Na noite de sábado, todos estavam em suas respectivas casas. Kai acordou com dores de cabeça e aproveitou o dia de descanso para cozinhar. Também colocou uma série em dia. A briga com o melhor amigo no dia anterior não saía da cabeça dele. Queria ir à casa de Timo para se desculpar. Até preparou um doce típico da Alemanha para levar, mas desistiu. Decidiu dar espaço para ele.
Já Werner dormiu o dia todo. Não acordou para nada. A ressaca o atingiu em cheio. O tapete da sala continuou sendo a melhor opção para que ele pudesse se recuperar da bebedeira da noite anterior.
Timo levantou-se depois de uma hora acordado e tomou banho. Abriu um pacote de snacks e comeu metade. Tomou um copo de suco e sentou-se no sofá. Ao ver o celular, percebeu que já passava de nove da noite. Sem mais o que fazer, foi para o quarto e ligou a televisão. Ficou entediado ao trocar os canais. Procurou por um filme, mas não gostou de nenhum título. Desligou a televisão e decidiu ouvir música.
Nada o tirava do tédio. Desceu para a academia que tinha em casa e correu na esteira. Ficou um tempo fazendo exercícios até se sentir cansado. Foi à cozinha, comeu o resto dos biscoitos e bebeu mais suco. Estava inquieto. Por ter suado muito, tomou outro banho. Deixou a água quente cair na nuca e relaxou. Saiu da ducha, vestiu-se e deitou na cama. Fora de casa, uma tempestade se formava e os primeiros pingos caíam. Seria uma boa e longa noite de sono: Werner esperava acordar com a cabeça no lugar no outro dia. Dormiu tranquilamente.
Horas depois
A tempestade varou a madrugada londrina. Passava das três da manhã quando os homens que estavam escondidos em meio às árvores receberam o comando pelo rádio. Já tinham um alvo. Aguardaram o corte momentâneo de energia, além da interrupção no fornecimento dos sinais de internet e de telefone. Quando as luzes se apagaram, movimentaram-se sorrateiramente com as armas juntas ao corpo. Cruzaram duas ruas e continuaram a marcha.
Eles tinham duas missões: remover ou destruir todos os equipamentos de vigilância da casa que iriam invadir e levar um homem. Passaram pela casa de Mason, que estava dormindo. Passaram pela casa de Kepa e de Chilwell, que também dormiam. Não havia ninguém acordado nas imediações. Seria muito fácil. Avançaram pela rua e olharam rapidamente para a casa de um dos irmãos.
A chuva não os atrapalhava. Seguiram com o plano tranquilamente. O bairro estava no escuro e eles não seriam vistos por ninguém. Entraram na casa pelos fundos, após um deles abrir a fechadura. Adentraram a cozinha pé ante pé e verificaram todos os cômodos do primeiro andar. Não havia ninguém. Desligaram o alarme com facilidade, apenas cortando cabos.
Subiram as escadas silenciosamente e chegaram ao andar superior, onde haviam os quartos. No final do corredor, encontraram o homem dormindo. Por precaução, voltaram ao corredor e prepararam um dardo com sedativos para atirar nele. Quando entraram novamente no quarto, perceberam que ele havia sumido.
Olharam debaixo da cama e não o viram. Verificaram no banheiro e também não estava lá. Foram ao closet e o encontraram sentado no chão, com os braços em volta dos joelhos. Atiraram o dardo e ele não desmaiou nos primeiros segundos. Aquilo os espantou, pois a dose era forte. Ele se levantou, enfraquecido, e lutou contra os homens. A resistência durou pouco tempo. Levou uma coronhada na cabeça e caiu no chão, desacordado.
"Está feito. Ele é nosso. Preparem o veículo para extração" — um dos homens disse pelo rádio, levando-o para o andar de baixo.
— Limpem tudo — outro ordenou, apontando para o chão molhado.
Os homens secaram tudo com papéis absorventes. Posteriormente, colocaram-nos em sacos plásticos que seriam despejados em algum local no meio do caminho.
A chuva continuava. Mal se podia enxergar a mais de cinco metros de distância. O furgão estava a caminho e levaria apenas trinta segundos para chegar.
Perto dali
Ele acordou repentinamente com uma angústia estranha. Olhou ao redor. A chuva fazia muito barulho. Olhou o celular. Três e dez da manhã. Não havia quase nada de importante nas notificações. Percebeu que não havia sinal no aparelho e presumiu que era por conta da chuva. Voltou a dormir. Sequer imaginava o que estava acontecendo nas proximidades.
O furgão chegou com os faróis apagados para não levantar suspeitas. Os criminosos colocaram o homem na parte de trás do veículo e destruíram o gravador do sistema de vigilância. Foi muito fácil. Ele apresentou resistência, mas não conseguiu se manter de pé. Jazia no chão, desacordado. Um pequeno fio de sangue saía de um corte bem no local onde levou a coronhada.
Eles o capturaram. Conseguiram. Missão cumprida. A mãe Rússia estava orgulhosa deles. E claro, os superiores também. Quando as luzes se acenderam, havia apenas uma coisa diferente: uma casa do bairro estava vazia.
(...)
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My Brother | Kai Havertz & Timo Werner
FanfictionKai e Timo descobrem que são irmãos e que o passado deles está ligado ao Comando Rubro, um grupo que destruiu várias famílias alemãs. Eles são sobreviventes, cresceram separados e a verdade foi escondida por mais de 20 anos pelos pais para que ficas...