COVARDIA [M]

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Ellen 🌸

Sai do quarto indo pra cozinha pra tomar café e vi minha mãe sentada na mesa, dei um beijo nela e me sentei pegando meu pão.

Ellen: cadê o tio RD?

Karina: já foi pra boca.- assenti e coloquei meu café na xícara.

Ellen: o que cê tem? Por que essa carinha?- ela me olhou.

Karina: é que hoje é uma data meio triste...

Ellen: hoje? Mas o que tem hoje?

Karina: hoje ia ser aniversário do seu pai se ele fosse vivo...- vi o olho dela encher de lágrimas.

Ellen: caramba eu tinha esquecido.- ela sorriu fraco - vou passar no cemitério e levar umas flores pra ele.- ela assentiu.

Karina: eu vou com você.- assenti.

Ellen: você ainda ama ele? Mesmo depois de tantos anos?- ela suspirou.

Karina: eu nunca deixei de amar ele filha, só me acostumei com a saudade, afinal, ele foi alguém muito importante na minha vida. Ele tem sim um lugar enorme no meu coração, mas também amo o Rodrigo, ele é outra pessoa que foi e é importante pra caralho na minha vida, digamos que são os meus dois amores.- sorri fraco.

Ellen: eu queria lembrar do meu pai, eu era tão pequena quando ele morreu, não tinha nem 1 ano né?- ela assentiu.

Karina: ó, mas ele te amava ein, muito.- assenti sentindo vontade de chorar.

Eu queria ter conhecido mais o meu pai, queria ter tido essa oportunidade. Só conheço ele por fotos e pelo que todo mundo fala, eu sei que cheguei a conhecer ele, mas eu não tinha nem 1 ano de vida, como vou me lembrar?

Talvez eu sinta que ele me ame, acho que sinto a presença dele na minha vida. E amo ele.

Todo mundo fala que ele teve uma história meio complicada com a minha mãe, com idas e vindas, machucados, mas que no fim de tudo ele sempre amou ela.

Ouvi dizer que ele era o palhaço da turma... queria ter te conhecido pai...

Sai de casa com a minha mãe e fomos no cemitério levar algumas flores.

Parei em frente ao túmulo e senti o choro na garganta, respirei fundo e sorri fraco colocando as flores lá, em seguida minha mãe fez o mesmo.

Ellen: oi pai, sei que cê tá me ouvindo, só queria dizer que eu te amo e que queria ter tido mais oportunidade de te conhecer melhor, porque escutar dos outros não é a mesma coisa...- sorri fraco segurando o choro e minha mãe me abraçou.

Karina: é Carlos, cê faz falta, nunca te esquecemos, e nunca vamos...- ela sorriu fraco deixando algumas lágrimas escaparem - quando a gente finalmente tava feliz você se foi né... Mas Deus sabe de tudo. Eu conheci outra pessoa e o amor sorriu pra mim novamente... Mas você vai tá pra sempre no meu coração, sei que um dia ainda vou te encontrar.- sorri.

Ellen: é... nós vamos.

* * *  

O tio Ret convidou a gente pra um churrasco em família e nós fomos.

Chegando lá já vi o Ryan brigando com a Luiza por comida e comecei a rir.

Ellen: Ryan sendo Ryan. - neguei rindo e ele mandou dedo.

Ryan: essa mandada aí que queria pegar minha comida.- a Luiza jogou uma garrafa nele.

Luiza: eu que fiz esse prato Ryan, vai tomar no cu.- ela falou puta e eu ri.

Ryan: larga de ser mentirosa garota.- ela pulou em cima dele puta da vida batendo no mesmo.

O tio Ret correu puxando ela de cima do Ryan que já tava todo arranhado e eu me acabando de rir.

Anna: que palhaçada é essa aqui?

Luiza: eu fiz esse prato de comida e o mandado do Ryan veio pegar dizendo que era dele, sem contar que pegou minha carne também.

Ryan: Iih mentira dela mãe, eu vi o prato lá sem dono então fiz o resto e peguei minha carne aí ela veio dizendo que era dela.- a Anna negou.

Anna: o prato é dos dois, dividam e pronto acabou a briga.

Luiza: não mãe eu que fiz.

Ryan: ah não, foi eu que fiz.

Anna: eu já disse e tá dito, vão me desafiar mesmo?- eles bufaram e pegaram o prato pra dividir entre os dois.

Dedé: moral do caralho ein Estrella.- ela jogou o cabelo e sentou na mesa.

Anna: sou a patroa né amores.

Ellen: óbvio, tem que respeitar.- ela riu.

Sentei na mesa com meu prato e vi o Ryan e a Luiza comendo de cara feia.

Ellen: cadê a Safira gente?

Ryan: tá enjoada pô, ficou em casa.

Ellen: e tu deixou ela lá sozinha?

Ryan: vim comer né, cê acha que ia perder?- o Dedé gargalhou.

Ellen: mó vacilão papo reto.- ele fez careta e colocou um garfo de comida na boca.

Ret: Ryan parece que passa fome, não pode ver comida.

Ryan: comida é vida.- gargalhei.

Ret: ae família, queria dedicar esse almoço a alguém especial que partiu há muito tempo, mas que tenho certeza que tá no meio da gente sempre. Hoje seria aniversário dele e a gente não poderia esquecer essa data tão feliz e triste ao mesmo tempo... é pra você Carlos, meu amigão do peito, meu irmão de coração, que partiu numa missão pra ajudar a mim e a Anna, quero que você saiba que você nunca vai ser esquecido irmão, a gente te ama.

Fizemos um brinde e senti uma lágrima escorrer e enxuguei rapidamente.

Dedé: pra você Carlão, te amo irmão.- ele falou emocionado.

Anna: nunca vamos te esquecer cara.

RD: é... nem te conheci direito, mas sei que tu é foda, pai da minha filha de coração e já fez a mulher da minha vida muito feliz.- sorri emocionada e minha mãe também.

Ryan: chegou nem a ser meu padrinho, mó vacilo desse filho da puta que te matou, mas tu vai ser sempre meu padrinho pô, de coração.

Ellen: aí gente, vou chorar.- eles riram.

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