Doces lembranças eram aquelas que fizeram juntos. A verdadeira beleza estava nas memórias de cada um dos momentos que viveram e guardaram.
Não era estranho que Harry aparecesse no apartamento da Ana sem qualquer aviso?
Com a agitada agenda do melhor ginecologista da Califórnia, a arquiteta ainda estava se acostumando com a natureza espontânea de seu estilo de vida.
Sempre que Harry enviava uma mensagem aleatória no fim do dia, ela abriria a porta alegremente.
Portanto, havia sido um pouco surpreendente quando Harry, totalmente equipado com um saco de hambúrgueres e batatas fritas, foi saudado com uma Ana chorosa.
-Oh, querida... -murmurou assim que notou o estado de lágrimas em que ela estava- Qual é o problema?
Ana não respondeu. Em vez disso, ela avançou silenciosamente pedindo que ele a abraçasse, pedindo para que ele a ajudasse a esquecer tudo o quê havia acontecido.
O saco na mão de Harry havia caído no chão quando envolveu os braços em volta dela, descansando sua bochecha acima de sua cabeça enquanto ela soluçava em seus braços.
Aquele era o segundo abraço.
Suas mãos trêmulas envolveram firmemente a cintura de Harry enquanto ela aninhava o rosto na curva de seu pescoço, dedos ágeis agarrando o tecido em suas costas.
Harry podia sentir as lágrimas encharcando sua camisa, mas ele não se importava. Não, ele estava muito mais preocupado em acalmá-la, pressionando beijos suaves em sua linha do cabelo enquanto a abraçava com ternura.
Seu corpo tremia enquanto respirava pesadamente, fungando com soluços chorosos saindo de seus lábios.
Ao mesmo tempo, lutava para recuperar o fôlego enquanto exalava, tentando aliviar toda a sua frustração reprimida.
Harry balançava os dois para frente e para trás de maneira lenta, criando um padrão suave enquanto a tranquilizava.
-Está tudo bem, apenas deixe tudo sair...
Os dedos dele traçavam cuidadosamente para cima e para baixo na curva de sua coluna, e Ana permitia ser acalmada pelo balanço calmo de Harry e as batidas serenas de seu coração.
Haviam permanecido naquela posição até que Ana afrouxou o aperto sobre a cintura dele, permitindo que se afastasse e segurasse seu rosto com as mãos.
Harry passou os polegares nas bochechas de Ana manchadas de lágrimas e jurou que poderia sentir seu coração quebrar quando lágrimas caíam de seus cílios enquanto piscava.
Apenas uma pessoa poderia ter sido capaz de fazê-la sentir daquela forma.
-Você quer falar sobre isso?
Ele perguntou baixinho, sua voz profunda quebrando o silêncio entre os corpos.
-Ainda não... -ela respondeu, a voz quase um sussurro- Depois de comer.
Harry conseguiu soltar uma risada com o fato de que Ana havia notado o saco de comida largado no chão, permitindo que ela agarrasse sua mão e o levasse para o sofá.
Assim que Ana se sentou, enfiou a mão na sacola de comida, tirando um hambúrguer para saciar os resmungos em sua barriga.
O estresse fazia com que ela se esquecesse de comer às vezes, então aquela seria sua primeira refeição adequada em oito horas.
O tempo todo, Harry a observou em silêncio, assistindo-a dar uma grande mordida e cantarolar alegremente com o gosto do hambúrguer.
Ele encarava seus cílios molhados e o rosto manchado de lágrimas, a ponta do nariz avermelhada e os fios de cabelo escapando do coque no topo de sua cabeça.
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Harry as my gynecologist
RomanceGeralmente, quando eu olhava para o pôr do sol, percebia como o céu mudava. O sol se punha e as cores se tornavam mais intensas, mais escuras. Naquele dia, eu não havia notado a mudança. O sol se inclinava para beijar as bordas da terra, se aproxim...