Bombardeio

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O canal de notícias nacional transmitiu os resultados de um grande ataque a mais um prédio do governo. O caos em Stuttgart era visível no horizonte atrás do repórter com as luzes das viaturas dos bombeiros e da polícia piscando. Um vídeo mostrou parte do prédio desabando minutos após o bombardeio. Duas bombas foram utilizadas no ataque.

— Foram eles, não foram? — Maria ficou assustada com o que viu.

— Noventa e nove por cento de certeza.

O telefone começou a tocar.

— Agora cem por cento — Anthony deu de ombros e atendeu.

A ligação veio do capitão de polícia de Aachen, que convocou as forças de segurança da região para uma reunião de emergência. Ele foi para a central depois de vários goles em uma xícara de café.

O capitão conversou com todos e deu missões específicas a vários grupos de policiais. A transferência de testemunhas e de pessoas ameaçadas pelo Comando Rubro foi a prioridade naquele momento. Conduziram a operação de forma discreta e sem registros oficiais para evitarem qualquer interceptação.

O governo alemão seguia a política de sorrir e acenar para o povo e para a comunidade internacional fingindo que nada ocorria dentro do país, mas a verdade era que o Comando Rubro havia construído uma forte rede de influências.

Anthony comandou uma equipe que levou vinte pessoas para uma instalação mais segura na cidade ao lado. O comboio passou pela rua do restaurante em que Sophie levou os tiros, fazendo com que ele se perdesse em pensamentos mais uma vez.

As pessoas foram deixadas em segurança pouco tempo depois e os policiais voltaram para Aachen tranquilamente. Anthony chegou em casa e assistiu ao noticiário com preocupação. Maria e Kai dormiram tranquilamente.

Stuttgart

John e Evelyn assistiram à busca pelos criminosos na televisão. O menino observava a tela boquiaberto, mas era muito novo para compreender o que aconteceu. Carros de polícia passavam a todo momento nas ruas próximas, deixando-os preocupados.

— Será que precisamos nos esconder? — Evelyn perguntou.

— Não acho que seja necessário. É só ficarmos mais atentos — John meneou a cabeça enquanto conferia o celular. — Esse ciclo não termina nunca. As perseguições vindas de extremistas apoiados pelo governo russo continuam até hoje. Deveríamos ter acabado com esse mal para o nosso país.

— Acalme-se, John. Tudo leva anos para acontecer... parece que foi ontem que o muro caiu e o país foi reunificado...

— O Comando Rubro está aqui desde a época da divisão alemã. Até hoje brincam de Deus e decidem quem vive e quem morre. Isso não é certo. Olhe para ele! — ele apontou para Timo.

— Você vai assustá-lo.

John concordou e ficou em silêncio. A cabeça dele estava a mil. Evelyn sentou-se no chão da sala em meio a bichos de pelúcia para brincar com o menino.

Timo observou a conversa dos pais adotivos e formulou alguns pensamentos. Mesmo muito novo, Werner tinha noção de que os pais o amavam e ele quis retribuir com uma frase simples e acolhedora.

— Eu amo vocês.

— Nós também te amamos muito, filho — John respondeu, pegando-o no colo. — Você está crescendo rápido! E já é hora de dormir!

— Quero brincar mais um pouco.

— É melhor descansar. Amanhã podemos ir juntos ao parque.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora