Casa nova

60 11 17
                                    

A mudança de Werner foi rápida. Depois que ele comprou a casa, o caminhão pegou as caixas com as coisas dele em Cobham e levou até o novo local.

A nova casa tinha dois andares e era, em sua maioria, cinza. Tudo contrastava com a maioria das paredes e Timo gostou daquilo. Boa parte dos móveis já estavam ali e ele só precisou comprar mais algumas coisas. Pendurou os quadros com as fotos da família na sala e encontrou uma foto dele com Mia em um passeio que fizeram. Pegou uma tesoura e cortou-a da foto. Recolocou a parte em que ele aparecia no porta retrato e colocou-o em cima de um móvel. Riu do resultado, mas quis deixar daquele jeito.

Depois que todas as coisas ficaram nos devidos lugares, ele tomou banho e vestiu um conjunto de moletom. Estava anoitecendo. A campainha tocou. Werner abriu a porta e levou um susto.

— E aí, vizinho! Quer dizer, eu moro a duas ruas daqui... mas soube que você comprou essa casa. Eu sou o...

— Kepa.

— Você sabe quem sou eu? — o goleiro arregalou os olhos.

—  É claro — Werner riu.

— Bem-vindo ao bairro dos jogadores do Chelsea. Aqui, se você não torce para o Chelsea, não dura uma semana. Dois meses atrás expulsamos um vizinho idiota.

— E quem é aquele ali de costas? Está de touca, não deu para ver.

— Ah, é só o Mount.

— Todos realmente moram próximos uns dos outros?

— Sim. A maioria sim. Eles preferem que todos fiquem próximos. Acredite, isso é bom. Só em alguns momentos temos vizinhos reclamando, casos de expulsões de torcedores do City que moram nas redondezas... mas somos ótimos vizinhos.

Mason aproximou-se.

— Kepa, essa visita é uma furada. Alemães não convidam mesmo para entrar. Eu até trouxe um presente de boas vindas — Mount disse, revirando os olhos.

— Podem entrar — Werner deu passagem. — E aí, Mount? Tudo bem?

— Depois de alguns minutos nessa chuva fina, vou rever sua participação residencial no bairro.

— Ele acha que é o dono de tudo aqui — Kepa disse, arrancando uma risada de Werner em seguida.

— Na quarentena, eu sou o síndico. Se fizerem muito barulho e me atrapalharem eu classifico a casa como covil de torcedores do City.

— Foi mal, eu nem percebi que era você — Timo riu.

— Tome o presente, antes que eu me arrependa — Mason entregou uma caixa para o novo companheiro de time.

— Uma caixa de chá! Obrigado! — Timo mexeu em vários saquinhos de chá com sabores diferentes.

— Eu não trouxe nada. O Mount é mais lorde inglês do que eu.

— Por favor, Kepa. Você é espanhol. As tradições se resumem a preguiça e soneca depois do almoço.

— Cale a boca — o goleiro riu.

— O que é isso de classificar as pessoas como torcedores do City? — Timo perguntou, curioso.

— Nós temos alguns vizinhos que adoram reclamar. Reclamam do barulho de bolas de futebol batendo nos muros, reclamam de pequenas sociais que fazemos, reclamam que chegamos em casa gritando e comemorando vitórias... descobrimos que isso vinha muito dos cityzens que moram nas redondezas. Algumas vezes pregamos bandeiras do Chelsea nas portas da casa deles, adesivamos os veículos, colocamos carros de som nas ruas... — Mason explicou.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora