Eu achava que já tinha visto tudo o que era mais fofo no mundo. Bebés, cães pequeninos, gatos e até mesmo golfinhos. Isso tudo, até ver este homem a dormir com a boca ligeiramente aberta. Isso é a coisa mais fofa do mundo.
Dormi demasiado bem. Na verdade, acho que já não dormia tão bem há algum tempo. Não quero sair daqui. Só de pensar que hoje tenho aulas, até custa acreditar.
"Bom dia." A voz dele penetra em mim. Todo o meu corpo arrepia em resposta a ela. Incrível. A sua voz rouca, fica ainda mais depois de acordar. No entanto, há um toque doce nela.
"Oi." Um sorriso parvo enorme surge no meu rosto, puxando um leve e discreto no seu.
Ele vira o seu corpo para mim e leva a sua mão até ao meu rosto, fazendo leves carinhos.
Quero fazer este momento durar para sempre.
Não consigo parar de observar o seu rosto. Os piercings na sua orelha voltam a sobressair."Gosta deles?" Pergunta, assim que percebe a direção do meu olhar. Assinto com a cabeça, enquanto a minha mão brinca com eles. São imensos. Provavelmente, uns seis. Podia contar, mas ainda estou com demasiado sono para isso.
"Eu gostaria de te ver com um desses na língua." Admito. Os seus olhos arregalam e um sorriso de lado aumenta no seu rosto. Não sei porque disse isso, mas é verdade. Consigo imaginar o quão atraente ele ficaria, já para não pensar na sensação que deve ser beijar alguém com um piercing.
"Sério?" A sua mão desce para o meu pescoço e lentamente para o meu braço. Arrepio com o seu toque.
"Aham." Estou tão hipnotizada por ele.
"Quem sabe, eu possa fazer..." A sua voz é rouca e baixa, perto do meu rosto.
"Se também fizer um." Termina. Entalo-me com a minha própria saliva. Um piercing? Oh, Deus, os meus pais eram capazes de me matar.
"Um piercing? Você é louco..." Sussurro de volta.
"Porque não? Ficaria tão sexy com um no umbigo." Os seus dedos se movem até à minha barriga. Arrepio, por inteiro, quando começam a fazer pequenas carícias perto do meu umbigo. O seu olhar alterna entre a minha barriga e os meus olhos. Sem nunca perder o sorriso maroto no seu rosto. Já estou noutro planeta.
"Os meus pais iriam me matar." A minha voz me trai. Estou muito mais fraca do que parece. Tudo por causa desse homem.
"Porquê? Você é uma adulta, pode fazer o que quiser. Além disso, aposto que já estava imaginado qual seria a sensação de um piercing passando... você sabe... aí embaixo." Oh, Deus. Eu quero tanto... Ele tem razão. Eu sou uma adulta. Eu tenho o meu próprio trabalho e eu realmente me esforço muito nos meus estudos. É só um piercing. Eles não precisam saber.
O alarme do meu celular tira-nos do nosso transe."Merda. Estou atrasada." O meu corpo levanta da cama automaticamente, procurando pelas minhas roupas. Encontro-as em cima da secretária dele, então sou rápida a vesti-las. Essa não é a melhor roupa para ir às aulas, mas não tenho tempo para ir trocar...
"Nem pensar." Ele tira o top da minha mão antes que eu possa vestir.
"O que foi?" Franzo as sobrancelhas.
"Vai ter aulas com aquele caralho do professor Zaidi?" O que raio...
"Vou. Porquê?" Estou confusa. O que isso tem a ver com o meu top?
Ele vai em direção ao armário e retira uma camisola preta. Tenho a impressão do seu guarda roupa ser constituído maioritariamente por pretos e cinzentos."Aqui." Ele me entrega a camisola. O meu olhar de confusão é nítido.
"Você não vai mandar no que eu visto ou não, Nathaniel." Estalo. Não o conheço em contexto de relação, mas não quero entrar numa onde eu não posso vestir o que eu quero.
"Eu não quero mandar no que você veste. Mas, eu te conheço. Não se vai sentir bem se for assim vestida. E, sim, também tem a ver com esse professor. Não gosto da maneira como ele olha para si." Não sei o que pensar disto. Mas, consigo entender, acho eu. Não concordo sobre a maneira como o professor me olhar, mas sei que se eu achasse isso sobre alguma menina, também ia ficar insegura.
"Ele não me olha de maneira nenhuma. Foi por isso que saiu como um furacão no outro dia?" Pergunto enquanto visto a camisola. Os meus sentidos intensificam quando sinto o seu perfume passar por mim. Eu quero morar nessa camisola.
"Ele te conhece há um dia e já vai dizer que você tem algo de especial? Ele, obviamente, quer te foder." Engulo em seco a escolha das suas palavras. Não imaginava o Nathaniel tendo esse tipo de linguagem, mas parece que tenho de me acostumar que ele mudou por inteiro. Não acho que seja caso para tanto. Eu não me senti desconfortável com a conversa do professor.
"Ele apenas gostou da minha resposta. Não há razão para achar isso." Explico. A mão dele viaja para o meu queixo e levanta a minha cabeça, fazendo com que os meus olhos fitem os dele.
"Ele quer te foder. Mas, você é minha." Não consigo me sentir ameaçada pelas suas palavras, tudo o que sinto é... desejo. Desejo por esse homem. Sinto as minhas bochechas queimarem como fogo, socorro. Incrível como até depois de acordar, ele tem um cheiro tão bom.
"Continuo achando que devia faltar e ficar aqui comigo, mas tudo bem." Ele deposita um beijo demorado na minha testa e o meu coração aquece. Eu também quero ficar aqui, para sempre.
Onde ele estiver, eu quero estar. Não importa o sítio."Porque não vem comigo? Você não tem aulas?" Agora que me lembro, se ele está no curso de criminologia, não faz sentido ele ter ido à aula do professor Zaidi.
"Provavelmente, mas não me apetece ouvir alguém com menos conhecimento do que eu tentando me ensinar alguma coisa." Um sorriso de lado surge no seu rosto. Solto uma risada. Tenho saudades de ver o lado intelectual dele.
"Convencido." Sussuro, puxando um sorriso fofo dele.
Acabo de me arranjar e preparo-me para me ir despedir dele, mas ele afasta-me."O que está fazendo?" Ah?
"Eu vou levá-la." Ele diz enquanto veste uma camisola e as suas calças. Fico feliz. Não queria separar-me dele. Essa noite pareceram dias, na verdade. Sinto que já estou tão confortável perto dele. Não consigo evitar um sorriso.
"Vamos." Despedimo-nos da gatinha e saímos do apartamento. O apartamento do Nathaniel fica apenas a quinze minutos do campus, então paramos para ir comprar um lanche e um café, enquanto fazemos o nosso caminho.
As nossas conversas variam entre como os lanches são caros no centro da cidade. O Nathaniel diz que vai fazer uma manifestação para baixarem os preços. Eu não consigo parar de rir.Infelizmente, a minha felicidade acaba quando chego no portão do campus.
"Certifique-se de que ele se mantém no sítio dele." Ele diz, antes de depositar um breve beijo na minha testa. Fico um pouco triste. Esperava que ele fosse me beijar. No entanto, não sei em que ponto estamos. Muito menos sei o que somos.
"Sim, pai." Pisco o olho para ele, pronta para me virar e entrar no campus, mas ele me puxa para ele novamente e sussurra no meu ouvido, discretamente.
"Não me chame isso de novo. Ou vou ser obrigado a te levar de volta para aquele quarto e te foder até os vizinhos decorarem o meu nome." Oh, não. Há coisas que eu não estou nada acostumada a ouvir, muito menos da boca dele. O meu corpo inteiro está a queimar. Estou tonta. Socorro.
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What About Us?
RomanceEssa história é sobre uma garota que amou alguém faz muito tempo e quando o reencontrou, tudo mudou. Mas, não mudou para o que todos esperavam. Ela descobriu que o amor que vale a pena é aquele que nos questiona a mente e muda a alma. A Allayah nun...