Os passarinhos cantando próximos às vidraças era o único som na casa de Harry naquele momento. Eu estava deitada em seu sofá, com ele entre minhas coxas e mãos descansando em minha panturrilha.
Seus olhos estavam fechados e as cores sutis de um possível pôr do sol filtravam impressionantemente contra a bochecha dele.
Seus lábios estavam dispostos em um sorriso suave e sua mão ocasionalmente apertava em torno de minha perna enquanto ele cochilava.
Meus olhos viajaram até o seu queixo agora, sorrindo silenciosamente ao ver os pequenos pêlos que se espalhavam pelo local, cobrindo seu queixo e correndo ao longo de sua mandíbula.
Ele havia contado sobre uma aposta que fizera com alguns amigos, algo sobre ele não conseguir deixar a barba crescer em um mês. Ambos sabíamos que ele seria capaz, mas Harry sempre acabaria aceitando um bom desafio.
Sobre o queixo, seu moletom preto tinha as cordas amarradas e apertadas, de modo que o capuz se amontoava e formava um travesseiro improvisado para seu pescoço, enquanto cochilava.
Presumi que fosse algo que ele aprendera a fazer ao decorrer de seus longos dias de estudo e trabalho.
A mão dele de repente agarrou minha perna com um pouco mais de firmeza do que antes, atraindo minha atenção para elas. Por Deus, as mãos do Harry!
Algumas pessoas realmente tinham mãos bonitas.
Meus olhos estiveram fixados na tatuagem de cruz por longos e patéticos minutos desde então, até Harry se mover ligeiramente contra sua calça de moletom.
Seus dedos permaneceram em suas pernas, mas em vez de apenas descansarem ali, eles esfregavam pequenos círculos.
Sorri um pouco mais largo, completamente apaixonada pelo homem enorme, mas gentil, que estava cochilando bem na minha frente. Ou melhor, que eu pensava que estava cochilando.
-É rude ficar olhando, querida.
Ele sussurrou com voz ainda grogue de seu estado de cansaço. Rapidamente encontrei meus olhos semicerrados com os dele. Momentaneamente, sua mão deixou minha perna para esfregar os olhos.
Antes que eu tivesse a chance de perder a pressão reconfortante e o calor em minha panturrilha, Harry voltou a esfregar para cima e para baixo com sua mão.
-O que você estava olhando?
Ele murmurou, inclinando a cabeça contra o encosto do sofá. Seus cachos sutis espalharam-se por todas as direções enquanto ele fazia aquilo.
-Você.
Respondi, estendendo a mão para entrelaçar com a dele. Harry apertou suavemente e fez questão de me encarar de volta com seus olhos verdes.
-Por quê?
O sorriso em seu rosto fora transmitido ao tom de sua voz, fazendo com que outro sorriso se espalhasse por todo o meu.
-Você é bonito.
Apesar da luz fraca, no momento em que o sussurro deixou meus lábios, pude ver as bochechas de Harry ficarem avermelhadas em um rubor adorável.
Ele desviou os olhos dos meus e, de repente, se encontrou muito interessado em tocar seus próprios dedos. Embora seus movimentos indicassem sua timidez, o largo sorriso em seu rosto era impossível de se esconder.
-Oh não, essa é você.
Riu, misturando covinhas e rubores.
-Você é lindo, baby.
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Harry as my gynecologist
RomanceGeralmente, quando eu olhava para o pôr do sol, percebia como o céu mudava. O sol se punha e as cores se tornavam mais intensas, mais escuras. Naquele dia, eu não havia notado a mudança. O sol se inclinava para beijar as bordas da terra, se aproxim...