Capítulo 30

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Um sorriso amoroso é formado no rosto dele, antes de se dirigir a mim e juntar os nossos lábios. A sua língua dança com a minha, apaixonadamente e as suas mãos são firmes na minha cintura. Deus, os beijos dele são irreais.

"Senti a sua falta..." O olhar dele é sério no meu. Não há malícia nas suas palavras, pelo contrário, ele parece... preocupado.

"Realmente, não vive sem mim." Solto um pequeno sorriso de lado. Tenho a impressão dele estar imerso nos seus pensamentos.

"Está tudo bem?" Pergunto.

"Agora sim. Venha, temos de nos apressar." O quê? Ele segura o meu punho e me puxa para fora do quarto, batendo a porta atrás de nós.

"Vamos, onde? Já é tarde, Nathaniel!" Faço força com o meu pulso para me soltar dele.

"Tenho uma surpresa para si, deixe de ser teimosa." Ele deposita um breve beijo no meu rosto, antes de me dar a mão. Um sorriso parvo aparece no meu rosto. Uma surpresa? Às dez da noite?

"Uma surpresa?" Solto uma risada, enquanto entramos no elevador.

"Exatamente. Pensei que podia estar entediada após um dia cansativo de aulas, então quis te animar." Os seus lábios viajam para o meu ombro, depositando beijos carinhosos nele. O meu coração aquece com o seu toque, quente e suave contra mim. Quero colocá-lo numa caixa e guardar só para mim.

"Acertou... O meu dia foi massacrante." Suspiro.

"Então, presumo que o seu professor se manteve quieto." O elevador abre e saímos para o centro do campus. Não se vê ninguém.

"Sim, ele se manteve. Não sei porque está com essa ideia maluca na cabeça." Reviro os olhos. Um sorriso de lado cresce no seu rosto.

"Não faça isso muitas vezes."

"Ou então?" Provoco.

"Teremos que voltar para aquele quarto minúsculo." Um calor toma conta de mim. É incrível o efeito que as suas palavras têm em mim.
Passamos para a parte de fora do campus e eu observo o Nathaniel tirar algo do seu bolso. Antes que possa raciocinar, um barulho e uma luz fazem com que eu olhe para a minha frente.
É um carro.
Um Ford Maverick preto. As lágrimas ameaçam surgir no meu rosto... o meu avô, ele... tinha um exatamente igual.
O que é isto?
Ele dirige-se até à porta do passageiro e a abre. Tenho a impressão de estar sonhando, mas que raio....

"O-O que é isto?" Gaguejo. Desde quando ele tem carteira de motorista? Nunca o vi dirigindo ou falando sobre ter um carro.

"Eu tinha algum dinheiro... E precisava de um carro para poder me deslocar com mais facilidade dentro e fora da cidade." Ele está tímido. As suas bochechas estão levemente tocadas pelo vermelho e ele faz aquele tique de nervosismo de mexer nos seus piercings. Eu sei que os pais do Nathaniel têm dinheiro suficiente para comprar dez carros destes, mas tenho a sensação de que nenhum dinheiro deles foi usado para isto. Conheço o Nathaniel o suficiente para saber que o seu orgulho não permite isso. Mas... como ele conseguiu tanto dinheiro?

"Mas... porquê este carro? É um clássico! Como você conseguiu?" Estou perplexa. Tantas memórias da minha infância vêm na mente ao ver este carro.

"Sempre sonhei em ter um carro destes. Além disso, na época da escola você referiu que o seu avô tinha um igual e então.... Não sei, acho que apenas lhe quis agradar." Não tenho outra reação, a não ser entregar-me aos seus braços. Não há nada no nosso abraço, a não ser entrega total. Nenhum de nós fala, não é necessário. Ele sabe que eu preciso dele e eu sei que ele precisa de mim.

"Vamos?" Ele prometa um sorriso iluminado e eu retribuo. Entro no carro e ele fecha a porta do meu lado, entrando de seguida no lado do condutor.
É estranho ver o Nath dirigindo, mas é tão sexy...
As suas mãos cheias de anéis no volante, e a visão que tenho dele é algo... impressionante.
O interior deste carro relembra-me das tardes na praia com os meus avós, apanhando conchas e búzios. O meu avô costumava dizer que eram prendas que Deus nos dava. Um aviso que algo muito bom estava para vir na nossa vida.

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