My Brother | Kai Havertz & Timo Werner

Família

— Meu irmão! — Timo chorou. — Você é meu irmão! Como isso é possível?

Havertz deu leves tapas nas costas dele, tentando acalmá-lo.

— Somos filhos de uma mãe corajosa e forte, que abriu mão de tudo por nós.

Werner ficou em silêncio por um tempo para que pudesse refletir e organizar os pensamentos.

— Minha família se resume a você, Kai. Isso é tão triste...

— Mas você tem o John e a Evelyn... eles são seus pais.

— São. Mas de sangue eu só tenho você agora. Meu pai está morto. Nossa mãe também.

— Eles estão sempre aí com você — Kai apontou para o coração dele. — Não importa, Timo. Não importa o que aconteceu. Não importa o que fizeram com as nossas famílias. O que importa é que nós estamos aqui e esse é o nosso primeiro Natal juntos. Estamos vivos, vamos ficar bem, vamos voltar a fazer o que amamos e nunca vamos nos separar. Nunca!

— Você se arriscou tanto por mim em Stuttgart...

— Eu não poderia perdê-lo, ainda mais depois que soube a verdade. Nós levamos tantos anos para nos conhecermos... De um jeito ou de outro, o que nossa mãe disse realmente aconteceu. Os eventos se alinharam para que nós nos conhecêssemos. Sempre tivemos a mesma paixão pelo futebol e começamos a jogar quando éramos muito novos... não poderia ser apenas uma coincidência.

— É verdade. Quando as coisas têm que acontecer, acontecem.

— Como se sente em relação a isso? — Kai arqueou as sobrancelhas e aguardou ansiosamente a resposta.

— Algumas coisas ainda não fazem sentido, é como se tudo que me disseram até agora fosse uma grande mentira. Poderíamos ter nos conhecido quando éramos pequenos... perdemos tanto tempo até chegarmos aqui.

— Nós éramos protegidos pelos nossos pais. John e Evelyn não faziam ideia de que eu sou seu irmão. Não tiveram nenhuma informação sobre o paradeiro de Sophie, muito menos da morte do seu pai durante o ataque dos extremistas. Meus pais sabiam da sua existência, mas nunca me contaram nada.

— Tem uma coisa que sempre achei estranha... o seu pai parecia conhecer os meus há muitos anos.

— Ele foi a Stuttgart ao longo do tempo para ver como você estava. Nossa mãe deve ter pedido isso a ele. Vigiava à distância para que pudesse protegê-lo de alguma forma.

— Deve ter sido muito difícil criar você sabendo que a nossa mãe foi morta pelo Comando Rubro.

— Com certeza. Acho que foi por isso que ele cometeu alguns erros e falhou comigo. Eu sempre esperei muito dele também. Quando cresci tivemos discussões complicadas.

— Eu lembro daquele dia no estádio. Ele cobrava muito de você, não é?

— Acho que meu pai queria que eu fosse forte, que desse conta de tudo sem perder o equilíbrio. Talvez tenha se esquecido de que eu precisava de um pouco mais de apoio e compreensão. No fim, deu tudo certo. Mas teria sido melhor se não tivéssemos tantas brigas.

Werner ficou em silêncio por algum tempo.

— Está tudo bem? — Kai perguntou.

— Não sei... depois que me encontraram na fazenda e me levaram de volta para a prisão, um dos extremistas ficou falando algumas coisas sobre uma mulher... aparentemente, sobre a nossa mãe. Eles tinham um arquivo sobre ela. Sabiam tudo sobre ela, sobre o meu pai e sobre mim.