Ficamos alguns segundos olhando um para o outro, antes de começarmos a rir como dois malucos.
"Foda-se." Ele diz, em meio a risos. Estou ficando sem ar de tanto rir. Não sei como vamos sair daqui, estamos demasiado apertados e ele ainda está escorrendo um pouco.
"E agora? Como vamos sair daqui?" Pergunto, assim que me acalmo. Ele suspira antes de falar.
"Puxe as suas calças para cima e tente passar para o seu banco." Faço o que ele diz. Puxo, lentamente, as calças enquanto ele tenta não se mexer muito, para não sujar o carro. É impossível não rir, meu Deus. Passo, com bastante sacrifício, para o meu lado do carro e quando me sento finalmente, suspiro.
"Na próxima, deveríamos ir para o banco de trás." Um sorriso enorme abre no rosto dele.
"Na próxima?" Oh... As minhas bochechas estão a pegar fogo.
"E-Eu..." Ele interrompe.
"Eu concordo, na próxima vamos para trás, bebé." Tudo isso seria romântico se ele não estivesse com os boxers encharcados com o seu líquido.
Lê o meu pensamento, olhando para a situação e suspirando."Eu acho que tenho uns lenços no porta-luvas. Pode chegar para mim?" Ele diz, em meio a risadas. Não importa o quão estranha é a situação, não existe constrangimento entre nós, como aconteceria numa relação ordinária. É muito mais do que isso. Já não é primeira vez que sinto isso. Onde deveria existir algum tipo de clima de vergonha, ou constrangimento, apenas existe um grande à vontade. O que é estranho, visto que estive anos sem o ver e a minha aproximação com ele não tem nem uma semana. Como as coisas estão acontecendo tão rápido?
Parece que tudo é demasiado intenso quando se trata dele.Abro o porta-luvas, que além de ter papelada sobre o carro, tinha um pacote de lenços por abrir.
"Obrigado, bebé." Ele agradece quando lhe entrego. Uma coisa tão simples consegue me fazer sorrir.
Ele retira os lenços e começa a se limpar. É estranho, ser sensual a maneira como ele limpa todo o seu cumprimento com o lenço? Oh, Deus...Depois de limpar todo o líquido e de se vestir novamente, ele sai do carro para ir colocar os lenços num lixo que estava do nosso lado. É algo mínimo, mas que valorizo. Não gosto que coloquem lixo no chão.
Aproveito para vestir o meu sutiã e a camisola. Apesar de não estar ninguém na rua, não quero correr riscos."Está tudo bem com o seu piercing?" Ele pergunta, entrando novamente no carro.
"Sim, está apenas ardendo um pouco. E o seu?" Mesmo quando estávamos no nosso momento, não senti nenhum desconforto.
"Para já, está tudo bem. Pensei que fosse me doer ao beijar, mas não." Ele explica enquanto liga o carro e faz o caminho para o campus. Já devem ser quase meia noite.
"Ainda bem." Sorrio para ele. Ficamos o caminho em silêncio, apenas se ouvia o barulho das nossas respirações e da sua mão a fazer leves carinhos na minha perna. Isso é o som do silêncio confortável. Estamos ambos exaustos do que acabamos de fazer e ao mesmo tempo, com uma felicidade extrema.
Choro, mentalmente, quando ele estaciona na frente do campus.
"Tem a certeza de que não quer vir dormir comigo? Sou muito melhor companhia do que a Yelleen." Aproxima-se de mim, depositando leves beijos no meu pescoço.
"Eu sei que é, mas não quero lhe dar mais motivos para me matar durante o sono." Ambos soltamos uma risada. Trocamos um olhar demorado, não queremos ir embora daqui.
"O que é isto que estamos fazendo?" Pergunto, finalmente. Não gosto de ter dúvidas quanto ao que nós somos. Também não quero que ele se sinta pressionado, eu própria não quero me sentir assim. Ainda é tudo muito recente. Apenas, quero ter a certeza de que estamos na mesma página.
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What About Us?
RomanceEssa história é sobre uma garota que amou alguém faz muito tempo e quando o reencontrou, tudo mudou. Mas, não mudou para o que todos esperavam. Ela descobriu que o amor que vale a pena é aquele que nos questiona a mente e muda a alma. A Allayah nun...