Cinco dias

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Um dia depois
Londres

Kai saiu de casa e foi com os amigos no carro para o centro de treinamento. Um veículo de apoio com seguranças estava na retaguarda.

— Ele está desaparecido e até agora ninguém disse nada — o alemão quebrou o silêncio. — Os seguranças não encontraram nenhuma imagem de reconhecimento facial. Fui à polícia e quase debocharam. Disseram que ele só deve ter perdido a cabeça e está isolado em algum hotel. Só consigo pensar no que deve ter acontecido... será que os extremistas o levaram?

— Cara, não acho que teriam todo esse trabalho sequestrando ele — Ben deu de ombros.

— Você não os conhece... são muito poderosos e quando querem algo, conseguem.

— Tudo bem. Vamos por partes, ok? — Mason o acalmou. — Treinaremos agora e logo depois vamos reunir o time. Alguém tem que tomar alguma atitude.

— Classificaram o sumiço dele como algo normal. Por conta de uma briga... quem some por conta disso? E tem mais: alguém teria visto ele. Desde a noite passada estou pensando nisso... eles o levaram. Que droga, não consigo nem falar com o meu pai.

— Ele continua incomunicável? — Mount perguntou.

— Sim. Recebi uma ligação dele e não tive tempo para comentar sobre o desaparecimento do Timo, porque a chamada caiu. Só confirmei que contratei os seguranças e nada mais...

— Fique calmo. Vamos conversar com os outros.

Ao chegarem no centro de treinamento, o time estava reunido no meio do campo principal, junto com alguns funcionários.

— Frank, desculpe-nos pelo atraso novamente — Kai disse, cabisbaixo. — Está tudo esquisito.

— Tudo bem. Essa situação parece ser muito complicada. Precisamos conversar. A polícia está aqui — o técnico disse, apontando para um detetive e um investigador da Scotland Yard.

— Senhor Havertz, pode nos acompanhar por favor? — o detetive perguntou, observando-o.

— Sim.

— Kai, você não precisa fazer isso sem um advogado — Mason o lembrou.

— São só algumas perguntas. Além do mais, todos queremos que ele seja encontrado.

Os homens sentaram-se em um banco e Kai ficou de frente para eles.

— O que o senhor é de Timo Werner? — o detetive perguntou, tomando nota em um bloco de papel.

— Sou o melhor amigo dele.

— Senhor, conversamos com algumas pessoas aqui e recebemos informações de que vocês tiveram uma briga na madrugada de sábado. Confirma isso?

— Sim, confirmo. Nós havíamos bebido e os ânimos se exaltaram.

— O que aconteceu depois?

— Bom, ele foi para casa. Moramos na mesma rua. Depois disso, não o vi. Cheguei a entrar na casa em que mora nesta semana e encontrei o celular dele. Inclusive, eu o peguei, para o caso alguém entrasse em contato.

— O senhor tem acesso ao aparelho?

— Sim. Não encontrei nada anormal. Havia um vaso quebrado na casa e uma região do piso de madeira estava úmida. Um dos meus seguranças fez uma varredura completa na casa. Ele é militar da reserva do exército britânico e está aqui me protegendo.

— Depois falaremos com ele. Notou uma mudança no comportamento de Werner que poderia configurar abandono de residência ou algo do gênero?

— Não. Ele está feliz aqui. Temos um grupo de amigos mais próximos do time e nos reunimos em nossas casas quase sempre. Não acredito que seja isso. Porém, imagino o que possa ter acontecido com ele e preciso que tratem disso com discrição.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora