Ofun foi bem recebido pela maioria dos ciganos, Afonso deu uma tenda para ele e explicou os costumes, principalmente como as ciganas eram sagradas e ele devia se manter longe, evitar olha-las e jamais toca-las.
Logo estariam na estrada e ele deu sua palavra que Ofun ficaria seguro até partir.
Com a benção de Carmensita e a amizade de Luiza ele aos poucos ia se acostumando com a rotina deles. Mas algo o incomodava a postura do pai de Eurielle, mesmo que não falasse em seu idioma, ele percebia que o velho não gostava dele e o que mais incomodava era a distância que Eurielle tinha dele. Sempre se retirava quando ele chegava, não falava com ele, era doloroso.
Percebeu que eles eram muito unidos, organizados, eram muito diferentes do que ouviu falar ou algum dia pensou e claro eles amavam festas, tudo era motivo para ser comemorado.
E numa dessas festas ele teve certeza que não poderia viver sem ela.
Estava um belo anoitece, a lua se escondia atrás das nuvens e um mistério pairava no ar, uma enorme fogueira foi acessa e logo estavam cantando e dançando, ele estava com um pouco de frio até que seu coração e seu corpo se aqueceram.
Sob véus ele viu apenas seu olhar, seus olhos pintados faziam o mesmo mistério que o luar, sua boca vermelha era perfeita e ele podia ver a respiração saindo daqueles lábios.
Ela parecia fazer de propósito e quando o véu caiu no chão, ele percebeu que a barriga lisa dela estava de fora, ela girava mostrando todas as suas curvas, ele ficava mais hipnotizados, as chamas da fogueira pareciam dançar com ela e cada movimento que ela fazia espantava o frio que ele sentia. Mesmo com tantos cheiros ali, ele conseguia distinguir o dela. Estava sentando a observando e agradeceu por isso, seria difícil esconder o que ela provocava com sua sensual dança se tivesse de pé. Seu corpo naturalmente reagia ao dela, que tipo de feitiço ela lançava, nunca nenhuma mulher teve aquele poder sobre ele. Mesmo sem toca-lo, ela fez o corpo dele queimar.
Quando a dança acabou e todos aplaudiam, Ofun percebeu que todos a olhavam, ela era perfeita, bonita demais e ele não era o único a deseja-la, mas ele percebeu que o olhar dela queimava apenas quando encontrava o dele.
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Maktub
RomanceA palavra Maktub, do árabe, significa "destino", e pode ser interpretado como "estava escrito" ou melhor, "tinha que acontecer". Eurielle ainda carrega muitas cicatrizes em sua alma, será que dessa vez com a benção do véu do esquecimento ela saberá...