Capítulo 49

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Recordações da noite anterior atingem o meu pensamento como um trem em alta velocidade.
As mãos dele percorrendo o meu corpo com ansiedade, desespero em me ter. A língua perdida nos meus lábios e nas minhas partes mais íntimas, os dedos dele... Ele, por inteiro.
Foi uma noite incrível, intensa e... quente, muito quente.

"Diga que sou o único."

"Não quero perder você, nunca."

As suas palavras ecoam na minha mente, estão imprimidas na minha pele, para sempre. Ao primeiro, pareciam ser sem significado, vazias e fúteis, mas no momento em que os seus olhos cruzaram os meus, soube que era o que a alma dele sentia. No momento, em que ele me tocou, não só por fora, mas por dentro, no que eu sou, no que eu quero ser, soube que era verdade. Eu sou dele e ele é meu, não há maluco nenhum no mundo, que se atreva a negar isso.

"Está pronta? Já faz duas horas que está agarrada a esse computador." A voz da Yelleen retira-me dos meus pensamentos consumidos por um loiro com olhos dourados. Temos de ir tomar café com a amiga dela... Não estou com muita vontade, preciso de adiantar um ponto do trabalho e estou cheia de nervosismo para hoje à noite. O Nathaniel tentou me acalmar ontem, antes de ir embora. Ele disse que iria tudo correr bem e que a Ambre também estaria lá para me ajudar a sentir bem, mas isso não fez com que ficasse mais calma.
Apenas quando ficamos uma meia hora, deitamos na cama, completamente pelados e abraçados, é que consegui relaxar um pouco.

"Pronto, vou só salvar o ficheiro e podemos ir." Digo, enquanto guardo o trabalho. Já estou vestida, é só mesmo sair daqui e ir para o café.
Fiquei triste pelo Nath não ter dormido comigo ontem, confesso que estou me habituando cada vez mais à sua presença... Também, acabei por decidir não lhe contar sobre o Castiel. Acabamos de resolver uma briga, acho que não deveríamos entrar noutra. Certo?

"A sua amiga gótica é bem mais inteligente do que o que pensava. Ela me entregou um trabalho com quinze páginas completas sobre o tema." Sorrio com a menção dela sobre a Chani. Apesar de ter sido um elogio, consigo perceber a tentativa falhada dela de se mostrar pouco impressionada.
Assim que repara no meu sorriso, recompõe a expressão.

"Mas não lhe diga isso. Não quero que fique convencida e depois estrague o trabalho." Diz, arrogante, disfarçando o deslize. Tranco a porta do quarto e vamos em direção ao elevador.
Será que eles vão reagir bem ao me ver?
Não, claro que não, eu meti o homem na prisão.

"Está tudo bem?" A Yelleen pergunta. Eu posso lhe contar um pouco sobre o assunto, certo? Ela sabe quem ele é e já sabe que fui sair com ele no outro dia.

"Mais ao menos, eu..." Hesito, ao início. Parte de mim sente que devo guardar isso para mim, mas a outra parte lembra-se de como a Yelleen desabafou sobre a mãe comigo. A base de uma amizade é a sinceridade, é confiar. Então, eu devo fazer isso.

"Eu vou jantar a casa dos pais do Nathaniel, hoje." Estalo. Vejo que fica confusa pela forma como franze a sobrancelha.

"Suponho que o Nathaniel seja aquele loiro do outro dia." Pois, ela não sabia quem ele era.

"Sim, isso."

"Vocês estão sérios, ou assim?" Sorrio. Ou assim, essa é a resposta certa. A última vez que lhe falei sobre a minha situação amorosa, foi quando contei sobre o Castiel.

"Tipo isso, mas ele tem uma péssima relação com os pais e... digamos que eles já me conhecem." Suspiro.

"Pela sua cara, parece que eles não gostam muito de você." Touché. Nunca pensei vir a falar sobre isso com ela.

"Eles não são meus fãs, nem eu deles." Dou de ombros. Já estamos fazendo o nosso caminho para o café que fica bem no centro do parque.

"Não tem que ser. O que importa é que goste desse Nathaniel, não precisa dos pais para nada. Se eles não gostam de si, bom... Eles bem que podem ir se foder." Ambas soltamos uma risada. Esse é o estilo da Yelleen. Pode não saber sempre o que dizer, mas vai conseguir arranjar alguma forma de nos animar.

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