What About Us?

Capítulo 74

Retiro o meu pé, com um sorriso parvo nos lábios. Ele está visivelmente envergonhado. Para ele gozar dessa forma, já não faz nada há imenso tempo. Eu sei que ele jamais estaria com outra garota enquanto estou aqui, mas estou me referindo a ele mesmo. Ele não se tocou, provavelmente, desde que fizemos sexo pelo telefone. Apenas isso justifica a velocidade com que ele gozou.

"Deus, essa pizza estava maravilhosa." O Armin suspira, satisfeito. Ele se levanta da cadeira, enquanto coloca o prato dele e da Chani na máquina.

"Você vem jogar mais um pouco?" Ele pergunta ao Nathaniel, que está demasiado vermelho para o normal dele. Não consigo evitar em querer dar uma risada, mas me controlo, então escondo o meu sorriso atrás da mão.

"E-Eu vou ficar aqui mais um pouco. Vou ajudar a Allayah a lavar a louça." Ele diz. A Chani e o Armin vão em direção à sala e no segundo em que eles fecham a porta da cozinha, eu me levanto.

"No que raio você está pensado?" Ele diz, agarrando-me no pulso para que não possa me mexer. Finamente, ele se levanta e posso ver a mancha nas suas calças.

"Estou pensando em ir para o meu quarto." Por mais que tente ficar séria, vê-lo desse jeito é mais forte do que eu. Este sorriso parvo no meu rosto não quer ir embora.

"Está a querer provar alguma coisa?" Ele franze a sobrancelha. Engulo em seco as palavras dele. Claro que ele sabe o que quero fazer.

"Não tenho de provar nada, o que acabou de acontecer fala por si." Digo, olhando para as calças dele. Num movimento rápido, ele se aproxima de mim, fazendo com que eu caminhe para trás até as minhas costas baterem na parede fria da cozinha.
Ele coloca os seus braços na parede, prendendo-me neles. Posso sentir o calor da sua respiração contra o meu rosto e o cheiro intenso e doce dele faz maravilhas aos meus sentidos.

"Quer jogar, Allayah? Tudo bem, vamos jogar. Apenas, não se esqueça de quem inventou o jogo." Ele sussurra, perto do meu ouvido. Essas palavras acordam as borboletas na minha barriga, que só respondem a ele. Tem sido difícil demais resistir com ele tão perto a mim, mas não vou deixar que isso volte a lhe dar o controlo. Passei demasiado tempo sem ele, é a minha vez de me divertir.

"Isso seria bem mais convincente, se não tivesse acabado de gozar apenas com o meu pé, não acha?" Provoco, falando bem perto dos seus lábios. Tão perto, que posso sentir ele endurecer de novo.

"Que tal lavar essa louça por mim? Assim pode ser que refresque as ideias." Sorrio de lado, enquanto me afasto dele, deixando-o sozinho na cozinha.

Volto, ofegante, para o meu quarto.
Toco no meu rosto, que está queimando com a adrenalina. Sempre soube que o Nathaniel me fazia ser alguém ousado. Ele me faz viver a vida ao máximo. A prova disso é o piercing no meu umbigo, algo que sem ele, nunca seria capaz de fazer.
Tudo isso agora, é a influência dele em mim.
Eu quero que ele se sentia como eu me sinto, dominado pelos sentimentos, pela maneira como ele me faz ser.

Deito-me na cama, pensando na última vez em que fizemos amor. Foi tudo tão intenso, tão intenso que várias memórias começam a percorrer a minha mente.
Em casa dos pais dele, em cima da mesa...
No banheiro do Cosy Bear...
No carro...
As memórias trazem uma sensação familiar ao meu corpo, um formigueiro no meu ventre, um calor no fundo da minha barriga, uma sensação inexplicável de o ter.
Mas, hoje não o posso ter, então só hoje eu... eu posso me aliviar, não é?
Hoje eu posso colocar os meus dedos, como se fossem os dele. Posso suspirar e gemer baixo, como se fosse a voz dele contra minha pele.
Tal como fizemos naquele telefone, três meses atrás.
De olhos fechados, apenas os meus dedos, a minha mente desenhando a silhueta dele, para disfarçar a falta que ele me faz.