My Brother | Kai Havertz & Timo Werner

Operação

Havertz chegou em casa desolado. Acreditou que conseguiria ao menos caminhar ao redor do campo, mas não deu certo. Timo resolveu visitá-lo à noite, batendo à porta com uma pizza nas mãos.

— E você mais uma vez veio me salvar de comer biscoito à noite.

— Eu disse que não lhe abandonaria. É para isso que servem os amigos. Dia difícil, não é?

— Nem me fale. Nunca pensei que me sentiria incapaz de voltar à boa forma rapidamente.

— Essa situação é completamente nova. Talvez por conta da sua fisiologia, a doença deve ter causado mais efeitos em você. Ainda bem que não precisou ir ao hospital.

— É... em determinado momento, fiquei a um passo de ir.

— Como se sente agora?

— Estou bem. Muito melhor do que há cinco dias. Acho que vai levar algum tempo.

— Como é a sensação?

— É como mergulhar bem fundo... mas agora o peso nos pulmões foi embora. Só falta melhorar a condição física.

Eles conversaram por algum tempo e comeram a pizza. Jogaram videogame e Werner foi embora bem tarde. Kai decidiu continuar dormindo na sala por conta da calefação que ainda estava com defeito. Decidiu chamar alguém para arrumar o sistema, porque o frio começou a piorar e os demais cômodos da casa ficavam gelados.

Os desafios que o alemão enfrentaria estavam só começando. Nos dias seguintes, ele tentou, mas não conseguiu participar de jogos-treino com o time. Manteve-se na academia e fez exercícios à beira do gramado. A frustração dele com o condicionamento físico o levaram a algumas sessões com os terapeutas do clube.

Aachen

Anthony ficou tão imerso na investigação que só se deu conta de que o filho ficou doente quando já havia melhorado. Mesmo assim, decidiu entrar em contato antes da primeira operação para a prisão de integrantes do comando rubro. Extraoficialmente, o detetive aceitou a nomeação para o cargo de capitão da polícia para coordenar melhor as ações contra os extremistas.

"Oi filho, como vão as coisas?"

"Estou melhorando. Longo caminho pela frente. Como vocês estão?"

"Estamos bem. Sua mãe retomou os hábitos de tricô e tem ajudado muito por aqui."

"Ela é incrível. Sinto falta de vocês... queria tanto que viessem me visitar."

"Em breve, Kai. Prometo. Por enquanto, continuamos por aqui."

"Como está a investigação?"

"Que investigação? Sobre a irregularidade com os brinquedos da fábrica que vendeu produtos defeituosos?"

Ele torceu para que o filho percebesse o disfarce. Não podia arriscar o rastreio da ligação: mesmo utilizando um celular descartável, Kai estava com o aparelho dele, que poderia ser triangulado. Por sorte, ele entendeu e comprou a ideia.

"Isso, pai."

"Bom, estamos caminhando aos poucos. Vai dar tudo certo e quando acabarmos, passaremos um tempo juntos. Tenho que desligar, só entrei em contato para dizer como estamos. Você realmente está bem?"

"Fico feliz com essa notícia. Estou bem sim. Cansado e fraco, mas vou melhorar."

"Continue seguindo o que lhe recomendei naquela mensagem. Até logo, filho."