Eu me sentia um menino descobrindo um novo mundo em seus braços.
Quando ela me envolvia em seus véus e me fazia viajar através de sua dança eu conhecia novos universos.
Ela amava me provocar... meus olhos a desejavam, meu coração e a minha respiração aceleraram... e então ela caminhou lentamente enquanto seus olhos me sugavam, amarrou minhas mãos com seu véu, tirou a minha roupa e observava minhas expressões... ela me olhava fixamente enquanto passava seus dedos de uma forma suave, sensual, única pelo meu corpo... eu não suportava mais aquela tentadora tortura ...
Tentei beija-la, mas com um provocativo sorriso ela me afastou...
Entendi q eu não devia me mexer e então a minha misteriosa cigana beijou delicadamente meus ombros enquanto suas unhas marcavam meu corpo, nunca senti nada parecido.
Quando a respiração dela chegou a minha pele, meu corpo reagiu.
Eu era dela e ela amava dominar meu corpo.
Está nu, tão vulnerável na frente dela, me provocava sensações que nunca tive.
Ali sem me mover enquanto ela me tocava, me beijava lentamente... ela demorou em meu peito, acho que ela sabia que o que tinha ali dentro era dela.
E então ela desceu... e de joelhos ela parecia fazer algo sagrado, algo mágico, gritei seu nome enquanto explodia em sua boca... ela tirava todo meu controle, não havia limites, vergonha.
Ela sorriu com seu olhar vitorioso e sem falar nada me fez segui-la, me levou para o rio e enquanto dançava sensualmente tirou as suas roupas bem devagar, meu corpo novamente reagia, acordava pra ela.
Pegou a minha mão e mergulhamos, mergulhamos nos nossos sentimentos, nos nossos corações,em nossas almas, ela amava fazer amor no rio, ela amava a natureza e ela era a mais perfeita das criações.
As águas do rio estavam tão claras dava pra ver o fundo do rio, mas havia algo mais lindo e sagrado pra ser contemplado... suas curvas, seus sons, seu cheiro... minhas mãos não conseguiam encontrar um lugar pra repousar, seu cabelos, sua boca, seu pescoço, seus seios, sua barriga, sua intimidade... e suas coxas me apertavam me enlouquecendo ainda mais.
Com ela no meu colo, mergulhávamos no rio enquanto eu estava dentro dela e o calor dela contrastava com a água gelada. Ela conseguia me aquecer de formas difíceis de imaginar.
Seus cabelos em minhas mãos, seus gemidos e então ela sussurrava meu nome.
Eu simplesmente não podia parar porque ela sempre pedia mais, em seus gestos, em sua respiração... em seus intensos olhos e meu corpo correspondia.
Não precisava de palavras nossos corpos, nossos corações se entendiam e eu simplesmente explodia nela extasiado pelo intenso calor que ela me causava.
...
Ofun estava parado admirando o belo rio e deixava suas lembranças o dominarem mais uma vez. Quando um soldado o chamou.
Soldado: "Senhor... Senhor?"
O: "O que foi? Sabe que não gosto de ser incomodado nos meus raros momentos sozinho! Eu devia esta nas batalhas e não indo resolver papelada!" – bufou.
Soldado: "Desculpe, senhor! Não queria incomoda-lo! Mas como o senhor gosta de ser informado sobre as caravanas que estão próximas, achei melhor informá-lo"
Ofun tentava manter a paciência: "Tudo bem! Diga!"
S: "A caravana tem quase duzentos ciganos é uma das maiores que já vi!"
Ofun virou para o soldado: "Qual o nome do líder?!"
S: "Só um momento que anotei aqui. Esses ciganos tem cada nome" - o soldado procurava o papel – "O nome do líder é Afonso!"
Ofun sentiu o ar fugir, após tanto tempo encontrava a caravana de Afonso, de Eurielle. Só podia ser a dele. Poucas caravanas tinham tantos ciganos.
O soldado percebeu a palidez e o olhar perdido de Ofun.
S: "Esta tudo bem, general Castle?"
O coração de Ofun acelerava e parecia gritar por ela. Seus pensamentos corriam no tempo.
Ofun: "Onde estão?"
O soldado estranhou o abatimento que o general ficou e indicou o local. Ofun rapidamente subiu em seu cavalo.
O: "Mande os homens não desmontarem as barracas, pois ficaremos alguns dias aqui!"
S: "Mas o comandante Augustus mandou que fossemos logo para o norte!"
O: "Faça o que estou mandando!" – e saiu.
Em seu coração, em sua mente, ele precisava vê-la, saber o por quê? Por mais humilhante que fosse perguntar, questionar, ele precisava de uma resposta.
Não podia acreditar que depois de quase quatro anos a encontraria, encontraria o passado que era tão vivo em seu presente.
E ele logo viu as tendas, as cores, o cheiro de incenso e seu peito doeu, a saudade o acertava como um imenso golpe.
Desceu do cavalo e deixou a espada perto do animal, sabia que não devia entrar armado num acampamento cigano e caminhou devagar, reconhecendo alguns rostos, mas apenas procurava um.
O acampamento se encontrava em festa e um lindo sol brilhava, logo os ciganos iam se calando com aquela figura tão atípica no meio deles, um homem de cabelos escuros e olhos claros que vestiam um uniforme, alguns o reconhecia e em silencio se lembravam do passado que foi tão doloroso pra todos.
Logo o silêncio pairou, algo raro no acampamento, uma cigana o olhou paralisada e correu para os seus braços.
Ofun sentia o ar voltar e abraçou a amiga, como sentiu falta dos sábios conselhos dela. Luiza estava mais linda do que antes e a semelhança com Eurielle doía em seu peito.
A cigana chorava em seus braços.
Luiza se afastou e olhou para ele continuava bonito, mas estava diferente com uma expressão mais dura em seu rosto e seus olhos antes gentis pareciam perdidos.
Luiza olhou em volta, procurando algo: "Cadê Eurielle? Ela não veio com você?"
Ofun a olhou confuso e Luiza compreendeu, seu coração apertou.
Ofun não compreendeu o que Luiza falou: "Como assim?" – e algo estranho surgiu em seu peito– "Eurielle não esta aqui?"
Luiza começou a chorar e Afonso a abraçou.
Ofun olhou em sua volta e sentiu medo.
Notas Finais
*O véu da dúvida, da dor, do ciume... da ilusão caia!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Maktub
RomanceA palavra Maktub, do árabe, significa "destino", e pode ser interpretado como "estava escrito" ou melhor, "tinha que acontecer". Eurielle ainda carrega muitas cicatrizes em sua alma, será que dessa vez com a benção do véu do esquecimento ela saberá...