Notas do AutorCapitulo associado ao livro Irmaos Vermelhos - cap 10
Alguns anos depois...
Augustus estava em seu escritório e escutou a porta principal de sua casa ser batida com força já sabia quem era e respirou fundo.
Logo a porta do seu escritório foi aberta pelo bonito rapaz.
"Papai, eu não vou mais morar lá! Esta é minha casa também e ficarei aqui!" – falava um exaltado Lucas.
Augustus sentou na sua cadeira e com sua frieza respondia: "Não! Você não ficará aqui!"
L: "Como? Não me quer aqui?"
A: "Lucas, você precisa a respeitar Ofun! Nada me faria mais feliz do que tê-lo aqui comigo, mas não assim! Não por suas birras! Não é mais um menino, precisa aprender a se portar como um homem! Sua mãe não fala, mas vejo como seu comportamento a entristece! Não entendo o porquê de tantas brigas. Ofun é um bom homem, um bom pai!"
Lucas estava constrangido, ele amava o Ofun, mas às vezes sentia um ódio imenso por ele. E coisas simples se transformavam em grandes discussões.
L: "Eu sei papai! Tudo naquela casa é harmonioso, feliz! Mamãe, papai e minha irmã, mas eu não faço parte daquilo. Não sei por que sou assim?! Sinceramente, acho que o melhor é que eu fique por aqui" – desabafou triste.
Augustus se levantou e caminhou até o filho, o abraçando.
A: "Não! Você é meu filho e não irá fugir! Enfrentará seus erros, seus medos. Agora tire essa cara séria e vá para casa, se desculpe com seus pais, eles te amam!"
Lucas o abraçou apesar de amar Ofun sentia mais afinidade com Patrick.
L: "Papai, pode falar com a mamãe sobre eu me alistar. Já estou na idade e ela não quer, meu pai conversou com ela, mas esta irredutível"
A: "Eu também já conversei. Não entendo essa aversão que ela tem. Desde que você era pequeno ela não queria que você seguisse carreira militar. Mas como não vai? É filho de um comandante e um general! Pode deixar que como sempre irei jantar com vocês. Agora vá!"
Beijou o filho que tanto amava e pediu a Deus para acalmar o coração de Lucas. Sabia que o filho sofria por seus atos impulsivos em relação a Ofun.
Patrick pensou em Flávio, com certeza ele saberia lidar com Lucas, às vezes, ele achava que era muito duro com o filho. Flávia estava ao seu lado enviando luzes para Patrick.
Flavia: "Lucas não consegue vencer as barreiras de seu coração e sofre tanto com isso!"
P: "Infelizmente ele terá um longo caminho a percorrer, mesmo Ofun tendo o perdoado por tudo e superado todas as diferenças, Lucas ainda ver Ofun como aquele que lhe roubou algo precioso. Mas tenhamos fé! Mesmo com todos os sentimentos confusos, ele ama Ofun, ama o pai amoroso, digno e forte que tem"
F: "Sim, papai! Agora vamos que quero me despedir de Eurielle. A partir de agora não voltarei mais a Terra. Eurille e Ofun prosperaram e apesar dos obstáculos da vida terrestre, eles são felizes e seus laços não serão mais afastados nessa vida!"
...
Lucas chegou em casa e pediu desculpas aos pais, amava seus pais.
A noite chegou e todos estavam jantando e sorrindo, Ofun olhava para Patrick, sua filha que tinha os traços da cigana, Lucas que já estava um rapaz e para ela, a dona do seu coração.
Sua casa enfim era feliz, ele não sentia mais frio e se lembrou quando era menino e desejava tanto uma família. Ofun estava feliz!
Flashback
Um menino com roupas surradas sem perspectiva de futuro ou felicidade, orava. Foi uma das poucas vezes que orou.
Enquanto chorava questionava se Deus existia ou o amava, porque não fazia sentindo para ele que um Pai que diz amar seu filho o deixaria naquele orfanato.
Com lágrimas silenciosas ele dormiu num colchão velho no chão frio e o menino sonhava.
Havia um soldado e uma mulher que também vestia uma armadura escura, ela era linda e tinha olhos que o hipnotizavam. Estavam em meio a uma floresta, estavam tristes parecia uma despedida.
A mulher entregou um belo punhal para o soldado.
Mulher: "Tome! Fique com ele!"
Homem: "Não posso! Você me falou que foi você que fez, sei que é muito importante para você"
A bonita moça chorava: "Sim, eu fiz dois. Ele é muito precioso para mim, mas deixo aqui algo muito mais precioso!" – e o beijou.
O menino mesmo dormindo sentia aquelas intensas emoções.
A guerreira segurava no rosto do soldado: "Não fique triste, saiba que não é fácil p mim também. Nunca amarei outro como te amo. Obrigada! Por ter me dado uma alma, por ter me dado um coração" – e se beijaram.
O coração do menino doía com aquela separação, ela montou em seu cavalo e foi embora.
O homem olhava para o punhal sua mão. Era uma arma de combate, linda, delicada, mortal.
O sonho mudou e o menino estava em um bonito jardim, era familiar e um senhor apareceu.
"Gostou do jardim? Foi você que o plantou!"
Ofun o olhava com curiosidade: "Eu não me lembro de ter feito isso, mas de alguma forma me lembro desse lugar, do senhor!"
"Sim, você se lembra! Olhe com mais atenção! Olhe para suas mãos!"
E o menino olhava para o punhal em suas mãos.
Ofun falou surpreso, começava a se lembrar: "Eu era aquele homem!"
"Isso! Continue! Olhe para o punhal!"
O menino se esforçava e então...
Ofun se levantou e assumiu sua forma adulta: "Eurielle!!"
Olhou para o senhor e o abraçou.
O: "Pedro! Que saudade! Cadê Eurielle? Onde ela esta?"
P: "Calma! Ainda são muito jovens no plano terrestre e ainda não chegou a hora de se reencontrarem, mas ela esta bem"
O: "Como irei encontrá-la?"
P: "Olhe para sua mão!"
Ofun olhou para o punhal e vários véus coloridos surgiram em sua frente.
FIM
O menino acordou no outro dia e não se lembrava do encontro com Pedro apenas do homem, da mulher, da floresta e a imagem fixa do punhal que estava em sua mente.
O menino correu para seu colega.
O: "Já sei o que serei!"
"O que?"
O: "Um soldado!"
Maktub
Notas Finais
*A palavra Maktub, do árabe, significa "destino", e pode ser interpretado como "estava escrito" ou melhor, "tinha que acontecer".
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Maktub
RomanceA palavra Maktub, do árabe, significa "destino", e pode ser interpretado como "estava escrito" ou melhor, "tinha que acontecer". Eurielle ainda carrega muitas cicatrizes em sua alma, será que dessa vez com a benção do véu do esquecimento ela saberá...