British Thanksgiving.

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Harry passara toda a sexta-feira procurando receitas de ação de graças. O assado de sua mãe geralmente consistia em frango, alguns vegetais, purê de batata e molho. Harry imaginou que talvez pudessem incluir mais alguns pratos americanos daquela vez, como macarrão com queijo e alguns biscoitos.

No sábado, ele chegara à casa de sua mãe mais cedo, apenas para ajudá-la com toda a comida e passar algum tempo extra juntos. Era seguro dizer que Harry estava nervoso, muito nervoso.

Ele sabia que era bom em muitas coisas. Harry era bom com seus pacientes, era bom em pegar tendências da moda e molda-las para caber em sua própria personalidade com facilidade.

Ele era bom em identificar as origens locais dos vinhos em cinco segundos após o líquido doce passar por sua língua. Ele também era bom em criar paredes de galeria em sua casa, no xadrez, em recitar poesia e em pintar as unhas sem manchar sua pele com esmalte.

Harry era excelente em tirar orgasmos de seus amantes também. Dito isso, ele sabia que era bom em algumas coisas. O problema então, é que ele nunca sabia ao certo como agir diante do sentimento que crescia por Ana.

Seria uma tarde importante para Ana também, ela podia se sentir ficando nervosa a cada novo minuto.

Ana aplicava um batom nude em seus lábios e sorria para si mesma de frente ao espelho, estava ótima, sentia-se ótima. Mas aquelas roupas lentamente a levaram ao pensamento do ex-namorado de novo. Ele nunca teria a deixado sair de casa daquela forma sem antes passarem por uma briga desgastante.

Ana havia ficado muito chateada quando eles terminaram, mas era mais como uma revolta. Ele era controlador, sem amigos, sem família. Não podia sair de casa em nada legal senão brigariam.

Ana indiretamente sempre precisara de algum tipo de aprovação da parte dele. Era tóxico e degradante. Harry não se importava com esse ex-namorado, de qualquer forma.

O médico fora muito compreensivo e super doce com ela depois que explicou tudo para ele. Harry cuidava de Ana, ajudava-a a ver o seu valor e a mover-se sozinha.

Ele estava fazendo por ela e, consequentemente, estava a ajudando a se animar desde então. Como naquela tarde, por exemplo, ele a convidou para conhecer sua família. E Ana estava nervosa.

Ela tinha total consciência de que Harry poderia conquistar todos os tipos de mulheres mais bonitas mundo a fora. Ela definitivamente não se sentia a mais bonita.

Aos olhos dela, Harry era tão bonito, literalmente um espetáculo à parte. Mas ele também era um homem que não se importava com a atenção feminina. Se importasse, trabalharia em outro lugar.

Ana suspirou para si mesma mais algumas vezes enquanto se olhava no espelho, apenas pensando. Ela podia sentir seu coração se afundar ao pensar na família dele.

A arquiteta correu suas mãos pela roupa enquanto sua ansiedade crescia direto no estômago. Certificando-se de ter suas chaves e telefone em mãos, ela encarou o caminho até o carro.

Gemma havia chegado cerca de uma hora antes do almoço, dois dos primos de Harry apareceram cerca de trinta minutos antes. Harry reuniu todos eles na sala quando recebeu uma mensagem de Ana dizendo que estava a caminho.

-Tudo bem, nós, hum... -esfregou as mãos- Devemos todos desejar feliz dia de ação de graças quando ela entrar pela porta?

Sua irmã revirou os olhos, zombando dele.

-Não é uma festa surpresa, Harry. -riu- Quando ela chegar, diremos que estamos oferecendo um almoço de ação de graças britânico porque você tem uma enorme queda por ela.

Harry as my gynecologistOnde histórias criam vida. Descubra agora