Luiza olhou em volta, procurando algo: "Cadê Eurielle? Ela não veio com você?"
Ofun a olhou confuso e Luiza compreendeu, seu coração apertou.
Ofun não compreendeu o que Luiza falou: "Como assim?" – e algo estranho surgiu em seu peito– "Eurielle não esta aqui?"
Luiza começou a chorar e Afonso a abraçou.
Ofun olhou em sua volta e sentiu medo.
...
Afonso beijava os cabelos de Luiza que chorava e o olhou sério: "Venha! Vamos conversar!"
E os três entraram na tenda do casal.
Luiza se acalmava e bebia um pouco d'água.
Ofun estava muito ansioso, algo lhe dizia que algo ruim aconteceu.
Ofun perguntou aflito: "Por favor, podem me falar o que esta acontecendo? Cadê Eurielle?"
A: "Ela não esta mais aqui!"
O: "E esta aonde?"
Luiza com os olhos cheios de lágrimas: "Eu não sei!"
Luiza e Afonso contaram para Ofun tudo que aconteceu no triste dia que a jovem cigana decidiu partir com ele todos os desfechos daquele cruel dia e mesmo após, depois de alguns meses o pai de Eurielle se matou.
Ofun se levantou era muita informação e tudo girava, lembranças, vozes ecoavam em sua mente:
Luiza – "ela escolheu você, você foi a escolha dela..."
Afonso "enquanto sangrava ela chamava por você..."
Suas promessas para ela: "Não importa onde eu esteja. Eu sempre voltaria para você!"
O sorriso dela... ela se entregando, confiando nele sua pureza...
Momentos no rio quando sentiu medo de perdê-la e a abraçou, ele queria protegê-la, mas ele não a protegeu.
Eurielle: "É muito simples querer separar o bem do mal e achar que estamos do lado certo!"
Seu coração estava muito acelerado e a voz dela ecoou muito forte "Pra sempre sua!"
E Ofun colocou a mão no peito o apertando, não respirava, não tinha ar e tudo escureceu.
"O véu negro que caiu diante dele num momento de amor no passado... voltava a cair, mas dessa vez era um véu mais doloroso... o véu negro da ilusão... o véu caia e diante de seus olhos aparecia a verdade".
Ofun acordou e Luiza estava ao seu lado com algum perfume em seu nariz.
L: "Que bom que acordou! Fiquei preocupada! Acho que estou destinada a cuidar de você. Eu e..."
Ofun viu a imensa tristeza da tempestiva Luiza.
Ofun se sentou e apoiando os cotovelos na perna, colocou as mãos na cabeça e não se importava com nada, nem que Luiza e Afonso o observassem, colocou todo aquele sentimento para fora e chorou com o peso da culpa por ter pensando mal, tentado odiar aquela que o amava como ele a amava.
Luiza ficou triste por ele, por Eurielle.
Após se acalmar, Ofun olhou para Luiza, confirmou alguns fatos com ela da ultima vez que ela viu a irmã e enquanto se despediu falou para Luiza.
O: "Eu vou encontrá-la!"
Ofun voltou para seu acampamento militar e mandou se arrumarem para a partida, seus homens estavam confusos, mas seguiram suas ordens.
Pela estrada ele pensava no sorriso dela, na sua voz, nas danças, ela o amava, ela o escolheu e ele não esteve lá quando ela precisou, sentiu uma imensa culpa por não protegê-la, por tentar odia-la todos aqueles anos, a julgando má, egoísta.
Percebeu que criticou tanto Eurielle e fez o mesmo, seu pré julgamento não o deixou perceber o que seu coração tentava avisa-lo, ela o amava assim como ele a amava e nada poderia matar um amor daquele. Eles eram um.
Chorou a noite em sua barraca pensando como ela era pequena, delicada, indefesa e em que caminho podia ter percorrido, sem ninguém para protegê-la. Sentiu medo, muito tempo não sentia aquele medo, nem em batalhas sentiu aquele terrível sentimento.
Ofun fechou os olhos e fez algo que não fazia desde criança, se ajoelhou e orou, pediu a Deus que cuidasse dela, que a protegesse e que ele pudesse encontra-la.
Pedro estava ao seu lado enviando luzes de paz para o atormentado general.
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Maktub
RomanceA palavra Maktub, do árabe, significa "destino", e pode ser interpretado como "estava escrito" ou melhor, "tinha que acontecer". Eurielle ainda carrega muitas cicatrizes em sua alma, será que dessa vez com a benção do véu do esquecimento ela saberá...