Capítulo 18

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"Allayah, olhe para mim." O Nathaniel pega no meu rosto suavemente, fazendo-me olhar para ele. Estou desfeita em lágrimas.

"Chega! Eu vou ensinar aquele caralho que não é assim que se trata uma mulher como você!" Ele aperta os punhos e ameaça sair em direção ao apartamento dele, mas eu o agarro com as poucas forças que tenho.

"Por favor, não. Ele não merece essa importância. Por favor, não me deixe sozinha." Imploro, quase caindo de joelhos no chão, com a fraqueza, mas ele me apanha.

"Olha para você, caramba! Está de rastos! Você comeu alguma coisa?" A única coisa que eu comi foi uma salada e nem a terminei, devido ao drama com o Castiel.

"Nada de especial..." Falo, fracamente.

"Venha. Estamos perto da faculdade, a cantina ainda deve estar aberta." Ele diz, com doçura. Apoio-me nele para caminhar os poucos metros que faltam para chegar no campus. Assim que chegamos, ele deixa-me sentada num banco e vai à cantina buscar algo para mim.
Ele volta com uma sande.

"É melhor ir para o dormitório, está frio cá fora e você está fraca. Vamos." Ele diz.
Assim que chegamos ao meu dormitório, preocupo-me em fazer pouco barulho por causa da Yellen, mas ela não está. Ainda não é muito tarde, ela deve ter ido sair.

"Não é a melhor coisa do mundo, mas deve servir para ganhar forças." O Nathaniel abre o pacote da sande e não me deixa segurar nela. Eu como a sande das mãos dele, como um bebé.

As lágrimas voltam a cair pelo meu rosto. Como eu cheguei nesse estado? Eu tive três anos para o esquecer, mas eu decidi ficar presa nesse amor... Amor que pelos vistos, não existe mais de parte dele.

"Ver-te assim só me dá mais vontade de socar a cara dele..." Ele aperta os punhos. Eu coloco a mão suavemente na coxa dele. Estamos ambos sentados de frente um para o outro. Ele está na cadeira da minha secretária, eu estou na cama.

"Obrigado por tudo isso, sério. Se não fosse você, acho que teria caído no meio da rua." Digo, fracamente. Embora, sinta as minhas forças a voltar, graças à sande.

"Na verdade, eu estava a caminho daqui. Queria vir falar com você..." Ele diz. Comigo?

"Falar comigo? Porquê?" Na academia ele disse que queria falar comigo, mas imaginei que fosse quando a gente se cruzasse, não que ele viria até aqui de propósito.

"O que você sentiu quando me beijou?" Quase me engasgo com o resto da sande. As minhas bochechas coram.

"O-O quê?" Não sei como reagir.

"Tirando, obviamente, a parte em que você trocou o meu nome. Mas você estava gemendo de prazer, eu senti a sua vontade. Eu sinto a sua vontade, quando está perto de mim. Estou mentindo, Allayah?" Ele fala quase como um sussurro. A minha mente viaja para a cena do nosso beijo. Depois foge para a cena da academia. Não posso negar, sinto uma atração por ele. Sempre que ele está por perto, sinto um formigueiro na barriga.

"Eu amo-o, Nathaniel. Isso não mudou." Custa-me ter que lhe dizer isto. No entanto, se ele tiver algum tipo de sentimento por mim, certamente não é genuíno. Ninguém pode ganhar sentimentos de um dia para o outro, é impossível.

"Eu sei que o ama. E eu, provavelmente, não posso competir com a história que vocês os dois têm. É só que... ele é um sacana sortudo." Ele sorri de lado, fracamente. Nathaniel....

"Bom, vou deixar você descansar. Só espero que saiba que, se você fosse minha..." Ele fala enquanto se aproxima do meu rosto. A temperatura do quarto aumentou agressivamente. Os olhos dele estão postos nos meus e é surreal, o quão literalmente dourados eles são.

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