Dress shopping.

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Harry se apaixonou no momento em que viu Ana na recepção. E, bom, ela passou direto por ele.

Ele nunca havia se apaixonado por pessoas que estavam com ele há anos, como diabos poderia se apaixonar em meros minutos após conhecer alguém?

Simples: o destino funcionava de maneiras estranhas às vezes.

Era surpreendente que Harry tivesse encontrado pouco ou nenhum interesse nas mulheres deslumbrantes se atirando sobre ele quando tinham a chance.

No entanto, Harry era o mais distante possível de ingênuo ou estúpido. Geralmente, elas não estavam apaixonadas por ele ou tinham interesse em conhecê-lo.

As mulheres o achavam atraente, obviamente, mas sua carteira parecia sempre mais apetitosa. Harry adorava ter dinheiro, claro, não trabalharia tanto se não gostasse da estabilidade.

Porém, ele não exibia seu dinheiro por aí, jamais sentiria a necessidade de impressionar daquela forma.

Ele não gostaria de um relacionamento com alguém que pensasse que dinheiro era a característica mais impressionante em uma pessoa.

As mulheres geralmente não se importavam que ele era inteligente, interessante e generoso. Elas se importavam com ele ter mais dinheiro do que precisava.

Para grande surpresa das pessoas, ele era um homem romântico. Foram raríssimas as vezes que ficou com alguém por uma noite e desprezava totalmente a expressão "amigos com benefícios".

Ele estava sozinho. Harry realmente se sentia sozinho.

Seus padrões pareciam altos e ele ainda não havia conhecido alguém que chegasse relativamente perto de alcançá-los.

Harry queria alguém com quem pudesse se casar, ter bebês e ficar grisalho junto.

Para um homem que aparentemente tinha tudo, ele não conseguia alcançar o que o dinheiro não podia comprar.

Quando Ana insistiu para ser atendida por sua médica de costume ainda na recepção, a voz de Harry ficou presa na garganta pela primeira vez na vida.

Não era uma paciente com maquiagem no rosto e vestidos apertados, mas uma mulher linda de morrer em calças jeans pretas e uma bolsa lateral pendurada. 

Parados ali, nada se movia.

Não fazia sentido que aquela mulher fosse tão bonita e tão... Harry não conseguiria encontrar palavras para descrever o choque elétrico que corria pelo corpo.

Enquanto Ana decidia ou não se confiaria nos seis anos de estudo do ginecologista formado, ele aproveitou o momento para olhar para ela.

Seu rosto estava limpo, apesar de corado, com apenas um pouco de rímel e brilho labial. Ela era alta, mas não mais que ele.

E, de repente e rápido demais, tudo se tornaria sobre observar detalhes que ninguém mais parecia ver.

Dias depois, o queixo de Harry caiu consideravelmente. Estaria ele sendo... Recusado? Ana e Betty riam como se fossem amigas há anos, mas não de uma maneira indelicada.

"Ele é confiante, não é? Presumindo que já está tendo um segundo encontro!"

"Eu sei, huh? Terei que abaixar a bola dele."

Aquele foi o momento em que Harry se apaixonou por Ana sem nem saber o seu segundo nome.

Com a mesa da cafeteria repleta de rascunhos e projetos que ela precisava entregar à tempo, ele não queria arriscar que Ana tivesse problemas por não conseguir deixá-la sozinha.

Harry as my gynecologistOnde histórias criam vida. Descubra agora