Harry fever.

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Harry não se sentia mal daquela forma desde que acordou para a escola encharcado de suor, aos quatorze anos na Inglaterra, incapaz de fazer sua voz funcionar por tempo suficiente ao chamar por sua mãe.

Incapaz de seguir sua agenda e conseguir atender suas pacientes aparentemente sozinha, Sofia atravessou a clínica para ver o quê estava acontecendo, para tentar entender o por quê de tantos nomes e tanto atraso.

Diminuindo os passos, a garota prendeu o cabelo rapidamente ao se deparar com Débora de pé do outro lado do balcão, tentando organizar a ordem de chegada das mulheres.

Silenciosamente ela se aproximou, as pacientes pareciam irritadas. Virando metade do corpo, a porta de Harry estava fechada, e foi quando Débora disse que ele não permitiu que ela entrasse.

-Nós vamos atendê-las, por favor, tenham paciência!

Sofia pediu, tocando Débora nas mãos e parando na porta do Harry. Ela bateu três vezes, sem repostas, até entrar por completo. Todos os olhos femininos estiveram nela até que fechasse a porta.

-Harry?

O peito do ginecologista estava contraído e o estômago apertado, a bile ameaçando subir por sua garganta mais uma vez. No entanto, ele se conteve ao ouvir a voz dela.

Harry podia sentir o suor escorrendo pelas laterais do rosto. Sofia se aproximou.

-Não entre, por favor.

Ele gesticulou com as mãos, levando a mesma até o estômago de novo.

Sofia freou seus saltos altos no mesmo instante. Olhando para ele, havia acabado de vomitar.

-Eu só preciso limpar isso aqui e então chamarei à próxima paciente.

Sua voz era fraca, baixa. Sofia ignorou seu pedido e se aproximou o suficiente, tocando as duas mãos no rosto dele.

-Puta merda!

Estava queimando. Sua temperatura certamente beirava os quarenta graus. Harry não conseguia se lembrar da última vez que esteve doente, muito menos tão enjoado quanto naquele momento.

-O quê houve? O quê aconteceu?

Ela afastou as mãos, tentando olhá-lo nos olhos. Ele suava frio e mantinha as mãos na barriga.

-Foi o almoço que comi, não me sinto bem.
-Certo, certo. -deu alguns passos, pensando rápido- Sente-se aqui enquanto vou pedir para Débora transferir todas as pacientes para doutora Maria e o pessoal dela.
-Eu posso atendê-las... Oh!

Harry gemeu, fechando os olhos, como se apenas falar o causasse dor.

-Harry, sente-se e procure as chaves do seu carro, vamos para casa.
-Não precisa...
-Precisa, você está pálido! Queimando!

Ele tentou contra-argumentar, mas o enjoo que sentia só o fazia querer sair o mais rápido dali. Fechando a porta e praticamente correndo até Débora, Sofia explicou a situação por meio de sussurros.

Débora acenou com a cabeça e sentou em sua cadeira, ligando no ramal dos outros ginecologistas disponíveis na clínica.

Harry sempre parecia forte e resiliente, mas aquilo não significava que não precisava de ajuda naquele momento. Ele suava, tremia, vomitava.

-Consegue andar até o carro? Como se sente?

Sofia abaixou o tom de voz, tirando o jaleco branco e o deixando na sala dele.

-Onde estacionou?

Mesmo que não estivessem diretamente mais na vida um do outro, Sofia precisava dele bem.

Harry as my gynecologistOnde histórias criam vida. Descubra agora