Capítulo 4

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Castiel?

"O que é q..." Digo. Nem sequer sei o que estou a fazer. Ele está na minha cama, as luzes estão apagadas no entanto a janela está aberta, o que faz com o que o quarto fique iluminado o suficiente para o ver.

"O que é que estou a fazer aqui?" Ele impede me de terminar a frase. Levanta-se. Vem de encontro a mim.

"Bom, isso pergunto eu. Visto que chegaste à cidade e não me avisas. Parece que já não tenho o mesmo valor para ti." Ele diz, sem tirar os olhos dos meus. Estou paralisada, não consigo falar. Ele está igualzinho ao cartaz que vi no bar. Está lindo, precioso e intocável.

"N-não foi nada disso, apenas..." Ele interrompe, novamente.

"Não quero desculpas. Admite que não tens consideração por mim." Ele aproxima-se. "Não tiveste coragem de me dizer, não tinhas coragem de pensar em como seria ver-me." Aproxima-se ainda mais, estamos a uma distância mínima.

"E-eu..." Consigo sentir o hálito dele bem próximo a mim. Quente, intenso, contra mim.

"Admite, Allayah. Tu ainda me queres, apenas tens medo de que me ver torne isso insuportável." Ele sussurra no meu ouvido.

"Não, eu não quero." Minto, a sussurrar. A minha voz fraqueja, é nítido que não sei o que estou a dizer. Ele sorri de canto, e sinto automaticamente as minhas pernas humedecerem.

"Eu conheço-te. Estás fraca, a minha voz deixa-te com um frio na barriga e neste momento, só me queres beijar. Ninguém te sabe ler como eu, só eu, mais ninguém." Ele diz e sem que eu possa contar, viaja com uma mão para a minha cintura e a outra acaricia o meu cabelo, fazendo me revirar os olhos com o prazer que estou a sentir.

"Não te preocupes, eu também senti a tua falta. Meu Deus, como eu quero sentir essa boca em volta de mim." Ele geme e eu desisto. Entrego-me aos lábios dele e ele permite-me a passagem. Uma enorme sensação familiar toma conta de mim assim que sinto o sabor de menta da boca dele. Viciante, perigoso, contagiante. E finalmente, meu outra vez.
As mãos dele percorrem o meu corpo e eu sem saber por onde começar, puxo de leve os fios ruivos dele, fazendo-o produzir aquele som maravilho outra vez.

"Oh Deus..." Gemo. Já não tenho sentidos, não tenho lógica, apenas o meu amor por este homem. O amor que me consome. O amor que me faz querer ser alguém melhor. Para ele. Por ele.

"Allayah..." Ele diz no meu ouvido.

"Allayah." O tom de voz aumenta, o que me faz olhar para ele.

"Allayah!" Um grito tira-me do meu transe e eu abro os olhos. Era um sonho?! Não pode ser!

"Caramba, menina. Estava difícil te acordar." É de facto um sonho. A Yellen à minha frente comprova isso. Não posso acreditar que tudo não passou de uma mera fantasia. Parecia tão real... Eu consegui sentir...

"Preciso que me emprestes a tua chave, perdi a minha e tenho de ir fazer uma cópia." Ainda estou atordoada. Não falo, apenas aponto para a minha secretária onde está a chave. Ela pega na chave e sai do quarto.
O que raio acabou de acontecer?
Levanto-me sem rumo e pego no telemóvel para ver as horas.
São apenas 9:30h e é Sexta-feira.
Não sei o que pensar, apenas me limito a sentar-me na cama para me acalmar do sonho que tive.
Não entendo porque raio sonhei com algo deste gênero.
O certo é que mexeu comigo, parecia tão real...
Isto lembra-me de que o show dele é já amanhã e eu confirmei com a Melody de que iria.
Castiel, estás a deixar-me maluca.

Decido que é melhor fazer-me à vida e visto que ontem acabei por nem arrumar nada, aproveito a manhã para o fazer.
Decoro o meu lado do quarto aos meus gostos, para me sentir mais em casa e aconchegada.
Arrumo as minhas roupas no armário e deixo os livros perfeitamente organizados na minha secretária.
Depois de duas horas a arrumar, finamente vejo o trabalho pronto e dou palmadinhas nas costas a mim mesma por ter ficado tão bom.
Hoje há algumas coisas que quero fazer, tenho de ir almoçar à cantina da faculdade para ficar familiarizada e depois tenho de passar no café para falar com a patroa.
Obviamente, tenho de guardar algum tempo para refletir sobre o quão burra sou por ir ao show do meu ex.
Assim que acabo de me vestir, a Yellen entra no quarto.

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