Sementes ruins

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Após fazerem amor os dois permaneceram abraçados acalmando suas respirações e corações.

Ofun se afastou da cigana e vestiu sua calça enquanto andava até a janela.

Eurielle estranhou o comportamento dele.

Ofun estava de costas para ela: "Por que não me esperou?"

E: "Eu..." – foi interrompida e ele se virou para ela. A cigana viu que os olhos dele tinham raiva, dor.

Eurielle sorriu tentando esconder o desconforto que aquele olhar provocava: "Ofun, eu o esperei!"

Ofun: "Saia, senhora Augustus! Não há nada para falarmos!"

Eurielle falou calma: "Eu não sou a senhora Augustos! Não sei o que pensa, mas tudo ficará bem, meu amor! Confia em mim!"

Ofun explodiu: "Não fale de amor! Você não sabe o que é! Eu abri meu coração e você só semeou coisas ruins! O que eu te fiz alem de te oferecer o meu amor? Eu te amei mais que tudo! Eu nunca senti uma dor igual, eu te dei meu coração, a minha vida e quando você partiu nada sobrou pra mim. Nada! Eu fui estúpido! Você com seu punhal arrancou a minha alma!"

Eurielle tentava manter a calma e compreender o que acontecia: "Eu sinto muito pelo seu sofrimento, mas também não foi fácil para mim sem você! Mas estou aqui e eu te amo! Por favor, não me olhe assim!!"

Ofun vociferava: "Eu sei que não é esposa do comandante! É pior! É a concubina de Augustos e amante de Stuart, isso são os que eu sei!"

Ele caminhou até ela e ela falou baixo.

E: "Não, não fale essas coisas! Não são verdades!"

O: "Eu estive enganado por tanto tempo. Eu, um homem cai num truque de uma menina!" – sorriu com desprezo – "Me apeguei à lembrança de uma menina doce e fiquei preso nisso. Eu não era bom o suficiente para você? Vocês ciganos amam dinheiro! Ai você procurou um cargo melhor, mais ouro?! Então é isso? É a isso que se reduziu... a uma meretriz?! E agora esta aqui se oferecendo pra mim! Um comandante e um general não são suficientes? Quer o meu dinheiro também?" – falava decepcionado.

Eurielle estava paralisada e lagrimas caiam de seus olhos, mas ela não emitia nenhum som.

O peito da cigana doía, se virou e caminhou até a porta, Ofun a segurou pelo braço.

O: "Não, agora vai me escutar!"

Eurielle o olhou firme e tirou a mão dele de seu braço.

E: "Não, não vou! Não vou ficar escutando mentiras e ofensas!"

Ofun: "Não venha me pedir respeito!"

Eurielle o empurrou, apesar de ser bem alto e mais forte que ela: "Eu não estou pedindo respeito, estou exigindo! Não venha despejar a tua infelicidade em cima de mim. Quer saber? Eu também sofri, sofri muito mais do que podia suportar, mas eu nunca o culpei por nada! Pelo contrario meu sentimento por você me fazia persistir porque a esperança, a certeza de te encontrar salvou a minha vida mais de uma vez! Os últimos anos não foram fáceis, mas eu fui feliz a maior parte do tempo e sim, boa parte da minha felicidade devo a Patrick, a Flavio, mas não do jeito sujo que pensa. Pode acreditar nessas mentiras! Quer pensar o pior de mim, pense! Você não é o homem por quem me apaixonei! O homem que amo, confiaria em mim como eu confiei nele! Confiaria no nosso amor!"

O: "Pode fazer teus jogos para os outros, mas eu sei quem você é! Seu bastardo prova que não minto. Você não me procurou, eu te daria todo o ouro que quisesse! Mas assim que eu sai da jogada, você se deitou com Augustos ou com outros. Seu maldito bastardo é a prova que você não presta! Ele tem a idade..."

Eurielle deu uma bofetada em Ofun, marcando o rosto que tanto amava.

Eurielle enxugou as lagrimas, amava Ofun mais ele passou de todos os limites ao tocar no nome de Lucas com desprezo, ódio e aquilo foi demais p cigana.

E: "Nunca mais fale de Lucas assim! Ele é só uma criança! Como pode falar assim de uma criança? Que tipo de ser humano é você? Eu vim esperando encontrar o Ofun que conheci menina e que me fez esperar por ele todo esse tempo. Mas tudo que vejo é apenas o corpo dele, não há alma, esta oco. Se um dia o encontrar diga que eu o amo, que eu o esperei, que ele foi a escolha certa para mim e eu faria tudo novamente!"

Ofun se sentiu mal, viu como ela ficou magoada quando falou de Lucas, nem ele entendeu o porquê falou do menino com aquele ódio, por um momento sentiu em seu peito que Lucas era o único culpado por ela não ser dele. - a alma lembra.

Sentiu-se mal por vê-la tão triste e decepcionada.

A puxou e tentou beija-la. A cigana virou o rosto e ele a soltou, se sentiu estúpido por ainda querer consola-la, beija-la, proteger em seus braços.

Eurielle não chorava, falava firme: "Não ouse me tocar com esse ódio, com essa revolta! Sabe...eu o procurei e encontrei a mim! Não sou perfeita, mas me orgulho da mulher que me tornei! E como mulher assumo meus erros, mas eu nunca te machucaria assim! Não sei o que acha que fiz, não sei o que aconteceu com o seu coração! Mas agora tenho uma certeza o homem que olho não me ama e pior ele não se ama! Você pode me culpar o quanto quiser, mas eu não fiz as tuas escolhas, tu fez o teu caminho!"

Ofun chorava e quase num sussurro: "Por que não me procurou?"

Eurielle estava cansada, decepcionada: "Eu o procurei, mas era apenas uma menina. Não sabia a diferença de um general e um soldado. Não sabia seu sobrenome. Sua casa."

O: "Podia ter me esperado?"

E: "E eu esperei! Mas não adianta falar, você já me julgou culpada por coisas que falo que não fiz. Mas a minha palavra não te basta! E é por isso que vejo que quem não me merece é você! Você está destruindo algo lindo, Ofun! E esta destruindo por nada!"

O: "Você destruiu quando se deitou com outros! Quando teve um bastardo!"

E: "Meu filho te incomoda tanto assim?"

Eurielle respirou fundo e se deu como derrotada, não adiantava, ele não a ouvia e ela não ia implorar por nada. Ofun tinha passado de todos os limites. O desprezo que se referia a Lucas a cortava.

E: "Esta bem, general Castle!"

E saiu da casa de Castle.

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