Campeões

34 6 2
                                    

Kai abriu o envelope com apreensão e começou a ler o papel em voz alta.

— Registro de nascimento. Nome: Kai Lukas Havertz. Filho de Anthony Havertz e... — ele parou e aproximou o papel dos olhos para ver se era verdade. — Sophie Werner. Mas ela está com o sobrenome original? Não tinha mudado?

— Sim, ela mudou, mas eu mexi nos papéis da morte dela para reverter. No final do documento tem uma averbação para a inclusão de Maria no seu registro como mãe adotiva. As duas são mencionadas aí... ou seja, está tudo certo agora. Esse é o seu registro de nascimento verdadeiro. Se quiser, posso torná-lo oficial assim que eu voltar para a Alemanha.

— Eu quero, mas o que ela pensa disso? — Kai olhou para Maria, que conversava com John e Evelyn.

— Foi ela que me pediu para fazer.

— Pode alterar então. Muda algo?

— Na verdade não... o documento é bem claro sobre quem é a mãe biológica e quem é a mãe adotiva. Esqueci de mencionar, mas o sobrenome Werner é dela, não do pai do Timo. Quer adicioná-lo?

— Você também é um Werner, deveria fazer isso — Timo rompeu o silêncio.

— É, filho. Eu concordo — Anthony disse. — Sei que o seu nome, exatamente como é, foi um pedido dela antes de morrer. Mas isso foi no tempo em que Sophie queria protegê-lo. Hoje isso não é mais necessário. Tenho certeza que a decisão dela seria outra caso a situação fosse diferente.

— Acho que ela ficaria feliz — Kai comentou. — Você me ajuda com isso, pai?

— É claro que sim! Vou resolver tudo depois.

A hora da viagem do time se aproximou. Eles se despediram dos pais e foram para o aeroporto, onde a delegação se encontraria. Anthony, Maria, John e Evelyn em Portugal à noite.

— Bom, nós temos que ir. O voo sai em duas horas e eles pediram para que chegássemos com antecedência — Kai pegou a mala e puxou-a até a porta. — Nos vemos em Porto! — ele abraçou os pais e se despediu dos pais de Timo.

— Boa viagem! Nos vemos em breve — Anthony acenou quando o filho ligou o carro.

Os irmãos foram para o aeroporto privado onde se encontrariam com o resto do time.

— Fiquei feliz com a sua decisão — Timo disse. — Talvez era o que faltava para você se sentir mais conectado a ela.

— Sim, acho que é exatamente isso. Lembra que eu disse sobre algo que faltava? Você era uma das peças, mas agora parece que recuperei tudo. E agora com o nome dela no meu registro posso sentir que sou inteiramente filho de uma mulher incrível.

— Tony contou muitas coisas boas sobre ela. Não consigo pensar na pessoa que ela foi sem me sentir triste porque morreu tão cedo.

— Infelizmente essa tristeza vai permanecer até o fim. Você sente saudade dela? Eu sinto. É estranho porque nem quando nasci pude ficar perto dela. Essa é a parte que dói.

— Sim, eu também sinto falta. Parece estranho inicialmente, mas todo o conteúdo da caixa me fez entender isso. E eu também compreendi como nós nos preocupamos um com o outro desde sempre. No fundo eu sempre quis ter um irmão. Sempre achei incrível.

— Bom, você tem! — Kai riu.

— Até hoje não consigo acreditar nisso.

— Talvez seja porque somos mais parecidos com os nossos pais biológicos e não com a nossa mãe.

— Não. É porque eu pedi tanto um irmão quando era pequeno e agora tenho você... isso é muito louco. Porque... — ele fez uma pausa. — Não sei, você é o meu melhor amigo, sabe? Ainda é difícil processar tudo que aconteceu.

My Brother | Kai Havertz & Timo WernerOnde histórias criam vida. Descubra agora