Sublime

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E o dia chegava e os dois acordavam.

O: "Bom dia, minha vida, meu amor... minha!" – e a beijou.

E: "Bom dia, meu amor! Acho que dormimos muito. Tenho que ir para casa, Lucas logo acordará"

Ofun a olhou com seu sorriso travesso e a segurava entre seus braços.

O: "Eu não quero ser um pai egoísta, mas acho que terei que raptar a mãe do meu filho por mais algumas horas!"

Eurielle sorria.

E: "Você tem que trabalhar!"

O: "Eu adiantei tudo ontem e Augustus com certeza passará hoje por lá. Hoje eu só quero, so preciso de algo"

E: "O quê?"

O: "Que você me ame!" – e beijou a cigana e fizeram amor.

Passaram boa parte do dia no quarto se amando, conversando, fazendo planos.

A tarde Eurielle foi para casa e ficou com Lucas, Augustus estava no quartel e quando Lucas adormeceu, a cigana saiu.

Eurielle estava feliz apesar de não ter estrelas no céu, a lua estava lá escondida entre nuvens. Ela chegava a casa de Ofun e assim que levantou a mão para bater na porta escutou.

O: "Estava tão ansioso que não consegui esperá-la dentro de casa!"

Eurielle se virou e viu como ele estava bonito com uma camisa e calça elegantes, ainda não estava acostumada a vê-lo assim, no acampamento usava roupas ciganas e depois apenas o via com o uniforme militar. Ele estava lindo e o beijou.

E: "Por que não falou que estava aí?"

O: "Confesso que perdi as palavras quando a vi! Você esta cada dia mais bonita e eu apenas fiquei aqui admirando-a!" – deu outro beijo, um mais intenso, apaixonado.

Ele entregou uma chave para ela.

O: "Esta casa é sua assim como meu coração" - e a beijou com volúpia.

O: "Mas não vamos entrar. Hoje eu quero levá-la a um lugar especial!"

E ela subiu no cavalo com ele, apertando o peito dele e os dois cavalgavam em meio escuridão, com os cabelos e os véus ao vento.

Chegaram à floresta e andaram até o rio.

E: "Faz muito tempo que não venho aqui, era onde o acampamento ficava e..." – a cigana ficou triste ao lembrar-se de seu pai, da humilhação, da dor daquele dia.

Ofun tocou o rosto dela delicadamente.

O: "Não a trouxe aqui para ficar triste. Enquanto eu viver não permitirei que fique mais triste e apesar de todas as lembranças dolorosas daqui, há mais lembranças felizes e é por isso que estamos aqui para criarmos outra"

Caminharam e chegaram perto do rio, a cigana percebeu que havia uma bonita tenda e uma fogueira que ele rapidamente acendeu, ele tinha preparado aquele lugar para eles, ela sorriu.

A lua que se escondia atras das nuvens começava iluminar tudo.

Ofun a abraçou e dançou lentamente com ela e falava baixo perto do ouvido dela.

O: "Desde menino eu sempre tive problemas para dormir, eu nunca tive um lugar seguro ate te conhecer. E com o amor que você despertou em meu peito, eu aprendi a sonhar e sonhar fez das minhas noites mais tranquilas. Quando nos separamos meu problema com sono voltou e eu só conseguia dormir perto dos rios, tentei me enganar fingindo que era o som d'água, mas você sabe que não era isso" - ele parou a dança e olhou no olhos.

O: "O rio sempre me lembrou você e o som dele, me lembrava de quando nos amávamos nele e você adormecia no meu peito, ali meu coração descansava feliz." – ele se ajoelhou, apoiado em uma perna e mostrou um anel com um pedra escura – "Eu comprei esse anel há anos atrás, antes do tempo nos afastar, mas eu não quero pensar sobre isso, quero que saiba que o homem que te amava antes... depois de todo esse tempo te ama muito mais e ele está aqui de joelhos com o coração quase saltando do peito. Apenas preciso ouvir dos teus lábios o que eu já sei e meu coração sempre soube."

Ofun falou em romani, na língua da cigana – "Eurielle, quer ser minha para toda a eternidade?"

Eurielle estava muito emocionada e algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto.

E: "Pra sempre sua!"

O: "Pra sempre seu!"

Ofun colocou o anel no dedo da cigana e a beijou, a rodopiou em seus braços.

O: "Sabe de uma coisa?"

Eurielle olhava o bonito anel enquanto ele a abraçava.

E: "O que, meu amor?"

O: "Sempre achei que senhora Castle combinava mais com você!"

Eurielle gargalhou e ele a abraçou, amava o som da risada dela.

E dentro do rio relembraram sua dança.

Novamente o tempo parecia não ter passado ou se passou, ele foi vencido pelo amor de Eurielle e Ofun.

Notas Finais*Excepcional. Um sentimento elevado ao limite, uma sensação plena de felicidade ou de constatação.
Que transcende o humano; que não é ordinário, comum, mundano; algo divino.
Que expressa um elevado grau de excelência ou de distinção; extraordinário.

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