ANGEL

Capítulo 10

TOM

Eu sabia que meu filho entenderia tudo que aconteceu, por ser filho único era óbvio que ficaria com ciúmes, mas tudo conversado é entendido.

A minha esposa se sentiu tão feliz que não tinha como esconder, o amor nos olhos dela me deixava muito feliz. Sei que aquela criança não era nossa, mas cuidarei dela como se fosse minha própria filha.

Me lembro do que passamos anos antes da Angel, foram tempos complicados. Vi minha esposa quase morrer em uma mesa de cirurgia, ficar depressiva e tentar suicídio – Aqueles remédios eram fortes, ela sabia o que estava fazendo. A virada em nossas vidas foi maravilhosa.

Depois que Max nasceu, ela melhorou muito, nosso filho nos deu força para continuar vivendo, eu também sofri naquele tempo.

Vi Sophia ficar magra – quase esquelética – estava desistindo das coisas que amava, com desesperança e cabisbaixa. Havia noites que ela acordava gritando socorro, algumas vezes a levava para o hospital para tentar acalmá-la, mas uma noite ela me pediu para não voltar ao hospital, ela odiava aquele lugar – dizia que não tinha boas lembranças – respeitei sua decisão e não voltamos.

Quando ela se recuperou continuei ao seu lado durante um tempo. Só voltei a trabalhar normalmente quando nosso filho completou quatro anos.

SOFHIA

Anjo.

E a única palavra que define essa criança, um verdadeiro anjo, eu me sentia tão triste por ter perdido minha filhinha no parto, mas agora, Deus me enviou essa preciosidade maravilhosa que cuidarei por toda a minha vida.

Aquela alegria que havia morrido ressuscitou ao ver Angel, eu sei que não minha filha de sangue, ela não saiu de mim, mas amarei como se fosse fruto do meu ventre. Tinha meu filho Max que também amava incondicionalmente, mas também amei Angel no mesmo instante que a vi, só abraçar aquela coisinha fofa.

Queria registrar a menina com nosso sobrenome, mas obedeci ao bilhete e coloquei o nome Angel Anthony Dim. Por algumas vezes, pensamentos egoístas sondavam minha mente, como por exemplo "a filha é sua, não devolva", ou então "mãe é quem cuida". Mas sempre que pensava nisso, tentava encher minha mente com pensamentos diferentes. Por mais que aquela menininha estava a meus cuidados ela tinha uma mãe, e essa mãe poderia sentir falta da filha.

Tentei encontrar os verdadeiros pais da Angel, mas nunca vi ninguém com esse nome na cidade. Não publiquei nada na internet por medo, algum maluco poderia dizer que era o pai e fazer alguma maldade com a menina. Procurei durante dois anos por seus pais, mas eles nunca apareceram. Então deixei de procurar.

Não queria nem imaginar como os pais dela estavam desesperados, queria ajudar, mas tentei das formas que consegui e nada adiantou. O que restava fazer era esperar o tempo resolver tudo.