8. Sem essa!

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Eu estou no banco de trás do carro com Kaio, nós dois estamos praticamente sem roupa mesmo assim o calor que faz aqui é praticamente sufocante. Me deito toda torta no banco esperando ele se proteger com o látex. Como todas as vezes em que isso acontece entre nós sinto meu corpo tremer e aquela leve sensação de ansiedade e frio no estômago.

_Isso não vai dar certo. - Kaio ri, acompanho seu riso sentindo meu rosto esquentar - senta aqui. - ele pede e eu faço - se você se sentir desconfortável, se doer, qualquer coisa paramos. Ok!?

Balanço a cabeça sem saber como fazer. Meu professor atencioso como é me ajuda.

Tento me vestir, mas nesse espaço confinado é quase impossível. Júnior está só sem camisa me olhando com um sorriso levado, fico sem graça, me sinto estranhamente deslocada com ele me olhando desse jeito por isso busco qualquer assunto na minha mente que desvie o fogo.

_Você voltou com a Andréia? - a pergunta sai sem que eu nem perceba, tantas coisas e pergunto logo sobre isso.

_ Katerina te contou. - não é uma pergunta e por mais que eu queira mentir nós dois sabemos a verdade por isso me limito a balançar a cabeça positivamente. - Foi sexo. - ele responde enquanto coloca a camisa tirando os olhos de mim e fechando expressão numa bem séria.

_Você disse que nunca mais voltaria pra ela.

_Isso é algum tipo de cobrança? Porquê eu não lembro de ouvir a palavra fidelidade ou exclusividade. Se tivesse ouvido eu não teria aceitado, principalmente porque essa sua ideia estúpida de transar comigo é para ter experiência para dá para um babaca do outro lado do continente. Então sem essa de cobrar por exclusividade!

_Me desculpa! Não era mesmo da minha conta. - digo abrindo a porta e saindo apressada em direção a portaria do prédio A, ouço a voz do Kaio me chamando mas eu não olho para trás, não quero que ele me veja chorar, já me sinto suficientemente humilhada.

Entro na portaria da faculdade e vou para lanchonete onde vou estar longe do Kaio porque eu não quero ver a cara dele tão cedo. Meu celular toca sem parar e eu desligo todas as chamadas só para as mensagens começarem.

Me atende Sam, só estou nervoso, aquela mulher me enlouquece!

Sam me perdoa!

Qual é, fala comigo.

Porra Samara...

Olha você está com raiva, beleza, já entendi, você está certa, agora pode por favor vim aqui, vamos conversar como adultos?

Eu pedi desculpas Samara...

Sam... Por favor!

Você foi um ogro comigo Kaio, sem a menor necessidade.

Eu sei. Me perdoa.

Não vou aceitar você me tratando assim independente do tipo relação que seja essa nossa!

Não vai acontecer de novo. Eu prometo!

Ok. Agora pode ir para sua casa.

Não vai vim conversar comigo?

Não!

Caramba Samara! Você é difícil pra Caralho!

Boa noite Kaio.

O que posso fazer pra você me perdoar?

Deixar de ser babaca já é um começo.

Kaio não manda mais mensagens e também não aparece na saída como pensei. Kate e Tati não falam nada sobre e eu fico em silêncio enquanto as duas reclamam das matérias e dos professores.

...

O final de semana chegou mais rápido do que pareceu possível. Quase não falei com o Kaio e menos ainda com Scott, gastei meus dias estudando e só. Enquanto termino de me arrumar penso talvez eu esteja sendo muito má com o Kaio. Digamos que a raiva já passou e eu já comecei a sentir falta dele.

Suspiro decida a dar uma a chance a ele.

Kaio?

Pensei que nunca mais fosse falar comigo!

Eu pensei mesmo em fazer isso. Você bem que merece.

Você é má, eu pedi perdão, será que podemos almoçar juntos? Eu pago seu almoço como forma de redenção.

Não precisa fazer isso.

Mas eu quero. Quero ver você Samara.

Eu tinha almoço na casa da tia Vilma.

Você não consegue ficar comigo só um pouquinho?

Vou falar com meus pais...

Encontro meus pais no quarto, os dois estão se arrumando, acho tão bonito o que os dois têm, eles são amigos, namorados cúmplices um do outro como eles mesmos dizem, acho que no fundo é isso que eu busco. Alguém que seja meu cúmplice, meu amigo antes de ser qualquer outra coisa.

_O que está fazendo aí princesa? - meu pai pergunta ao notar. Sorrio feliz.

_Kaio me chamou para almoçar com ele. - dou ombros entrando no quarto e me sentando na cama.

_Só almoçar? - o senhor de cabelos pretos e alguns fios brancos me pergunta desconfiado. Ele sempre desconfia de mim, segundo meu pai sou bonita de mais para estar solteira aos 20.

_Zé! - minha mãe chama sua atenção e eu tento conter um sorriso fracassando miservelmente.

_Bom... - penso se devo contar ao senhor José Henrique de Lima alguma coisa sobre meu relacionamento com o filho de seus amigos.

_Você não precisa contar se não quiser. - minha tenta.

_Nada disso Verônica! Tem que contar sim. Eu vou entender se achar que um garoto não é bom o suficiente para nos apresentar, mas quero saber com quem minha filha anda saindo e quem está beijando. Vocês estão fazendo sexo!? - meu parece perplexo e eu ainda mais, todo meu rosto esquenta e eu fico completamente sem graça. - Vou falar com Alberto para conversar com o filho dele e fazer ele usar camisinha sempre!

_PAI!!! - grito ao mesmo tempo que minha mãe o repreende. - nós somos amigos! Só amigos... Talvez rolê um beijo ou outro mas... Só. Isso. Um . Beijo. - digo tentando me desviar do assunto constrangedor.

_Um beijo? - meu pai sorri. - e de um beijo para ele é meu namorado quanto falta? 

_Muito!

_Gosto do Kaio, ele é um bom garoto! - minha mãe diz se virando na minha direção após colocar os brincos.

_Eu também! - meu pai diz sorrindo.

_Ainda assim somos só amigos. Quem sabe um dia... - dou ombros, eu nunca pensei que pudesse fazer sexo com o Júnior logo, nada é impossível.

_ Um mais rápido do que imaginamos... - Verônica sorri para o marido com uma daquelas conversas pelo olhar.

Fico parada esperando eles me darem permissão para ir, porque apesar de cometer alguns desvios eu sou obediente aos meus pais.

_O que está fazendo sentada aí! Vai almoçar com seu amigo. - meu pai sinal com as mãos me mandando sair.

_Obrigado pai, obrigado mãe.

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