Harry as my gynecologist

Medicine and warm souls.

Naquela manhã, eles se sentiam como grandes criadores de oportunidades ajudando pessoas a viverem seus sonhos.

Concentrados na mesma grande sala de reuniões, em suas roupas bem passadas e jalecos devidamente brancos, nomes eram cruzados pelos próximos seis meses.

Era um novo dia, novas energias e novas oportunidades. Harry era grato, torcia pelo melhor. E estava sempre muito ocupado, também.

De segunda à sexta-feira, seus dias começavam às nove e terminavam às cinco. Ele estava sempre dentro de sua sala ou cumprimentando todos na recepção, conversando com os pacientes sobre suas áreas privadas e quaisquer problemas de saúde que pudessem ou não estar tendo.

Ele via algumas vaginas por dia, todos eles, mas aquilo não o perturbava. Era médico e estava a trabalho. Havia estudado para aquilo, afinal.

Por outro lado, Sofia estava apenas feliz por haver café na sala de descanso da clínica. Ela bebeu duas xícaras, sentindo a cafeína acordá-la e prepará-la para o dia agitado de trabalho.

Harry tinha quinze pacientes para atender naquele dia e, enquanto os novos internos de ginecologia assinavam os últimos papéis, Harry encerrava o exame da segunda paciente da manhã.

Jogando as luvas brancas no lixo, lavando bem as mãos e garantindo que a paciente estava bem, ele sabia que a qualquer momento conheceria seu novo parceiro de trabalho.

A residência em Ginecologia e Obstetrícia tinham duração mínima de três anos. Harry, Sofia e todos os outros haviam passado por essa mesma etapa.

O primeiro ano de residência seria voltado para a formação obstétrica, com situações de baixo risco. No segundo ano, a especialização focaria em ginecologia, com atuação em ambulatórios especializados, por exemplo.

No terceiro ano, o médico passaria a estudar mais a área de gravidez de alto risco, visitar ambulatórios especializados em obstetrícia e receber um treinamento sobre atendimento de pacientes graves.

Tudo isso enquanto finalizavam a faculdade.

-Doutor Edward Styles?

Harry olhou para a porta de sua sala, prontamente respondendo.

-Sim? Pode entrar!
-Bom dia! -entrou, corando- Sou William, seu novo interno.
-Oh!

Harry se levantou rapidamente, contornando a mesa estendendo a mão para William, mostrando seu melhor sorriso.

-Seja muito bem vindo, pode me chamar de Harry. -apertaram as mãos- Como vai?
-Eu vou bem, muito obrigado. Acabamos de receber as fichas com os nomes, fiquei muito feliz de ter sido escolhido para você.

Ambos coraram. William era alto, tinha pele beijada pelo sol e um sorriso pronto para mudar a medicina do país.

-Por favor, sente-se, vamos nos conhecer melhor.

Harry gesticulou e o interno assentiu, sentando-se na mesa dele.

Era seguro dizer, William tremia por dentro. Harry era muito intimidador. Não era ruim e acontecia sem querer, mas intimidava quem quer que cruzasse caminho com ele.

-Conte-me mais sobre você, William. -sorriu-
-Bem... -riu, respirando- Tenho vinte e quatro anos, moro aqui na Califórnia com minha mãe e um professor que admiro muito me recomendou a residência na clínica. Então aqui estou.
-Ótimo! -sorriu- Está feliz por começar?
-Muito!

Harry desviou o olhar, descansando as mãos nas pernas.

-Sou Harry, formado em medicina em Londres.
-Oh! -arregalou os olhos, sabia que era a melhor faculdade da Inglaterra-
-Tenho vinte e sete e exerço a profissão por quase quatro anos agora.