Capítulo 21

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Sophia não contou para ninguém que sofria de problemas de coração, cada dia que se passava seu coração batia mais fraco. Naquele dia ela preferiu ficar em casa – Por mais que Angel insistia que ela fosse na competição. Não contou o que estava sentindo, apenas não queria ir. Tom não insistiu muito, disse que a amava e foi para a competição.

Depois de ter ganhado o troféu, Angel queria que a mãe visse. Então, foi para casa e ao chegar foi logo gritando por ela; porém em vez de a encontrar na cama lendo um livro, Angel a encontrou deitada e desacordada. Ao vê-la deitada, Angel largou o troféu e foi tentar acordá-la. Balançou, soprou no ouvido, mas Sophia não mostrou nenhuma ação.

Tom encontrou a filha chorando e balançando sua mãe, mas não entendeu nada. Ao se deparar com a mulher na cama, verificou o pulso e sentiu que estava gelada, pelo que se via ela morrera há algumas horas. Ao sentir sua esposa gelada, se ajoelhou no chão – ele não estava acreditando que Sophia estava morta.

Max chorava de um lado e Angel de outro; Tom se recompôs e conseguiu tirar Max do quarto. Aos prantos ele chamou a ambulância. Angel não queria sair, permaneceu ao lado do corpo.

– Mamãe, acorda. – Tentava segurar o choro.

No dia seguinte ela percebeu que o corpo de Sophia não estava mais no quarto, perguntou para onde a levaram e disseram que foram arrumar o corpo para o velório.

Durante todo o velório Max ficou do lado da irmã para consolá-la. Tom ficou do lado do caixão o tempo todo, na hora de abaixarem o caixão, Angel conseguiu dizer.

– Tchau mamãe.

Nesse dia não teve aula na companhia, todos estavam tristes pela morte repentina dela que falecera aos quarenta anos.

Todos bateram palmas em homenagem a grande mulher que Sophia foi, jogaram flores brancas sobre o caixão, enquanto isso se tocou no fundo a música MOONLIGHT SONATA do pianista Beethoven. Tom, Max e Angel se abraçaram forte e ficaram chorando juntos. Olharam para o lugar onde Sophia estava enterrada e depois foram embora. Todos estavam arrasados.

Tom após uma semana retomou as aulas na companhia, Max voltou para a escola e também a companhia, mas Angel não saía de casa para quase nada, só ia para a escola e voltava de táxi chorando todos os dias.

Lia visitava sua amiga, mas Angel não atendia a porta, queria ficar sozinha. Sempre que chegava em casa ia direto para o quarto – onde viu sua mãe a última vez. – Deitava na cama e ficava a tarde toda no mesmo lugar.

Tom e Max chegavam e olhavam Angel deitada sempre no mesmo lugar, abraçada a um travesseiro. Tinham o desejo de ajudá-la a superar aquela perda, mas era difícil, pois uma parte dela também foi enterrada.

Por ainda ser uma criança foi difícil entender porque sua mãe tinha ido embora rápido.

Após um mês sofrendo, Angel decidiu voltar para a companhia. Acordou cedo, tomou seu café e foi para a escola, mas invés de ir para a casa, foi para a companhia. Chegando lá Tom se espantou e ficou feliz em ver a filha novamente ali. Dora que não perdoava nada, assim que viu Angel comentou.

– A órfã voltou. – Começou a rir.

Tom ao ouvir o comentário ficou furioso e disse para ela sair de onde estava imediatamente. Lia foi ver como sua amiga estava e com muitas lágrimas se abraçaram. Sem dizer uma palavra, Angel ajeitou a mochila, colocou no ombro e saiu. Tom disse a Dora que se agisse daquele jeito novamente com Angel ou qualquer outro aluno, ela seria expulsa. Tom foi atrás da filha e a trouxe de volta. Mandou Dora se desculpar, depois a levou para o escritório e serviu um suco de maracujá.

– Obrigada papai. – Angel fala pegando o copo. – Vou voltar participar das aulas.

– Não precisa filha, entendo que você está mal. – Tom fala sentando-se na frente da filha.

– Vou sim papai. – Angel fala se levantando e indo para onde as meninas se encontravam.

Naquele dia dançou com seu irmão e todos amaram aquele ensaio.

Dora com muita raiva foi para casa.

Angel não havia superado a morte da mãe, mas encontrou na dança um modo de amenizar sua dor e a cada dia que se passava ficava melhor, ganhou outro prêmio de melhor dançarina mirim da cidade.

MAX

Aquela loira aguada da Dora precisava aprender uma lição, pensei em encher a bolsa dela com tinta azul – ela odeia essa cor – mas, achei melhor não fazer nada. Como uma pessoa consegue ser tão sem coração daquele jeito? Todos sabiam que a Angel estava sofrendo pela morte da mamãe, eu também estava, mas era mais velho consegui superar mais rápido.

Se a Dora fosse homem ela ia se ver comigo, mas acho que a cara de derrota que ela fez quando me viu dançando com a Angel já foi o suficiente.

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