Transgressão

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Longe dali

Timo foi encontrado pelos extremistas. Sete homens entraram no local onde ele estava escondido. Pouco tempo depois, levaram-no de volta para a prisão à força. Colocaram-no na mesma cela e o acorrentaram novamente.

— Você não colaborou e fugiu. Agora vai ficar alguns dias sem comida para que possa refletir o que fez — um dos homens disse, chutando-o em seguida.

— Por que estão fazendo isso? — ele se encolheu em um canto, urrando de dor.

— Cale a boca! Se disser mais alguma coisa nós vamos enviar o que sobrar de você para descansar ao lado do seu amigo Havertz. Que descanse em paz. Dessa vez, nada de gracinhas, senão vai sofrer muito mais do que imagina.

— O que fizeram com o meu amigo? — Werner gritou, preocupado.

O homem o chutou outras vezes, fazendo com que ele se contorcesse. Mas Timo sabia a verdade: Kai estava vivo e bem, mas eles não sabiam daquilo. Ainda bem.

Werner ficou encolhido no colchão, com medo. Os extremistas eram violentos e muito mais perigosos do que imaginava. Tudo que ele queria era sair dali, mas não teria Dimitri para ajudá-lo novamente. Será que ele estava bem? Esperava que o russo tivesse, ao menos, conseguido se esconder. Também pensou em Bryan, que o escondeu na fazenda. Será que ele estava vivo?

Depois de tantas dúvidas, ele dormiu. O alemão não percebeu, mas ainda estava com o celular de Bryan no bolso. Não o revistaram quando o levaram de volta para a prisão abandonada.


Londres

Kai só se tranquilizou ao mesmo tempo em que Timo dormiu. Ele sequer imaginava o que havia acontecido, mas sentiu que algo estava errado. Mais de uma hora se passou entre o início dos arrepios e do alerta, mas o celular dele não tocou. Havertz achou tudo aquilo estranho.

— Você está tão quieto... — Kepa murmurou.

— Acho que o levaram. É como se eu estivesse lá, parece que até vi o que fizeram com ele.

— Você nos disse que Timo não se afastou muito desse prédio e que ele ficava relativamente perto da fazenda. Não é?

— Sim. No que está pensando?

— Se Timo fugiu, certamente não se afastou muito de lá. Se acharmos essa fazenda, pode ser que também encontremos algum prédio nos arredores. Ele deve estar lá.

— Faz todo sentido! Confesso que isso já tinha passado pela minha cabeça, mas não dei muita importância.

— Duas cabeças pensam melhor do que uma — Kepa cerrou os olhos e meneou a cabeça, levemente esperançoso.

— Agora só preciso esperar a próxima ligação do meu pai.

— Você vai viajar conosco para o jogo de amanhã?

— Não sei... se estou correndo perigo, é melhor que eu não vá. Ainda estou com muitas dores, não acho se uma viagem de avião vai me fazer bem.

— Posso ser sincero? Eu não gostaria que algo acontecesse com você. Não seria bom deixá-lo aqui. Acho melhor ir com o time.

— Nós ficamos um pouco vulneráveis nos deslocamentos que fazemos, mesmo com toda a segurança do mundo. Essa é a minha preocupação.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora