Capítulo 29

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"Então, espero que tenham percebido como surgiu a Arte nos tempos antigos. E lembrem-se: A Arte é, será sempre, subjectiva." Eu e a Chani estamos, claramente, morrendo de sono nas nossas cadeiras. A aula foi interessante, sem dúvida. Mas, a minha mente está noutro sítio. Num apartamento, cheio de livros, com uma gatinha.

"Queres ir almoçar à cidade? Apetece-me ir comer um hambúrguer." Todo mundo já está a arrumar as coisas para ir almoçar. O meu pequeno almoço foi resistente então não estou com muita fome, mas quero estar com ela.

"Sim, vamos." Hoje, sem falta, vou me apegar ao trabalho final. Além disso, também tenho que ligar aos meus pais.

Ela escolheu um restaurante que eu nunca tinha visto na cidade. É super bem decorado, parece um restaurante dos anos 90. Tem uma música ambiente agradável e não está demasiado cheio, perfeito.
A senhora veio atender-nos rapidamente e pedimos as duas a mesma coisa. Um hambúrguer de queijo cheddar e um milkshake de morango. A Chani hoje está diferente do habitual. As suas roupas pretas não têm nenhuma estampa de esqueleto e os seus cabelos estão lisos, ao invés de ondulados como é costume.

"Estou a sentir uma energia confusa vinda de ti." Diz. Provavelmente, no estado em que estou, qualquer um consegue sentir essa energia.

"É assim tão óbvio?" Um sorriso fraco aparece no meu rosto. A senhora entrega os nossos milkshakes. Assim que ela se vira, a Chani fala.

"Sabe que pode falar comigo. Não gosto de te ver assim, você é alegre, não combina consigo estar triste." Ambas provamos as nossas bebidas ao mesmo tempo. Está delicioso. Quero contar-lhe tudo, explicar-lhe como me sinto e a verdade... é que tenho me sentido um pouco sozinha sobre essa situação. Não consigo contar à Rosa, a opinião dela sobre o Nathaniel é clara e a do Alexy muito mais.

"Bom, basicamente, tudo começou quando..." Contei tudo para ela. Desde a conversa com o Castiel, aos momentos com o Nathaniel. Tudo, até hoje de manhã. A expressão dela é difícil de ler. De vez em quando, franze a sobrancelha ou solta um sorriso de lado, mas apenas isso. Assim que acabo de contar, ela solta um suspiro discreto.

"Eu não acho que você ame o Castiel." Outch. As palavras dela são duras em mim. Eu já sabia que o meu sentimento por ele era confuso, mas ouvir alguém de fora dizer o que eu tenho medo de pensar....

"Quer dizer, eu acho que você já o amou. Mas, o tempo levou esse amor. Agora, você está agarrada à ideia do amor que sentiu por ele e tem medo de que se começar a sentir algo por alguém, isso seja como... trair o Castiel." Nunca pensei nas coisas dessa forma. Sempre achei que o meu amor por ele era inabalável. Mas, com o Nathaniel... é como se ele me fizesse perceber que a minha vida é uma seca sem ele.

"Além disso, o sorriso que você tem na cara quando fala do Nathaniel, isso é alguma coisa." Ambas sorrimos. É verdade. Sempre que penso nele, as borboletas surgem na minha barriga.

"Só fico desiludida com o Castiel, sabe? Ele não tinha necessidade de dizer tudo aquilo, de me magoar daquela maneira..." Isso realmente me magoou. Temos uma história, uma bonita. Ele devia respeitar isso.

"Acredita mesmo que ele falou a sério?" Ela solta uma risada e isso me faz franzir as sobrancelhas.

"Eu não o conheço, mas esse discurso foi demasiado forçado. Certamente, ele não falou sério." Como assim? Porque ele haveria de mentir sobre isso? Ele admitiu que era apenas para me levar para a cama.

"Chani, ele admitiu."

"Ele deve ter uma razão por trás disso. Não acredito nada que ele tenha dito isso sem um motivo forte. Ele não me parece esse tipo de pessoa. Você deveria saber melhor do que eu." É verdade... ele não é. Mas, então, porque raio é que ele o fez?

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