Capítulo 7

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"Meu Deus!" Digo. É mesmo a Ambre! Ela está muito mais magra do que me lembrava, está completamente desidratada e pálida. Ela quer falar, mas nem tem força para isso.
Apresso-me para abrir o pacote de açúcar e a fazer tomar, enquanto a seguro, sentada ao lado dela.

"Ambre!" A voz do Nathaniel surge por trás de nós, aflita. Só estamos os três nesta rua, ele está com a respiração acelerada, certamente devia estar à procura dela. Ele reconhece-me e corre até nós. Senta-se em frente á irmã, que pouco a pouco vai abrindo mais os olhos, assim que o açúcar começa a fazer o seu efeito.
Eu seguro no cabelo dela para que ela consiga respirar melhor e levar com ar fresco. Já o Nathaniel, veio com uma garrafa de água e está molhando um pouco a cara dela para a fazer acordar.

Ela começa a tossir e a reagir.
Assim que começa a melhorar, fala.

"Não foi assim que imaginei te reencontrar." Ela diz, com um sorriso sincero. Ela está diferente. Já não há nada maldoso no olhar dela. Como assim?

"Meu Deus, Ambre! O que se passa na tua cabeça?" O Nathaniel berra praticamente desesperadamente.
Ele está chateado.

"Nathaniel, tenha calma. Ela acabou de se recuperar." Digo. A Ambre lentamente começa a levantar, faço o mesmo e a seguro para a impedir de cair. Ela sorri para mim em forma de agradecimento.

"Está tudo bem, sério. Só por favor, me leva para casa." Ela diz com o olhar cabisbaixo. Estou seriamente preocupada. Ela está muito magra em comparação ao que era antes, além disso está demasiado pálida.

"É a terceira vez essa semana. Não aguento mais! Da próxima vez, eu..." Ele começa, mas não acaba. Terceira vez? O que se passa, afinal?
Rapidamente ela ameaça cair outra vez.
Eu e o Nath imediatamente temos o instinto de a agarrar, um de cada lado.

"Pronto, vamos embora. A gente tem algumas ruas para percorrer, Ambre. Segura firme." Ele diz.

Pelo caminho, a Ambre parecia estar a começar a recuperar, mas mesmo assim ainda estava fraca demais para andar. Caminhamos até chegar a umas ruas que já eram desconhecidas para mim.

"É aqui." Ele diz.

"A casa dela é aqui?" Pergunto.

"Sim, quer dizer, de uma amiga dela, mas não vem ao caso. Por enquanto, ela está aqui." Sinto que não é o momento de ficar perguntado coisas sobre esse assunto.

A amiga da Ambre a veio buscar na entrada. Insistimos em ficar com ela, mas ela não nos deixou fazer mais por ela, apenas disse que daria notícias ao irmão logo de manhã.
Fiquei sozinha com o Nathaniel na rua.

"Desculpa por ter feito você a trazer comigo." Ele diz com a mão por detrás da nuca, num tique de nervosismo. A verdade é que já não o via desde ontem quando fomos jantar e ele saiu daquela forma... estranha. E hoje quando o reencontro, volta a ser de uma forma ainda mais estranha.

"Não me peça desculpa. Eu realmente quis ajudar. Encontrei ela caída no chão. Tinha que fazer algo. Fiquei em choque quando percebi que era ela..." Começamos a andar, não sei bem para onde, apenas me limito a chegar.

"É... Obrigado. Senão fosse você..." Entendo que ele não quer terminar a frase. Então começa uma nova.

"Está indo para onde a essa hora?" Pergunta. Não lhe posso dizer que estava afim de dar um passeio para pensar na minha vida e no meu ex com mudanças de humor constantes, né?

"Estava indo para o dormitório, na verdade." Digo.

"Sério?! Você estava do lado exatamente oposto." Ele franze a sobrancelha e sorri de lado. Ele percebeu a minha mentira.

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