16. Almoço em família.

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Eu não resisti ao pedido de Kaio e me joguei nos seus braços e o fim da noite foi com os dois nus e cansados de mais para dizer qualquer coisa. Quando o dia amanheceu eu me arrependi, porque fiquei com medo e vergonha. Eu teria que terminar as coisas com Scott e eu não tinha coragem para fazer.

Entramos na minha casa de mãos dadas com um casal. Meu pai nos olhou com uma expressão diferente e indecifrável.

_Bom dia Eduardo. - Júnior comprimenta.

_Bom dia rapaz, tudo bem com vocês? - meu pai pergunta e sinto vontade de me esconder atrás de Kaio por pura vergonha. - porque vocês não sentam para conversarmos?

_ Claro. - Kaio senta e cruza as pernas como se nada no mundo fosse capaz de abalar a paz dele.

_Bom estou sabendo que você e minha filha estão namorando... - meu pai diz tranquilamente, eu sei que ele não tem nada contra nosso namoro e acho que também não se importa muito com o fato de estarmos transando.

_Sim. - Kaio responde.

_Não é bem um namoro. - respondo a pior coisa que deveria, tenho essa mania de falar merda.

_Só estamos com alguns probleminhas de comunicação. - Kaio olha pra mim como se pudesse cortar meu pescoço fora, ele sempre nos olha assim quando sua irmã e eu fazemos algo de errado.

_ É estamos namorando, mas eu meio que queria esperar pra ver se ia dar certo. - digo fazendo birra. Eu sei, muito infantil.

_ Até quando ia esperar? Três meses? - ok Kaio ficou irritado de verdade e eu sei bem o porque.

_ Não foi o que eu disse... - na verdade era bem isso, só não ia falar na frente do meu pai.

_ Ela tem ou tinha um namoradinho que mora em Nova York, esse tal namorado disse que viria conhecer a família dela e apresentar seus pais. Eu nunca coloquei fé nesse namoro e já disse que não faço nenhum pouco de gosto,  - Merdaaaaaaaa!!!!! - diferente de você Kaio. Conhecemos você e sua família, eu te vi na barriga da sua mãe. Isso aumenta ainda mais sua responsabilidade. Eu descobri esse namoro quando já estavam dormindo juntos! - posso sair correndo? - eu não acho que isso aconteceu da noite pro dia... - meu pai jogou no ar como sempre faz e meu namorado vai responder porque ele é bem assim.

_Eu sei. Somos amigos antes de tudo, mas, Sam e esse rapaz vão terminar, não tem espaço para outro cara na nossa relação. - isso soou possessivo ou só meio ciumento?

_ Eu acho que isso é o correto. Certo filha? - estou me sentindo pressionada e não gosto muito de sentir assim, eu abro mão de tudo, Kaio volta para a magrela da Andréia e eu fico sozinha e sofrendo. Não sei não!

_Certo pai. - meu namorado busca a minha mão e aperta ela como se tivesse me dando força, eu gosto disso, Kaio sempre soube me tranquilizar.

_ Então é isso. - meu pai sorri e se levanta. - não vou dizer bem vindo a família porque acho que já somos uma família antes desse namoro.

_Obrigado! - meu namorado abre um grande sorriso e aperta a mão do pai que nos deixa sozinhos na sala.

_ Não foi nada de mais. - Kaio continua sorrindo e eu tento não me deixar levar.

_Eu não entendi bem o que aconteceu aqui mas, se você me deixar para voltar para a vaca traidora, Kaio... Juro! Eu te dou uma surra! - uso o tom mais ameaçador que consigo e o efeito é bem inverso do que eu esperava o sorriso dele se abre ainda mais e seus olhos escuros brilham.

_É disso que você tem medo? Eu não voltaria para ela antes agora que tenho você é que as chances de isso acontecer beiram o impossível. - ele me beija e volta sorrir. - Vou te ensinar a confiar em mim pequena.

Droga! Ele tinha que ser tão bonito?

Definitivamente Kaio e meu pai juntos parecem uma mistura cruel de pessoas que me odeiam. Os dois estão a quarenta minutos contando histórias sobre mim e não são histórias legais, são constrangedoras! Os dois gargalham alto e eu penso numa maneira de matar Kaio lentamente. Infelizmente minha mente nada pura não consegue criar cenas sangrentas como eu gostaria.

_Mas minha filha é boa menina! - papai finalmente me defende.

_Sempre foi linda, destemida e muito inteligente! - Kaio beija meu rosto.

Olho pra ele tentando imaginar como seria apertar seu pescoço, porém na imagem criada estou completamente sem roupa assim como ele e eu coro com força.

_Ela nunca soube lidar muito bem com elogios. - meu pai diz, provavelmente porque meu rosto está muito vermelho, o problema é que a cor do meu rosto não tem nada a ver com com elogio que ele me fez.

_Acho que vocês são um lindo casal. - minha mãe diz nos olhando.

Fico em silêncio.

_Improvável. - Kaio respira fundo e aperta minha mão.

_Não! Sempre achei que vocês fossem acabar juntos. - minha mãe diz e eu fico realmente muito surpresa. - sempre que estavam juntos eu percebia uma conexão entre vocês. Já pareciam um casal antes. - agora sim fico realmente surpresa, até engasgo criando uma cena.

_Calma amor! - Júnior sorri batendo nas minhas costas de leve. - eu acho que a senhora pode estar certa. - Kaio franze a testa e me olha com um ar diferente, é estranho, seus olhos se prendem nos meus e tudo parece parar. - A presença da Samara sempre me deixou mais calmo, estamos pouco tempo realmente juntos mas, sinto como se já tivesse muito tempo...

Quero beija-lo mas tenho vergonha de fazer isso na frente dos meus pais.

_Acho que teremos um casamento não vai demorar. - meu pai sorri e se levanta carregando seu prato para cozinha.

_Eu ficaria muito feliz. - os olhos de dona Zélia brilham na minha direção. - Quanto mais rápido casarem mais rápido os netinhos virão! - agora a velha pirou!

- Mãe sem bebês antes dos trinta. Quero construir minha carreira primeiro.

_Quem disse que filhos atrapalham!? Eu construí minha carreira cuidando de você e da casa. Seu pai me ajudou e nós fizemos tudo juntos.

_Meus pais também, sempre ouço minha mãe contando como foi cuidar de mim e o quanto ela brigava com meu pai para ele dormir, ele insistia em ficar e ajudar. Podemos planejar um bebê para ser paparicado por nossos pais um ano depois de nos casarmos.

A loucura aqui se espalhou ou o que?

_Kaio acabamos de começar a namorar! -  Vamos esperar ver se vai dar certo e depois pensamos em casamento e depois do casamento pensamos em bebês.

_Não vejo problema em pensar no casamento agora.

Só eu que estou pensando nesse lugar?

_Mãe!?

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