O Anel

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A bela cigana com seus véus ao vento corria em seu bonito cavalo.

No coração de Eurielle só havia uma certeza e ela era: Ofun.

Não demorou a chegar à outra cidade, estava muito cansada, apesar da sua milagrosa melhora seu corpo ainda necessitava de cuidados.

Parou em frente ao imenso quartel e foi recebida com piadas sem graças por um soldado, Eurielle tentava se manter calma, mas sua urgência em encontrar Ofun não deixava. Com muitos pedidos conseguiu que a deixassem entrar e a levassem a um oficial.

Oficial falava sério: "Soube que fez um escândalo lá embaixo. Sabe que poderia ser presa por isso?"

E: "Por favor! Eu preciso encontrar um soldado! É urgente!"

O oficial notou o grande desespero dela, não era incomum mulheres vir aos portões em prantos atrás de algum soldado inconsequente que fez juras de amor e sumiu.

O: "Se acalme e me diga quem é o soldado!" – deu um copo d'água a ela.

E: "Ofun!"

O: "Sim, Ofun de quê?"

E: "Eu não sei! Ele é um soldado, um homem alto, de cabelos escuros, pele clara como a sua, ele..."

O oficial ficou com pena da jovem cigana.

O: "Sinto muito, mas não posso ajuda-la com essas informações. Ofun é um nome muito comum! Tenho vários soldados com esse nome! E tem certeza que é soldado?"

E: "Ele foi traído por outros soldados e regressou há algumas semanas para cá!"

O: "Desculpe, cigana! Eu realmente não soube de nenhum caso assim. E se o que fala é verdade, é algo que será tratado em sigilo. Eu sinto muito"

Eurielle começou a chorar! Percebeu que o oficial estava sendo sincero pegou sua pequena trouxa e ia saindo da sala quando o oficial segurou em seu braço.

O: "Eu posso ajudar em mais alguma coisa?"

E: "Não, obrigada! O senhor já fez muito por mim. Obrigada por aceitar me receber. Foi o único que me tratou com respeito hoje" – e foi embora.

O oficial a olhava partir ficou triste por ela, logo seu comandante apareceu e vendo a cena de longe.

Comandante: "O que aconteceu? Esta com uma cara péssima, Flavio!"

Oficial Flávio: "Fiquei com pena da cigana. Não deviam brincar com os sentimentos de ninguém"

A cigana caminhou até a saída do imenso quartel e se sentou no chão de onde via a porta e passou o resto do dia vendo quem entrava e saia, mas nenhum era Ofun.

O tempo começava a mudar e a noite chegou, ela se levantou e procurou algum lugar para dormir, mas aquela cidade odiava seu povo e depois de muito andar, insistir conseguiu uma vaga em uma simples hospedaria.

E assim Eurielle fez por algumas semanas, dormia na hospedaria e ficava seus dias próximo a entrada do quartel esperando por ele.

Logo os soldados começavam a falar sobre a determinada cigana e Flavio decidiu falar com ela, seu comandante avisou que ela não poderia ficar ali, era uma distração.

Flavio caminhou até ela e com um sorriso gentil: "Vejo que não irá desistir de encontrar seu soldado, cigana!"

Eurielle falou firme apertando a mão que havia a cicatriz: "Jamais! Eu e Ofun somos um!"

Flavio observou como os traços dela eram delicados e aquelas cores a tornavam mais bonita.

Flavio falou um tanto constrangido: "Desculpe- me! Mas não poderá continuar fazendo isso. Sua presença incomoda alguns"

Eurielle ficou nervosa, não podia sair dali: "Mas ele passará por essas portas! É a cidade dele!"

Flavio percebeu a palidez dela e ela havia emagrecido muito nas ultimas semanas.

F: "Desculpa, mas não pode ficar aqui!"

E: "Eu não posso sair daqui! Por favor..."

Eurielle estava muito nervosa e cada vez mais branca e desmaiou.

Flavio a pegou no colo e a levou para a enfermaria do quartel com pressa, a colocou com cuidado numa cama e chamou o medico responsável.

M: "Desculpe, senhor. Mas não posso tocá-la é uma cigana!"

Flavio o olhou com raiva: "Sou seu superior e ela é apenas uma mulher! Faça logo o que mando ou ficará uns bons meses trancado numa cela suja para lembrar quem manda aqui!"

O medico a examinou e Flavio ficou perto, não confiava em seu próprio homem.

O medico depois de examina-la.

M: "Ela esta bem! Esta um pouco fraca, mas acredito que seja pela ferida mal cuidada em seu peito. Mas no geral esta bem. É normal desmaiar em seu estado"

F: "Que estado?"

M: "A cigana esta grávida!"

Notas Finais


*O Anel ou A Aliança, é a carta de representação número 25 do Baralho Cigano. Ela simboliza o comprometimento com algo ou alguém, um laço forte que enche nosso peito de boas esperanças.

A Aliança no Baralho Cigano é positiva e diz que você deve colocar todos seus planos e sonhos mais íntimos em prática, lembrando-se sempre que para tudo dar certo será necessário uma aliança, alguém muito especial e de confiança que despertará em seu emocional o sentimento de segurança e te permitirá seguir o caminho tão almejado durante a sua vida.

Estreite seus laços com as pessoas mais interessantes e que te garantirão um bom futuro, acredite nas possibilidades e permita que a alegria te encoraje para tudo que é novo e necessário para completar a transformação do seu caminho.

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