Ao chegar à casa de Orbán, Timo chutou a porta, que desprendeu-se das dobradiças e caiu no chão, fazendo barulho. O então ex-colega de time apareceu, desesperado.
— Qual é a sua, Werner? — ele perguntou, atônito.
— Eu não tenho nada para dizer. Só adeus.
Subitamente, Timo deu um forte soco entre o nariz e a boca de Orbán, que caiu no chão em seguida.
— Por que você fez isso? — perguntou, com o nariz sangrando. — Você quebrou o meu nariz, otário.
— Vá se ferrar, seu idiota!
— Ela ficou muito feliz comigo, você não sabe, mas eu a levei à loucura! — debochou.
— Você viu a minha chuteira nova? Acabei não usando, não deu tempo. Vou para o Chelsea — ele riu, sarcástico. — Acho um desperdício não ter utilizado essa obra prima da minha patrocinadora. Mas você pode muito bem sentir a sola dela! — Timo chutou o tórax do ex-companheiro de time duas vezes e afastou-se.
— Você é um otário, Werner. Esquisito, fanhoso e palhaço. Ninguém nunca vai te levar a sério. Ninguém nunca levou! Aproveite Londres — ele cuspiu um dos dentes em meio ao sangue.
Já no carro novamente, Timo gritou de raiva por longos segundos. Dirigiu de volta para casa, onde arrumou todas as coisas e chamou uma empresa de mudanças para levar tudo para Londres. Um detalhe é que ele pediu para o Chelsea armazenar tudo em Cobham. Ele não queria ficar ali por mais nenhum segundo. Deixou o carro com a empresa de mudanças, que o levou em um guincho para a Inglaterra. Fechou a casa e deixou as chaves com a empresa que havia vendido o imóvel para ele.
Em seguida, foi para o aeroporto, ainda trêmulo por conta de toda a situação. Conseguiu um voo para Londres, antecipando a ida em alguns dias. Fez um lanche e aguardou o voo por três longas horas.
Londres
O aeroporto Heathrow estava pouco movimentado. Timo chegou sonolento e não sabia como se orientar na cidade. Por sorte, pôde contar com a orientação de uma simpática funcionária do aeroporto, que o indicou o lugar certo para chamar um carro de aplicativo. Ele estava ansioso e queria ligar para alguém do Chelsea. Queria anunciar que havia chegado, mas já passava de meia noite.
Pediu ao motorista para deixá-lo em uma lanchonete próxima do hotel que o clube recomendou. Ele estava com fome. Comeu três sanduíches e tomou dois milk shakes. Chegou à recepção e a funcionária disse que só o aguardavam duas semanas à frente. Timo disse que se antecipou e pagaria pelos dias ali, e ela o entregou um cartão para o quarto.
A suíte confortável parecia um bom lugar para se perder no sono. Werner tomou outro banho. Respirou fundo. Ainda tinha duas semanas. "O que eu vou fazer em Londres com duas semanas de férias? Será que devo me apresentar ao clube agora?", pensou. Não faria nada. Não tinha como fazer. Xingou um palavrão alemão antigo. Sem mais nada para aquele momento, decidiu dormir. E teve o melhor sono da vida.
Leverkusen
Havertz continuava no Bayer Leverkusen. Ele passou pela seleção alemã em diversas oportunidades e ganhou ainda mais espaço no clube que defendia. Chegou a conhecer uma garota na cidade em que jogava ainda em 2018, mas ela teve que se mudar para a Espanha dois meses depois. Ainda mantinham pouco contato, mas as chances de continuarem seriam mínimas. Ela pareceu menos interessada do que ele. Portanto, Kai decidiu não se prender a um sentimento que não seria recíproco.
Ele marcou 4 gols na primeira temporada como profissional. Na segunda, marcou 3. Em ambas, ele ainda estudava e o rendimento era justificado. Porém, na temporada 2018/2019 ele marcou 17 gols e na 2019/2020, 12 gols. Isso só na Bundesliga. Todos os indicadores dele em campo e fora dele haviam melhorado. Focar apenas no futebol era o que ele precisava para melhorar os resultados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Brother | Kai Havertz & Timo Werner
FanfictionKai e Timo descobrem que são irmãos e que o passado deles está ligado ao Comando Rubro, um grupo que destruiu várias famílias alemãs. Eles são sobreviventes, cresceram separados e a verdade foi escondida por mais de 20 anos pelos pais para que ficas...