Seventeen.

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Harry parecia em paz, relaxado contra a mesa do jardim e as almofadas em suas costas, olhos distantes e lábios franzidos enquanto sobre o apoio de sua mão.

Ana o observava enquanto ele inspirava e expirava em seu suéter vermelho, o cansaço parecendo assumir completamente o seu corpo.

Eram nos finais de semana que ele conseguia relaxar e ter tempo para si mesmo, longe da extensa e aparentemente interminável agenda de pacientes para entender.

Ana o acompanhava como podia, sempre buscando distrair-se apenas por estar olhando para ele.

A pele de Harry, pontilhada com tatuagens escondidas pelo suéter e pequenas pintas aqui e ali, era aquecida pelo sol e Ana não queria interromper seu silêncio pacífico, não quando ela sabia que ele precisava tanto.

Mesmo sabendo que ele adorava o ritmo acelerado de seu trabalho e as interações com pacientes, ela sabia também que haviam aqueles momentos onde ele precisava apenas relaxar e recarregar suas energias.

Harry respirava profundamente, imperturbável pelos sons dos pássaros que visitavam o jardim de Anne naquele momento da tarde.

Ana não podia deixar de sentir seu coração acelerar quando o viu apertando uma das almofadas contra o encosto da cadeira, nariz se enterrando nela, como faria com a garota se estivessem compartilhando uma cama.

Levantando-se, Ana caminhou até as cadeiras onde seu namorado quase cochilava, passos leves para não incomodá-lo.

No segundo em que ela bebeu um gole de água fresca, estava de frente para o verde dos olhos de Harry, inchados de sono mas brilhando mais forte que nunca contra a luz do sol poente.

-Pode cochilar...

Ela murmurou com pontas dos dedos acariciando as maçãs do rosto dele. Harry tinha olhos semicerrados olhando para ela.

Com voz profunda e lenta, uma de suas mãos estendeu-se para segurar a mão de Ana por mais tempo nele.

-Onde você está indo?
-Lugar nenhum.

Sorrindo, ela se esticou para deixar a água de volta na mesa, Harry parecia despertar.

-Você fica bem em vermelho... -o analisou- Realça o seu nariz.

Os ombros dele tremiam ao rir.

-Meu nariz?
-Isso mesmo!

Repetiu, lutando contra um sorriso. Harry se recostou sobre a cadeira, uma das mãos sobre o rosto enquanto ainda ria do elogio inusitado.

-Posso beber um pouco da sua água? Acho que não tive o suficiente hoje.

Pediu, rosto apenas há alguns centímetros do de Ana. Balançando a cabeça em desaprovação, Ana se esticou novamente e deu-lhe espaço suficiente para se sentar.

-Vai em frente, é a minha segunda!

Gesticulou quando o viu tomar toda a água.

Se hidratando, Harry fechou os olhos. Ele abraçava a almofada quase como um ursinho de pelúcia e Ana não poderia evitar, também, deslizar os dedos por entre seu cabelo.

Quando Ana estava com ele, o único lugar onde gostaria de estar era mais perto.

Os lábios de Harry estavam quentes do sol e tinham gosto do suco de frutas que estava tomando no momento anterior.

Prestes a se afastar, Ana sentiu a mão dele contra sua nuca, mantendo-a no lugar enquanto seus lábios se abriam e permitiam que a língua dele encontrasse a dela.

Harry as my gynecologistOnde histórias criam vida. Descubra agora