What About Us?

Capítulo 76

"O bar é já naquela esquina. Ele está escondido numa espécie de loja de conveniência, por isso faça de conta que vai apenas comprar algo." Vai ser difícil passar despercebida com o vestido curto e justo que estou usando, mas pelo menos tenho um casaco comprido que ajuda a disfarçar.
Não acredito que acabei concordando com isso...
A verdade, é que me sinto mais segura aqui ajudando ele, do que se tivesse ficado em casa
apenas esperando que ele chegasse.
Concordamos que eu iria fingir que pertenço a um cartel e que fui mandada pelo chefe para negociar com o cara, que segundo o Nathaniel, se chama Michael.
Para entrar nestes bares, apenas reservados a reuniões de cartel e de membros até da máfia francesa, além de ser preciso um cartão de acesso, também precisamos de ir vestidos de acordo.
O Nathaniel pediu ao Eric para falsificar os cartões e ele conseguiu nos mandar em menos de minutos, então foi só imprimir e plastificar.
Quanto às roupas, eu tive de vestir o clássico vestido preto e uns saltos, enquanto o Nathaniel veio com um fato azul escuro. Admito, não me sinto muito confortável a vir com essa roupa para o meio dessas pessoas, mas ter o Nathaniel do meu lado dá uma segurança extra.
Ele me deu um pequeno fone para colocar no ouvido e dessa forma ele pode ouvir a conversa toda e gravar ao mesmo tempo, assim conseguimos reunir todas as provas.

"Você vai entrar também, certo?" Pergunto. Já posso ver a tal lona de conveniência a poucos metros de nós e com isso o meu coração bate mais rápido.

"Claro. Um pouco depois de você, para não desconfiarem que estamos juntos." Suspiro. Antes que posso caminhar mais, ele agarra o meu pulso, fazendo com que pare.

"Eu prometo, não vai acontecer nada de mal." Ele diz. Baixo o olhar para o chão, um pouco assustada e nervosa. Sinto borboletas no meu estômago, mas não aquelas que gosto de sentir como quando estou próxima dele, aquele tipo que nos faz ficar enjoados.

"Bebé..." Ele sussurra. A minha pele arrepia com a menção desse nome. Já tinha saudades de ouvir isso da boca dele.
A mão dele toca no meu queixo e gentilmente o levanta, para que os nossos olhares se cruzem.

"Confia em mim." É incrível como podia ficar horas apenas admirando os seus olhos dourados. A paz que eles me transmitem, a confiança e o amor... é algo que nunca senti antes. Sinto uma calma intensa tomar conta de mim e os meus músculos relaxam por inteiro. Quando dou por mim, os seus lábios tocam os meus, com doçura.
Quando o beijei no primeiro dia dele aqui, foi diferente. Era desejo, era luxúria, agora não. Agora é carinho, é amor e preocupação. Se conseguirmos sentir tudo isso numa só pessoa, não há dúvidas nenhumas. É a nossa metade.

"Você vai entrar e como combinado, vai puxar a caixa de cereais que está logo na primeira estante. Quando a porta abrir, vai ter um homem pedindo o seu cartão, então você entrega e apartir daí, espera eu entrar para começarmos. Entendeu?" Ele explica, enquanto estamos a um quarteirão do bar.
Sinto o meu nervosismo voltar, à velocidade da luz.

"Certo." Suspiro, mas ele me dá um sorriso convincente o suficiente para me acalmar um pouco. Já senti todo o tipo de adrenalina com esse garoto...

"Vamos, bebé. Vamos conseguir." Ele deposita um beijo demorado nos meus lábios. Sem mais demoras, dou uma última olhada nos olhos dele e entro na pequena loja.

O ambiente não parece nada com um esconderijo para um bar frequentado por pessoas perigosas. É uma simples loja aberta vinte e quatro horas, que vende preservativos, comida e detergentes. Olho ao meu redor e tudo está vazio, não há uma única pessoa, nem mesmo um vendedor.

Tento me lembrar do detalhe da caixa de cereais que o Nathaniel falou. Uma caixa mais pequena do que as outras, ligeiramente saída para fora da estante. Percorro a estante com o meu olhar, até que a encontro. É algo muito discreto, quase não se pode reparar, mas está lá. Ao olhar assim, parece uma simples caixa de cereais, mas a verdade é que quando a puxo, levemente, a estante se move um pouco para a esquerda e logo depois, um homem empurra a porta, me fazendo descobrir a entrada do bar.