Café da Manhã

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O quarto estava iluminado pelo sol de Santa Rita e perfumado pelas bougainvilleas que pendiam na varanda e balançavam com a brisa leve da manhã. Victoria ainda dormia profundamente quando Arriaga entrou pé ante pé no quarto e colocou a bandeja do café no recamier ao final da cama. Ele parou por um momento para observar as costas nuas de Victoria, os cabelos dourados espalhados pelo travesseiro, o lençol branco que cobria parte do corpo dela e os raios de sol que invadiam o quarto e iluminavam o corpo de Victoria, como se ela fosse uma pintura renascentista. Em momentos assim era que ele sentia que seu coração se expandia e parecia ocupar lugares inteiros, talvez toda a fazenda, tamanho o amor que pulsava dentro dele por aquela mulher.

Arriaga tirou os sapatos e subiu na cama, se aproximando de Victoria. Sorrindo pela expectativa ele acercou os lábios do corpo dela e começou a beijar delicadamente a pele sedosa e perfumada de Victoria. Afastando-lhe os cabelos, fez um caminho de beijos e pequenas mordidas até o pescoço dela e só então ela se mexeu na cama, ficando de frente pra ele.

Victoria levou as mãos até o rosto dele e o acariciou, ternamente. Ele sorriu, aquele sorriso que iluminava como o próprio sol, e Victoria se perguntou se algum dia deixaria de sentir esse frio no estômago ao ver aquele sorriso, se iria se acostumar a tê-lo para si e tão perto.

"Dormiu bem, minha senhora?"

Victoria riu.

"Mais do que bem, meu amor." ela respondeu se espreguiçando "Acho que fazem anos que não durmo até tão tarde. E tão bem acompanhada."

Arriaga sorriu e a puxou para si, a beijando carinhosamente. O beijo que era para ser breve mudou de nuance quando Arriaga sentiu Victoria morder-lhe o lábio inferior e em seguida passar a língua sensual e vagarosamente sobre o lábio ofendido. Arriaga se afastou para olha-la e viu o usual verde dos olhos dela quase negro pelo desejo. Victoria era completamente impossível de resistir e ele se perguntou como é que até pela manhã, assim recém acordada, Victoria continuava sendo um monumento de mulher. Arriaga a puxou novamente para si e a beijou vorazmente, lábios e línguas que pareciam nunca se cansar e nunca ter o suficiente. Ele sentiu que a pele dela se arrepiava em contato com a sua – e o fato de Victoria estar completamente nua abraçada a ele estava fazendo Arriaga perder o pouco de razão que ainda lhe restava.

Nada parecia ser suficiente entre Victoria e Arriaga. Tudo sempre era novo e diferente e incrivelmente delicioso. Os corpos pulsavam e gritavam quando estavam próximos e o mundo desaparecia. As mãos pequenas e sedosas de Victoria eram a perdição de Arriaga que ansiava por aquele toque macio, quase frágil, suave e cheio de poesia como ela mesma era. Ao mesmo tempo, as mãos grandes e fortes de Arriaga levavam Victoria a descobrir coisas sobre si mesma que ela jamais imaginara. Sentir a maneira como ele a tocava, cheio de uma força áspera, mas calorosa, era como se ele a plantasse na terra, a fizesse existir no aqui e agora, sem subterfúgios. Da forma como Arriaga a tocava, era como se Victoria não pudesse escapar de estar viva.

Os beijos foram se tornando cada vez mais ansiosos e os dois precisaram se separar para recuperar o ar. Victoria deslizou os lábios pela mandíbula de Arriaga e atacou o pescoço que ela tanto adorava com beijos e mordidas. Mas precisou conter um grito de prazer quando sentiu uma das mãos de Arriaga deslizar por seu braço e envolver um de seus seios delicadamente. Victoria gemeu alto e isso bastou para que Arriaga perdesse o controle. Ele tirou a camisa rapidamente jogando para longe enquanto Victoria se esforçava para abrir o zíper da calça jeans que ele usava. Mal se livraram das peças de roupa, Arriaga caiu por cima dela na cama.

"Victoria..."

"O que..."

"Eu... eu quero que você..."  ele disse, sem fôlego.

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