36. A grande família.

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A família do Gregório é enorme! Eu não sei como eles conseguem reunir tanta gente. Tem umas dez crianças correndo e gritando pelo casarão antigo, no quintal uma plantação de uvas para produção de vinhos. O lugar é lindo! Indiscutivelmente magnífico!

Quando chegamos estava a noite, eu tão cansada só queria um bom banho para depois dormir, não reparei direto na arquitetura do lugar. Agora vejo como tudo é tão lindo! A cama de dossel é um sonho que não consegui parar de admirar, fiquei um longo tempo olhando para o móvel de madeira provavelmente centanário.

Me sinto em um filme antigo. Uma novela dessas em que se passa lá nos tempos dos barões do café.

Caminho de vagar pelo corredor da enorme casa procurando um adulto que possa me dizer onde vou encontrar meu namorado insensível que me deixou sozinha na cama até ouvir risos e vozes altas.

_Eu comecei a pensar que esse garoto nunca tomaria jeito. - a voz da mulher soa pela casa.

_Aquela garota é uma bruxa vô. - meu namorado responde.

_Olha como tu falas da rapariga.

Ouço muitas risadas.

_Ele está falando assim mama mas é louco pela menina, já está até fazendo planos de se casar!

_ Casamento é muito bom! Ainda não me conformo que tenhas ficado solteiro por tanto tempo.

Paro no fim do corredor onde uma grande sala com uma mesa enorme está posta com um café digno de hotel cinco estrelas. Todos na mesa param de comer e conversar.

_Olha se não apareceu a margarida! - Guto que me vê primeiro fala alto chamando a atenção de todos.

_Oi. - digo me sentindo muito envergonhada, tem pelos menos uns quinze pares de olhos em cima de mim.

_Venha tomar o pequeno almoço. - a senhora me chama.

O silêncio que se faz é tão grande que daria para ouvir uma mosquinha voando. Me sento na cadeira ao lado do Gregório, porque um homem que estava sentado lá se levantou me dando lugar.

_Bom dia. - tento sorrir.

_Bom dia meu amor. - os olhos do Guegui correm pelo rosto. - Conheçam a mais nova integrante da família Carvalho minha namorada, futura esposa e mãe dos meus filhos Samara Gonçalves.

As pessoas se levantam e vem me abraçar tem dois José, uma Maria, uma Ana Maria, Gastão, um... Perdi a conta dos nomes depois do Gastão.

_Linda e saudável. - a senhora diz. - Eu sou Carmem a mãe, avó, bisavó e sogra de toda essa gente.

_Oi dona Carmem. - sorrio quando estou com vontade de chorar, essa senhora me olha como se quisesse decifrar meus pensamentos e talvez ela consiga.

_Não intimida minha namorada vó, ainda não pedi ela em casamento e desse jeito ela desiste fácil. - Gregório sorri.

Respiro fundo ainda envergonhada.

_Vamos comer! - alguém sentado a mesa fala.

Eu tomo café em silêncio e depois sigo meu namorado por entre a plantação de uvas, os pés estão carregados e o cheiro da fruta se espalha pelo ar.

_Lembra da nossa primeira vez? - balanço a cabeça sorrindo. - Eu não pensei muito na hora - ele ri - queria tanto você, que onde, era a menor das minhas preocupações. Eu amo você Samara.

Me surpreende ouvir o que ele diz paro de andar e olho para Gregui buscando um traço de brincadeira, mentira, nem sei o que poderia pensar! Meu namorado ajoelha a minha frente e me olha com tantas coisas presas nos olhos.

_Gregui!?

_Eu amo você e quero ser mais do que só seu namorado quero me casar com você, ter filhos...

_Gregorio isso é sério!? - estou ansiosa nervosa, com medo, feliz, eufórica tudo ao mesmo tempo!

_ Nunca falei tão sério em toda minha vida. - ele diz abrindo a caixinha vermelha onde um par alianças douradas quadradas e grossas, muito grossas descansa. - você aceita ser minha esposa?

_Sim. Nossa! Eu aceito, aceito! Você tem certeza? - agarro meu noivo beijando ele desesperadamente. Gregui me pega no colo ainda de joelhos.

_Se continuar me beijando assim vai voltar para o Brasil com um bebê nessa barriga.

Abro um grande sorriso, Gregório é super cuidadoso com isso, ele nunca esquece da camisinha mesmo quando ambos já fizemos exames e estamos limpos.

_Quero você. - eu digo, porque nesse momento fazer amor no meio dessas uvas parece perfeito!

_ Eu sou todo seu gata, todinho. - Ele me desce do seu colo e coloca o anel no meu dedo e beija de leve, deixo um beijo na palma da sua mão e coloco a aliança no seu dedo também. - Vem. - ele se ergue e me puxa para longe de onde estávamos.

Talvez, sexo no meio da terra não seja o seu preferido...

Entramos na sala no meio do amontado de gente.

_Sou noivo agora me respeitem! - Gregório diz alto com um sorriso tão grande que não me lembro de ter visto.

_ Eu sabia que ela aceitaria! - minha sogra me abraça e depois ao filho. - deixa eu ver esses anéis. Que lindos!

_Lindo casal! - sou abraçada por uma senhora que não faço ideia de quem seja.

_Que bela rapariga! - Uma linda mulher fala com um sotaque diferente.

_Si una bella ragazza. Molto bella! - o senhor concordo me abraçando. - Sono felice che tu abbia trovato l'amore. che cosa Possa tu essere felice nel tuo matrimonio.
(Estou feliz que tenha encontrado o amor.
Que seja feliz no seu casamento.)

_Obrigado tio Enzo. - os dois se abraçam apertado.

Os parentes começam a chegar e sou abraçada tantas vezes que não consigo contar. São tantas felicitações com diferentes idiomas e sotaques. Alguns Carmem traduz outros meu noivo, o almoço chega e a enorme mesa vira uma bagunça. Tanta gente conversando idiomas misturados traduções pela metade.

A família da mãe de Gregório está espalhada pelo mundo e se reúnem sempre, tem gente nos Estados Unidos, gente na França, muitos na Itália, alguns no Brasil, dois primos no Egito mas, a maior parte deles está aqui em Portugal, alguns em Elentejo, outros em Porto.

O dia passa rápido é tarde da noite quando finalmente nós vamos para a cama, estou cansada de mais para conversar ou fazer qualquer outra coisa que não seja dormir.

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