What About Us?

Capítulo 50

Assim que ficamos de frente para o enorme portão, sinto a mão do Nath tocar a minha, para me acalmar.

A Ambre toca no pequeno interruptor e sinto o meu estômago dando voltas ao mesmo tempo. O meu olhar está entre o portão e o Nathaniel, que não tira os olhos dos meus nem por um segundo.
A minha mente só está pensando no que dizer... Devo dizer um simples "Olá" ou tentar me desculpar como "Eu entendo se quiser que vá embora." Nenhuma delas parece-te boa o suficiente.

"Foda-se, vão demorar mais quanto tempo?" O Nath está tão nervoso como eu. Por fora, parece calmo, mas eu sei como ele é, sei quando está nervoso pela forma como as suas sobrancelhas estão franzidas e como não para de passar a mão pelo cabelo.

"A mãe deve estar ocupada." A Ambre dá de ombros enquanto o Nathaniel suspira, levando a mão o seu bolso do casaco.
Ele retira uma chave, então larga a minha mão para ir em direção à fechadura do portão.

"Tanto faz. Não vou ficar aqui esperando." Resmunga, rodando a chave. Assim que vejo o portão abrir, sinto que o meu coração pode, eventualmente, saltar pela minha boca.

Sem que possa reagir, ele volta a pegar na minha mão, incitando-me a entrar no enorme jardim.
Está tudo como me lembro, na verdade: um jardim decorado com esculturas brancas, uma piscina no centro e logo de seguida, a porta principal da entrada.
As minhas mãos estão suando tanto...

"Ei..." O Nathaniel sussurra enquanto se vira para mim. A Ambre está indo na frente, então não consegue ver.
Ele segura o meu rosto com a mão, fazendo com que eu incline a minha cabeça para ele, estou precisando disso...

"Vai correr bem, prometo. Se eles te fizerem ficar desconfortável, vamos embora. Depois de eu dar uma coça naquele canalha." Solto um riso de nervoso. Sei que ele pode fazer isso, mas quero pensar de que não vai ser necessário, a última coisa que quero é causar uma briga entre eles. Só vai dar outro motivo para os pais dele não me quererem aqui mais.
Não posso dizer mais nada, os lábios suaves dele contra os meus relaxam os meus músculos, imediatamente. A sensação eletrizante percorre todo o meu corpo, fazendo com que a temperatura aqueça uns duzentos graus.

"Fazerem isso na porta de casa deles não vai ajudar com que gostem mais da Allayah, sabem disso, certo?" A voz da Ambre volta a trazer o meu estado nervoso ao de cima.
Antes de se virar, o Nathaniel dá um sorriso calmo e tranquilizador, um sorriso que diz que me ama, que vai estar aqui para mim.

Caminhamos para dentro da casa e eu posso jurar, meu Deus, que a atmosfera é tão pesada como quando entrei lá pela primeira vez. A casa está igual, enorme, decorada com quadros e vasos espalhados pela casa. Oh, merda! Vasos! Esqueci-me completamente da prenda!
Ok, agora não há nada que possa suavizar a minha vinda aqui....

Como é que me fui esquecer disso? Estava tão nervosa com a situação... Já é indelicado o suficiente aparecer sem ser convidada, sem avisar, agora também vou aparecer sem prenda. Isto é um desastre. Não, pior do que isso.

"Mãe! Estamos aqui." A Ambre diz enquanto atravessamos a sala, em direção à cozinha. A mão do Nathaniel é cada vez mais firme na minha. Ele quer me fazer sentir segura, ao mesmo tempo que se acalma ao tocar-me. Eu sei, ele precisa tanto de mim como eu dele. O meu coração quase salta pela boca, quando entro na cozinha e vejo a mãe dele virada para o balcão. Ela parece estar com um copo na mão.

"Chegaram cedo, para variar. Podem ajudar a meter a mesa." Ela diz, antes de se virar lentamente para nós. Congelo, na hora, quando os seus olhos cruzam os meus. Um estrondo enorme ecoa pela cozinha. Vidros, só há vidros espalhados pelo chão. Ela deixou cair o copo que tinha na mão e, assim como eu, está em estado de choque, sem retirar os olhos de mim. Meu Deus... o que raio eu devo fazer? Foda-se, foda-se, foda-se!