Bem-vindo de volta

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— Posso ficar a sós com ele? Vai ser bem rápido — Kai pediu e os amigos saíram do quarto.

— Sobre o que quer falar? — Werner perguntou, com a voz levemente melhor.

Havertz se aproximou dele e o observou.

— Como você realmente está? Quero lhe ajudar a passar por isso... sabe que estamos juntos nessa, não é?

— Quero voltar para Stuttgart.

— Isso não vai acontecer.

— Estou com medo de fazerem algo contra vocês. Se ficasse cinco minutos naquela prisão, entenderia o motivo para me sentir assim.

— O que eles fizeram com você?

Timo meneou a cabeça, como se lutasse contra as próprias memórias.

— Preste atenção no que vou dizer. Você lutou para se manter vivo e agora estamos aqui. Nós ficamos expostos ao pior que esses caras poderiam fazer com as pessoas. Merecemos viver em paz depois de tudo que passamos.

— Você quase morreu por minha causa.

— Não! Não foi por isso, Timo. Meu pai está à frente de tudo há muitos anos, é claro que eu me tornaria um alvo dos extremistas. Se eu tivesse morrido naquele capotamento, a investigação pararia imediatamente.

— Ou então o seu pai poderia apostar todas as fichas em cima deles.

— Conheço ele. Não faria isso. Caso recuasse, certamente fugiriam para a Rússia... e então, todos os esforços dele iriam por água abaixo.

— É verdade.

— Então, o que eles fizeram?

— Me torturaram, me agrediram, me ameaçaram... foi uma soma de coisas. Jogaram água fria em mim, deixaram um holofote ligado para que eu não dormisse... disseram coisas horríveis sobre terem escondido as minhas origens... e também disseram que não sujariam as mãos com outro Werner.

Kai ficou sem reação. Timo continuou relatando.

— Eles levaram vinte e quatro anos para me capturar. Foi o que disseram. Querem acabar com você e consequentemente com o seu pai... um deles disse que você será enterrado em Aachen! — Werner respirou fundo, na tentativa de se acalmar.

— Estamos seguros, Timo. Fique calmo.

— Tinha ódio nos olhos deles. Descobriram o celular de Bryan em um dos meus bolsos e me espancaram... não consegui enviar a minha localização para você... — ele tossiu. — Deu tudo errado.

— Se você está aqui significa que não deu errado.

— O que você queria me contar antes de os caras chegarem?

— Ainda não é a hora. Eu estou com pressa, mas preciso resolver algumas coisas antes. Amanhã vou ao jogo, pelo menos para pararem com as especulações. Vou usar as suas redes sociais para postar uma foto do time após o jogo, tudo bem? Só para mostrar que você está vivo — Kai riu.

— Pode fazer o que quiser — ele deu de ombros e soltou um riso baixo.

— Tenho que ligar para Evelyn e John. Vou conversar com eles e depois trarei o celular para que vocês possam se falar.

— Certo. Coma antes de ligar para eles, você parece muito abatido. Preciso lhe dizer uma coisa. Me perdoe pelo que disse naquela noite. Pelos insultos, pela agressividade... eu passei dos limites.

— Não precisa se desculpar, você bebeu, tinha suas dúvidas e incertezas naquele momento... está tudo bem. Eu também acabei revidando, não foi nada legal. Foi uma noite horrível.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora