What About Us?

Capítulo 36

"Aqui." O Nathaniel me entrega o sutiã, que estava procurando pelo chão do banheiro. Tudo isso foi tão intenso... Tanto eu como ele estamos consumidos um pelo outro, pelo que acabamos de fazer. Ele me limpou depois de ter gozado e acabamos de nos vestir, apenas me faltava o sutiã.
Aperto o mesmo e visto a camisola. Quando me viro, ele já está vestido, arranjando o seu cabelo em frente ao espelho. Não consigo deixar de o admirar... o cheiro do seu perfume doce invade todo o espaço. A forma como ele penteia o seu cabelo com os dedos, os olhos dele focados no seu reflexo. É arte. Foda-se, o que é isto que estou sentindo?

"Tudo bem?" Ele pergunta, tirando-me dos meus pensamentos. A mão dele alcança a minha, fazendo-me tremer com o toque. Porque estou tão sensível?

"S-Sim, eu acho..." Suspiro. Como todos os dias desde que cheguei, este foi cheio de emoções. Assumir para mim própria que já não amo o Castiel, foi pesado. Afinal, ele foi meu primeiro namorado, o meu primeiro amor. Admitir que deixamos de amar o nosso primeiro, é tão doloroso quanto parece. Mas, o que mais me deixa confusa, são esses sentimentos pelo Nathaniel. Eu não sei o que raio é isto, mas algo me prende a ele, algo me liga a ele.

"Ei... Chegue aqui." O seu olhar é carinhoso, enquanto me puxa para si. Os seus braços me envolvem com ternura. Inspiro, deixando o seu cheiro tomar conta de mim.

"Obrigado." Ele diz. Os meus olhos arregalam.

"Obrigado por ver esperança em mim." Sussurra. Claro que eu vejo esperança nele. Eu vejo esperança toda a vez que olho para os seus olhos dourados. Eu vejo esperança toda a vez que vejo o seu sorriso mais sincero. O Nathaniel que eu conheço está aqui, com roupas e cabelo diferente, mas é ele.

"Eu vou sempre ver esperança em você." Sussurro, tão baixo que acho que nem ele mesmo ouviu.

"Bom, tenho que fechar o café, pode me ajudar?" Pergunto, separando o nosso abraço. Ele assente com a cabeça e começamos a arrumar tudo o que faltava.
Ele me ajudou a varrer e a passar o chão, mas é tudo demasiado divertido. Basta trocarmos alguns olhares, que já estamos perdidos na risada.

"O que foi? Não pensou que eu fosse capaz de limpar melhor do que você?" Ele me provoca, enquanto guarda a esfregona nos arrumos.

"Tem razão. Você limpa como uma menina." Pisco o olho. O seu sorriso provocador é contagiante. Ele fecha a porta dos arrumos e vem ter comigo à porta do café. Estou com a chave na mão, pronta para a fechar.

"Mas sou como um homem em fazer você gemer..." Ele sussurra no meu ouvido, enquanto passa para o lado de fora do café. Oh... não consigo me cansar dessa linguagem.

"Você é doido..." Digo, em meio a risadas. Fecho o café e finalmente, fazemos o nosso caminho em direção ao campus. O Nathaniel insistiu em me levar, mesmo depois de eu ter dito umas vinte vezes que era perfeitamente capaz de fazer o caminho sozinha.

"Nunca usa o carro para andar na cidade?" Pergunto. Fora o dia em que fomos fazer o piercing, nunca o vi andar de carro por aqui.

"Não. Acho desnecessário, moro bem no centro e estou perto de todos os lugares que preciso ir. Então, prefiro deixá-lo na garagem. Esses carros clássicos não podem ser tratados de qualquer forma." O meu coração aquece, literalmente.

"Porque está sorrindo?" Interrompe os meus pensamentos.

"Você parecia o meu avô falando." Admito. O meu avô tinha um cuidado especial com o carro. Ele sempre o limpava depois de o usar e ele tinha, obrigatoriamente, que passar a noite na garagem.
Ele não diz nada, apenas sorri para mim e logo depois, para o chão. Isso me lembra, de que ele esteve atento a todos os pormenores. Ele sabia que esse era o carro igual ao do meu avô. Ele o comprou por causa disso? Não, isso é um pouco ridículo, esses carros são demasiado caros.
Ele referiu que sabia que o meu avô tinha um igual, por isso achou que eu ia gostar de o ver. Mas, isso não significa que foi por isso que o comprou.