Essa era a rotina casa, Max e Tom chegavam, todos comiam e dormiam. Naquela noite, Angel dormiu ansiosa para o dia amanhecer. Ao amanhecer, Angel levanta da cama e foi no quarto de seus pais, chegou gritando.
– PAPAI ACORDA!
Puxou o lençol.
– VAMOS, VAMOS.
Sophia arrumou o café da manhã e todos comeram. Max ficou feliz de ver a alegria estampada na irmã. Sophia levava Angel e Max para a escola, antes de sair do carro, passou um recado.
– Angel vou levar você para o trabalho do papai depois que sair da escola, me dá meu beijo. Te amo.
– Também te amo mamãe.
Beijou sua mãe e foi para escola.
Sophia voltou as onze e trinta da manhã para buscar os filhos. Pegou as crianças na porta, levou para dentro do carro e foram para a companhia. Ao chegar, Tom estava esperando, Max passou direto para dentro. Angel abraçou seu pai com muita força e entraram. Na companhia, os olhos da pequena brilharam de uma forma que nunca haviam brilhado, ela amou ver todas as meninas vestidas com tutu e dançando. Foi algo único para ela.
Todos queriam conversar com a filha do dono, porém uma das meninas era muito orgulhosa, arrogante e não queria conversar. Com toda educação e humildade que Angel tinha se aproximou de Dora e cumprimentou.
– Oi, sou Angel.
– Sou Dora e não gostei de você, não quero papo com a filhinha do dono.
Tom mandou Dora pedir desculpas, ela pediu, mas disse que não queria amizade, achava que Angel queria tomar seu lugar, pois ela era a melhor dançarina mirim da companhia.
Dora era uma menina arrogante porque seus pais tratavam a filha mal e para não mostrar para ninguém que vivia sofrendo, era arrogante, achando que funcionaria ou tamparia o vazio que ela sentia em seu coração.
Uma dançarina adulta que se chamava Miranda viu a pureza nas palavras da Angel e foi dar uma força.
– Oi pequena, eu sou Miranda.
– Muito prazer! Sou Angel.
– O prazer é todo meu, vi seus olhos brilharem ao entrar e sei exatamente qual a sensação que sentiu. Lembro quando comecei, eu tinha mais ou menos a sua idade.
– Você dança ballet?
– Sim, sustento minha família através de patrocínios, hoje só treino aqui para não perder o ritmo, mas danço profissionalmente.
– Lembro de você entrando aqui pequena, Miranda. – Falou Tom.
– Senhor Tom, treine ela assim como me treinou, com licença.
Angel amou ver a companhia e disse que queria aprender a dançar – ainda mais depois de receber um estímulo da Miranda. Max também dançava ballet, se empolgou com a ideia e apoiou. Tom gostou e começou a treinar a filha aos cinco anos, ela tinha muita facilidade em aprender.
Após o treino voltaram para a casa, comeram e dormiram. Naquela noite Tom e Sophia não transaram.
No outro dia, Angel não se concentrou na aula, queria dançar. Ficou encantada em ver a dança, os movimentos e roupas. O último sinal tocou, ela saiu correndo para o carro da mãe. Chegaram à companhia. Angel desceu do carro, beijou sua mãe e entrou. Arrumou os cabelos prendendo em um rabo de cavalo, colocou o tutu que seu pai comprou e foi para a pista de aprendizagem. Viu todas as meninas treinando. Dora ficava esnobando-a, pois não sabia dançar. Estava no segundo dia de aula.
– Se não sabe dançar, vai embora.
Tom sempre encorajou sua filha. Ao começar a dançar, viu que Angel tinha talento e ajudou em cada coisa que precisasse. Tom era equilibrado, olhava as coisas no futuro, muito pensador, tinha pele clara, cabelo cortado baixo, olhos verdes e muito inteligente.
Ninguém nunca desconfiou que Angel não fosse filha do casal Smith, pois os olhos dela e do Tom eram da mesma cor, não só por isso, ela parecia com o Max. O que as pessoas estranhavam um pouco era a cor dos cabelos, aquele tom de vermelho era diferente, pois ninguém da família Smith tinha. A cor dos cabelos de Angel era vermelho-escuro.
MARTA
Após anos procurando minha filha, vi que apenas o tempo me traria ela de volta, isso se estivesse viva ainda. Como ela saberia que sou sua verdadeira mãe? Essas questões martelavam minha mente.
Mesmo ajudando o orfanato, meu coração gritava pela minha pequena Angel, ninguém fazia ideia de como ela me fazia falta. Via vídeos de bebes na internet e chorava. Perdi as gargalhadas inocentes e a infância.
Cinco anos. Cinco longos anos sem a minha menina. Queria tanto saber como ela era, se os olhos ainda tinham aquela inocência, se os cabelos estavam grandes, se ela estava grande. Como eu queria ter, pelo menos, uma foto dela aos cinco anos. Ahhhhhhhhhhhhh, o mundo não é justo.
Se eu descobrisse quem é a pessoa que roubou minha filha de mim nem sentiria raiva, apenas imploraria para dizer onde ela está. Depois de tantos anos, meu coração conseguiu perdoar a pessoa que destruiu a minha vida, seja quem fosse, não me importava, só queria minha filha.
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ANGEL
RomanceO amor de uma mãe é mais forte do que qualquer coisa no mundo A esperança é forte e ela foi a única que se manteve viva durante 19 anos O amor, pode ser doloroso