O céu estava escuro, com pesadas nuvens cinza e alguns trovões anunciavam a tempestade que logo desabaria.
Ela estava em cima de um belo cavalo negro a frente de um enorme exercito com homens uniformizados de vermelho, ao seu lado direito tinha um homem loiro muito bonito que sorria para ela.
Logo tudo mudou, ela estava no meio da batalha e mal conseguia manter os olhos abertos, olhava para os lados e mal podia enxergar, a chuva era forte, a água extremamente gelada, não sabia se tremia de frio ou por causa da adrenalina. Passou a mão em seu rosto e tirou uma mecha de cabelo que estava colada em sua pele quando olhou para sua mão viu sangue.
Sentiu seu coração parar ao ver os dois homens lutando, um era o rapaz loiro que sorria para ela antes e o outro... ele estava de costas... mas sentia que eles não deviam lutar, não queria que se machucassem e ela como seu coração chorava.
Ela fechou os olhos e quando abriu sua respiração estava ofegante, eram tantos homens, o som das espadas desafiando os trovões.
O homem de cabelos escuros que ela não conseguia ver direito de onde estava foi acertado por flechas nas costas, estava de joelho no chão, o chão já começava a ficar vermelho pelo sangue derramado, ele se arrastou para pegar a espada e o homem loiro sorriu, levantou a espada com fúria e foi com surpresa que o último golpe da sua espada foi parado pela espada dela. Ela sentia uma imensa dor em seu peito, não respirava...
O som do encontro daquelas espadas ecoou...
Eles choravam e suas lágrimas se misturavam com a chuva, eles lutavam, mas não pareciam querer se ferir.
Logo o homem loiro bem mais alto que ela, a jogou no chão e correu para o homem ferido com flechas, ela pegou sua espada e enfiou no peito do homem loiro e sentiu uma dor imensa, aquela espada também atingia seu coração.
E a jovem cigana acordou com uma dor intensa no peito, mal conseguia respirar, ela chorava e gritou quando olhou para suas mãos e viu sangue.
Logo o grito aterrorizante de Eurielle ecoou pelo acampamento.
Ofun estava sentando em volta de uma pequena fogueira conversando com alguns ciganos que fez amizade. Ele se levantou quando reconheceu de onde vinha o terrível grito.
O cigano que conversava com ele segurou seu braço: "Não se preocupe! É só um dos pesadelos de Eurielle" – Ofun viu que Luiza saia de sua tenda apressada e ia para a tenda da irmã – "Sabe como é... ela é assombrada pelos maus espíritos!".
Um cigano mais novo que amolava sua espada: "Desde pequena ela tem esses sonhos horríveis! As pessoas que ela fez mal em outra vida a acompanham. Você acredita em outras vidas, Ofun?"
O: "Não! Não sei..." – se sentou – "mas não há algo para afastar essas coisas dela?"
Cigano: "Não sei! Ela é feiticeira sabe usar a magia, por isso não se casou ainda, falam que ela afasta os pretendentes assim. Mas acho que para isso ela não encontrou a cura, nem Carmensita mexe com isso. Eurielle é estranha"
O rapaz cigano: "Mas eu aceitaria me casar com ela, ela é muito bonita!"
E logo estavam sorrindo e mudando de assunto, menos Ofun que de alguma forma ficou muito impressionado com o grito dela.
Notas Finais*Capítulo associado ao capítulos 13 - Rio vermelho e 14 - Titãs, do livro Irmão vermelhos!
* O chicote - Representa no baralho cigano a força mística da consulente, sua ligação com as forças espirituais, capacidade intuitiva, deverá aprender a canalizar sua força espiritual.
No Baralho Cigano o Chicote é uma arma que agirá conforme a sua vontade e ações. Neste momento você terá o poder disponível para decidir questões pendentes e importantes. Aproveite a energia e procure organizar o que lhe é de interesse, tenha coragem que você conseguirá atingir os seus objetivos.
O Chicote tem significado de auxílio do plano espiritual em sua vida. Aproveite para aumentar teu autoconhecimento, provavelmente os seus problemas serão resolvidos quando você encontrar a resposta interior.
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Maktub
RomanceA palavra Maktub, do árabe, significa "destino", e pode ser interpretado como "estava escrito" ou melhor, "tinha que acontecer". Eurielle ainda carrega muitas cicatrizes em sua alma, será que dessa vez com a benção do véu do esquecimento ela saberá...