Péssima decisão

48 11 18
                                    

Longe dali

Timo estranhou a demora de Dimitri. Ele acabou dormindo por algum tempo. Pensou que algo pudesse ter acontecido com o russo. Um dos encapuzados deixou um prato de comida decente no lugar onde ele estava com um copo de água. Era a primeira refeição de verdade que teria em dias.

Pouco tempo depois, Dimitri abriu a porta e entrou. Timo já sabia o que estava para acontecer e começou a comer rapidamente. O homem o entregou um par de tênis.

— A comida não foge. Consegui isso com um dos homens que fazem a patrulha dos corredores. Calce esses tênis, espero que sirvam em você. Precisará muito deles, já que o prédio é enorme e o caminho será longo. Temos alguns minutos até que ele volte. Precisará correr bastante comigo. Acho que vai conseguir, afinal, você ainda inda não está tão acabado — Dimitri demonstrava animação a cada palavra dita.

— Obrigado pelo elogio — ele riu. — Essa comida é a que vocês comem?

— Nem sempre. Depende de quem está cozinhando. Tem um cara aqui que trabalhava em um restaurante de um hotel em Dresden, então esse é um bom jantar.

— Está excelente. Você já comeu?

— Já. Há uma hora. Temos que ir rápido.

Timo terminou a refeição em cinco minutos. Eles saíram da sala em que estavam e foram para o corredor. Não havia ninguém. Correram silenciosamente para a escada no lado sul do prédio. Se passassem por ela, não teriam muita dificuldade em acessar a passagem que Dimitri mencionou.

Eles encontraram um dos homens.

— Está tudo bem. Ele é amigo.

Continuaram a correr. O prédio era realmente muito largo. Quando chegaram à porta que levava à escada, Dimitri a destrancou. Passaram para dentro e o russo precisou da ajuda de Timo para arrastar um tonel para a frente da pesada porta de metal. Aquilo poderia dar mais tempo a eles caso necessário.

Depois das escadas, eles teriam que passar novamente por um corredor igual ao do andar em que Werner estava.

— Esse é mais perigoso. Fique atrás de mim, certo? Nunca à frente. Não poderemos correr.

— Tudo bem.

Eles andaram com cuidado e atravessaram chegaram a outra porta parecida, mas enferrujada por dentro, devido à umidade do local. Dimitri a destrancou com dificuldade. Depois que entraram, o russo girou as chaves duas vezes e acendeu uma lanterna potente.

— Se conseguirmos passar por aqui, chegaremos a uma porta pesada no meio de uma mata. É por aqui que vamos sair. Quando chegarmos lá, por favor, corra sem olhar para trás. Mesmo que eu não chegue lá com você. Se seguir em linha reta, verá algumas marcas que fiz em árvores pelo caminho. Siga e você estará longe daqui em pouco tempo. Não pare, mesmo que queira descansar. Deixei uma mochila perto de um toco de árvore. Nela, há uma pistola sinalizadora com seis cargas. Deixei água em garrafas resistentes e um pouco de comida também, além de um kit de primeiros socorros. Mas espero que nada disso seja necessário.

Timo assentiu e começou a correr com Dimitri pela passagem subterrânea. Acima deles, um dos extremistas pediu para que checassem todas as celas e salas com detentos. Em pouco tempo, dariam falta dele.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora