ANGEL

Capítulo 29

Jonny e Marta depois de tantos anos de sofrimento finalmente estavam felizes, Ângelo havia nascido forte e com saúde, mas nunca desistiram de encontrar a filha. Marta nunca procurou na internet, ou fez anúncios na rede de televisão, por medo de sofrer um golpe.

Ângelo o caçula, tinha crescido e se tornado um belo menino.

Marta e Jonny protegiam ele como se o menino fosse uma pedra preciosa – claro que uma vida é muito mais preciosa que uma pedra. Para garantir a segurança de voltar com o garoto para casa, seu nascimento foi no hospital e não em casa como o de sua irmã – irmã esta que ele nem imaginava ter.

Ele era um menino extremamente tímido, gostava de ficar afastado e sozinho. Não era nenhum tipo de problema e sim o seu jeito. Marta o levou em seus com psicólogo infantil e por unanimidade disseram que ele não sofria de nenhum tipo de problema, aquele era seu jeito. Ele era apenas reservado.

Sua paixão era por livros, desenhos, gravuras, personagens, filmes e coisas do mundo dos games. Desde pequeno, quando seus olhos contemplaram pela primeira vez um desenho feito à mão, a paixão foi imediata. Ângelo começou a ler muito cedo e se destacou entre todos os alunos de sua classe por sua inteligência extraordinária.

Sem ninguém saber, Elizabeth desprezava o menino. Fazia bullying dizendo que ele era feio, magrelo, esquisito, bobo e que não tinha amigos porque ninguém suportava ele. Na frente da família, ela se tornava um anjo ao lado do menino, mas Ângelo não deixava barato. Sempre que estava entre família ele fazia alguma travessura, colocava sal em seu suco, puxava a cadeira para ela cair no chão, coisas do tipo.

A pior travessura que fez, foi quando ele colocou tinta preta no shampoo que Elizabeth usava, ela ficou com os cabelos pretos e vermelhos. O grito que ela deu foi tão alto que todos na casa ouviram.

Depois daquele dia, Elizabeth não conseguia esconder sua raiva. Em um dia, após voltar do trabalho, Jonny a viu maltratando seu filho, estava gritando com ele e agarrando seu braço. Depois disso, ele subiu as escadas, foi até o quarto e contou para sua esposa.

– Meu amor! – Fechou a porta. – Elizabeth não é sua amiga.

– Por que você diz isso? Ela cuida de nosso filho como se fosse dela, brinca comigo, saímos juntos para fazer compras e tomar chá, ela é minha amiga sim.

– Não é verdade, isso tudo é teatro. – Se sentou na beirada da cama. – Acabei de passar no corredor e a vi gritando com Ângelo.

– Ela fez isso? Com o meu menino?

– Sim meu amor, percebo há um tempo que ela não é sua amiga, ela quer alguma coisa. Só tem um problema! Não faço a menor ideia do que ela quer.

Enquanto estavam falando, o esposo de Elizabeth ouviu a conversa e achou melhor revelar tudo para eles. Bateu à porta duas vezes, abriu e colocou-se para dentro.

– Com licença, posso falar uma coisa com vocês?

– Diga Alfred, o que você quer? – Perguntou Jonny.

– Quero revelar um segredo que guardo há muito tempo. Não aguento mais escondê-lo de vocês.

– Pode falar, sente-se! – Sentou-se em uma poltrona que ficava perto cama.

Ele permaneceu calado por alguns minutos tentando recuperar o folego que fugiu dos seus pulmões, precisava ser forte naquele momento.

– Minha esposa e eu... sequestramos sua filha quando ela tinha cinco dias de vida.

Jonny permaneceu em silêncio por alguns segundos, aquelas palavras o deixaram pasmo. Não contendo sua raiva perguntou.

– O que vocês fizeram?... Vocês estragaram nossas vidas. – Disse Jonny possesso de raiva, levantou Alfred pela gola da camisa e socou a sua cara o fazendo cair no chão.