Capítulo 48

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Ainda estava muito triste, papai me enviou um e-mail depois de muito tempo:

"Filha também estou com saudades, estou orgulhoso por sua conquista. Seu irmão e Lia estão morando juntos aqui em casa, conheci uma mulher muito bonita estou conversando com ela, se acontecer alguma coisa de diferente te conto, filha eu te amo, Max mandou um abraço e Lia também. Quando puder venha nos visitar, filha vou mandar o dinheiro para sua faculdade, caso queira fazer, mas use ele como quiser.

Papai te ama".

O dinheiro caiu na minha conta no dia seguinte, ele já havia enviado o e-mail há um tempo. Estava tomando água quando alguém tocou minha campainha, abri a porta e vi que era Marta e Jonny.

– Angel, pode nos acompanhar em uma coisa, é importante. - Disse Marta.

– Claro, vou pegar o casaco.

Eles me levaram em um hospital.

Marta e Jonny desceram do carro e pediram para eu fazer um teste de DNA, desconfiada e meio sem entender, aceitei. Fizeram o exame e as enfermeiras pediram para esperar, enquanto isso Jonny foi na lanchonete. Marta e eu ficamos na sala de espera.

– Senhorita Marta, por que me pediu para fazer um exame de DNA?

– Angel, desconfio que você possa ser minha filha.

– Filha? Por quê?

– Você tem a mesma idade da minha filha desaparecida, tem o mesmo nome e parece com Jonny.

– Isso é coincidência.

– Não é coincidência, você morava na casa de uma grande amiga, fui te estudando e vendo como era, se você não for minha filha de verdade, cuidarei como se fosse.

– Eu agradeço, se realmente forem meus pais ficarei muito feliz.

– Nós também, você não faz ideia de quanto tempo procuro minha filha. - Disse com olhos marejados e segurando minhas mãos.

A enfermeira nos chamou na sala e falou o resultado do exame. Foi positivo. Os olhos da Marta brilharam e ela chorou de alegria. Fiquei sem palavras e nos abraçamos. Jonny entrou na sala e viu o resultado do exame e também abraçou.

– Filha quando tempo te procuramos! - Disse Jonny chorando.

– Estamos tão felizes por te encontrado. - Disse Marta soluçando.

– Marta, Jonny, eu estou confusa, que reviravolta.

– Vamos para a casa. - Disse Marta.

– Eu tenho casa.

– Agora morará conosco em nossa casa, sei que está recente, mas eu te amo filha.

– Não sei se conseguirei chamá-los de mãe e pai tão rápido, ainda estou espantada.

– Nós esperamos. - Disse Jonny alisando os meus cabelos.

Pedi para me deixar em casa para arrumar as malas e voltei colocar a casa a venda.

Perto das cinco e vinte da tarde cheguei na casa dos meus verdadeiros pais. Quando meus olhos contemplaram pela primeira vez aquela casa fiquei pasma, como era possível fazer uma casa tão grande. Só o portão de entrada era enorme e para chegar na porta da frente era uns cinco minutos, não era muito longe, mas não era acostumada em ver casas daquele jeito. A casa – mansão na verdade – era toda branca, com algumas estátuas no jardim, Marta gostava de arquitetura.

A empregada atendeu a porta, a casa era enorme, maior que a casa de Eduardo. Por fora não aparentava ser tão grande, mas ao entrar dava para ter uma noção, era bem maior.

Marta me levou para o quarto e mostrou as roupas que ela havia comprado para mim, imaginando como eu era. Ela encheu um roupeiro com vestidos, blusas, calças, sapatos e acessórios diversos. Nos abraçamos e ela foi para seu quarto.

Coloquei os braços para fora da sacada do quarto, na beira da borda e fiquei olhando para baixo pensando no Edu e em tudo que havia acontecido. Decidi que não pararia de dançar por causa de decepção. Dançar era parte da minha vida.

Uma nova etapa havia terminado, um sonho já tinha se realizado, mas eu queria mais. Queria sentir o verdadeiro amor, a paz de espírito, colocar a cabeça no travesseiro e saber que tinha alguém no mundo que me amava além dos meus pais e família.

Com pouco tempo comecei a chamar Marta e Jonny de mãe e pai, eles eram muito divertidos, as vezes ficávamos até tarde jogando baralho ou assistindo filmes na NETFLIX. Tudo estava em paz, mas ainda tinha muita coisa para acontecer na minha vida, havia novos caminhos para eu trilhar, queria conhecer novas coisas, explorar novos horizontes, ter novas ideias e tirar o Edu do meu coração de uma vez.

Em uma noite, estava dormindo profundamente e tive um sonho. Estava em uma companhia de dança, vendo as pessoas dançarem, só que certo momento, um homem se aproximou e disse.

– Oi. - A voz foi suave.

– Oi.

ANGELOnde histórias criam vida. Descubra agora