresente a sua mãe - fiz um bico ao perceber que ela não ficaria tão nervosa quanto eu - e não precisa ficar com medo, eu estou com você e nada demais vai nos acontecer, minha avó é um amor.
Ela voltou a prestar atenção no trânsito e eu voltei a pedir dentro de mim que a avó dela fosse mesmo um amor, já bastava saber como a mãe dela e ter uma noção de como seu pai era. A mãe dela não perdia oportunidade todas as vezes que ligava para oferecer a filha dela a um homem qualquer e isso as vezes me deixava chateada. Camila não tem culpa da mãe ser assim e vejo o quanto ela fica triste e chateada sempre que a mãe dela vem com esses assuntos, ela sempre faz questão de dizer que está comigo e eu fico toda boba.
— Quer água? - me perguntou quando paramos no primeiro posto após quase duas horas dentro do carro.
— Não quer ficar aqui esperando por a gasolina e eu vou lá no mercadinho? - sugeri e ela concordou com a cabeça e então ambas descemos do carro, ela para esperar o rapaz abastecer e eu para ir comprar algo.
Entrei no mercadinho do posto e fui em direção as águas, peguei duas garrafinhas e dois salgadinhos e então voltei onde eu tinha pego as águas e peguei duas garrafinhas de suco e fui em direção ao caixa, paguei e peguei as sacolas. Fui em direção ao carro e Camila já estava entrando no mesmo, abri a porta e entrei, passei o cinto e abri a sacola em meu colo pegando a garrafinha com água e abri a mesma e estendi em sua direção.
— Obrigada - falou e levou até a boca bebendo até a metade da garrafinha e então me devolveu, eu fechei e deixei dentro da sacola de novo - mais um pouco e a gente chega.
— Posso ligar o som? - ela concordou com a cabeça e eu liguei o som e conectei no bluetooth do meu celular, procurei minha playlist no Spotify e dei play.
Ficamos em silêncio enquanto apreciávamos a música que tocava, no caminho eu abri o salgadinho e fui comendo, as vezes colocando alguns na boca de Camila que não tirava os olhos da estrada, abri uma garrafinha de suco também e com a ajuda de um canudo consegui que ela bebesse enquanto dirigia.
E realmente não demorou muito para que chegássemos ao nosso ponto de destino, logo Camila estava estacionando na frente de um restaurante, assim que descemos do carro e entramos no restaurante eu pude ver sentada em uma das mesas perto as grandes janelas de vidro a mãe de Camila. Ela fechou a cara assim que nos viu, acho que isso não passou despercebido por Camila que estendeu sua mão e entrelaçou seus dedos aos meus, seja o que Deus quiser.
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Soul Meraki
RomanceMeraki (v); do grego μεράκι, fazer algo com alma, criatividade ou amor. Colocar parte de si em algo que esta a fazer. Uma tarde chuvosa em Melbourne na Austrália obriga uma jovem de cabelos castanhos a entrar em uma pequena e aconchegante cafeteria...